Observações sobre o desempenho das ETE's de Campina Grande e Monteiro (PB).

• Autor(a) principal: OLIVEIRA, Alessandra de Souza.
• Data de Publicação: 2002
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/9706
• topic: ETE (Estação Elevatória) - Monteiro (PB); Lagoas de Estabilização - Esgoto - Tratamento; ETE (Estação Elevatória) - Campina Grande (PB); Desempenho das ETE's; Estações de Tratamento de Esgotos; Cianobacteria - Microcystis spp.- Crescimento; Toxinas; Efluente; ETE (Pumping Station) - Monteiro (PB).; Stabilization Lagoons - Sewage - Treatment; ETE (Pumping Station) - Campina Grande (PB); ETE's performance; Sewage Treatment Plants; Cyanobacteria - Microcystis spp.- Growth; Toxins; Effluent; Engenharia Sanitária; Recursos Hídricos

A presente pesquisa foi realizada cm duas estações de tratamento de esgotos por lagoas de estabilização, situadas nos municípios de Campina Grande e Monteiro (PB), com o objetivo de avaliar seu desempenho através do monitoramento sistemático de parâmetros físicos, químicos biológicos e microbiológicos. Amostras de esgoto bruto (EB) e efluente final (EF) foram coletadas mensalmente no período de agosto/2000 a agosto/2001 e analisadas para os parâmetros: temperatura, pH, condutividade elétrica, sódio, potássio, cloretos, oxigênio dissolvido, DBO5, DQO, sólidos totais, suspensos e suas frações, amônia, fosforo total, ortofosfato solúvel e coliformes fecais. Também foram quantificados os ovos de helmintos e a biomassa algal (clorofila "a"). Os resultados da DBO5 e DQO classificaram os esgotos brutos afluentes das duas ETE's como de concentração média e forte respectivamente. Os resultados do monitoramento mostraram que alguns parâmetros não foram removidos significativamente ao longo do sistema de tratamento e dentro esses parâmetros se destacaram os sólidos totais voláteis (-135; 84%) e o fosforo total (-116; 37%) na ETE de Campina Grande. Na ETE de Monteiro, podem-se destacar os seguintes parâmetros: a DQO (-227; 95%), os sólidos suspensos totais (-319; 84%), sólidos suspensos fixos (-700; 88%), sólidos suspensos voláteis (-251; 93%) e o fosforo total (-300; 90%) que não sofreu remoção no período, mas sim um acréscimo na concentração do efluente final. Essa ausência de remoção pode ser atribuída as flutuações expressivas de alguns parâmetros, particularmente no efluente final. Os resultados, quando submetidos a análise estatística (teste-t) mostraram que, os macronutrientes P e N em suas diferentes formas, no EB e no EF da ETE de Monteiro não apresentaram diferenças significativas nas concentrações médias de fósforo total e amônia, revelando baixa remoção (media de 17%). A concentração média efluente de amônia foi extremamente alta (55,7 mg/1) e além do valor máximo permitido pela resolução CONAMA 20/86 para lançamento em corpo receptor. Na ETE de Campina Grande, a concentração de nitrogênio amoniacal também ultrapassou esse limite embora a remoção tenha sido de 42% . Entretanto, os valores médios destes parâmetros no EB e no EF não diferiram entre si. Nas duas ETE's as concentrações médias de CF nos EB's e nos EF's apresentaram diferenças significativas havendo uma redução de 99,55% e 92,82% no efluente final na ETE de Campina Grande e Monteiro, respectivamente, embora o sistema de Monteiro não tenha produzido um efluente com qualidade bacteriológica adequada (remanescente de 2,0 x 106 UFC/100 ml) conforme o esperado pela configuração do sistema de lagoas de estabilização (anaerobia seguida de facultativa). A ETE de Campina Grande produziu um efluente final com até 105UFC/100ml, que segundo a Organização Mundial da Saúde seria adequado para culturas de classe B (culturas de cereais, cultura de cereais para industria, culturas forrageiras, pastes e para a arborização) As duas ETE's removeram totalmente os ovos de helmintos presentes no esgoto bruto. A ETE de Monteiro se destacou pela excelente remoção de ortofosfato solúvel (valor médio 65%) associado ao exuberante crescimento da cianobactéria do gênero Microcystis spp. Entretanto, a presença desta cianobactéria poderia estar representando um novo inconveniente para a qualidade desse efluente visto que, pelo menos teoricamente, poderia estar contribuindo com a presença de toxinas no corpo receptor.