As quitandeiras e a resistência no livro didático.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34473 |
Resumo: | Quando pensamos em imagens devemos ter em mente que elas servem como representações de sociedades e que têm a sua importância na construção da história. Esse artigo propõe uma análise das representações iconográficas do livro didático a partir da leitura de imagens que representam os escravos, identificando-se suas resistências inclusive, com destaque aos escravos de ganho e as quitandeiras que ao fazerem parte de atividades relacionadas ao comércio, tiravam proveito dessa prática, como forma de resistir contra as ordens de seus Senhores. Sabemos que as imagens nos apresentam um universo de valores, portanto, partindo desse princípio, a imagem exerce um poder de sedução diante da curiosidade do olhar estudantil. O nosso trabalho tem como objetivo, além de mostrar a importância do livro didático na construção de um ―saber‖, também, ajudar na compreensão desses valores e significados que fizeram parte da sociedade escravista. Pelo olhar do explorador, o africano aparece como um povo selvagem, que jamais se preocupou em estudar o seu próprio passado. Dentro dos conceitos de Michel de Certeau, identificamos as astúcias dos escravos, como táticas para burlar o olhar do ―Senhor‖, pois segundo palavras do teórico, muitas ações humanas do dia a dia do sujeito fazem parte do conceito de táticas, são os sucessos que fazem parte da vida, as formas de se ganhar do ―forte‖, aproveitando as determinadas ocasiões. As resistências fazem parte desse campo das táticas, pois o escravo na insistência de desobedecer ao seu senhor pratica uma ação oportunista, para enfim burlar as ordens recebidas. Portanto, através do nosso olhar crítico observaremos o escravo como sujeito que luta por essa liberdade e, que descontentes com sua própria situação, aplicavam diversas formas de resistência como estratégia contra determinados comportamentos de seus senhores. Logo, analisar essas fontes significa compreender, como o nosso ―saber‖, a partir dos costumes, das tradições e da cultura da nossa sociedade, elaboram a identidade do povo africano. |
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As quitandeiras e a resistência no livro didático.Greengrocers and resistance in the textbook.IconografiaRepresentações iconográficasLivro didático - análiseEscravos - livros didáticosResistência - escravosQuitandeirasTáticas e astúcias - escravosEscravidão - livros didáticosIconographyIconographic representationsTextbook - analysisSlaves - textbooksResistance - slavesGrocersTactics and cunning - slavesSlavery - textbooksHistória.Quando pensamos em imagens devemos ter em mente que elas servem como representações de sociedades e que têm a sua importância na construção da história. Esse artigo propõe uma análise das representações iconográficas do livro didático a partir da leitura de imagens que representam os escravos, identificando-se suas resistências inclusive, com destaque aos escravos de ganho e as quitandeiras que ao fazerem parte de atividades relacionadas ao comércio, tiravam proveito dessa prática, como forma de resistir contra as ordens de seus Senhores. Sabemos que as imagens nos apresentam um universo de valores, portanto, partindo desse princípio, a imagem exerce um poder de sedução diante da curiosidade do olhar estudantil. O nosso trabalho tem como objetivo, além de mostrar a importância do livro didático na construção de um ―saber‖, também, ajudar na compreensão desses valores e significados que fizeram parte da sociedade escravista. Pelo olhar do explorador, o africano aparece como um povo selvagem, que jamais se preocupou em estudar o seu próprio passado. Dentro dos conceitos de Michel de Certeau, identificamos as astúcias dos escravos, como táticas para burlar o olhar do ―Senhor‖, pois segundo palavras do teórico, muitas ações humanas do dia a dia do sujeito fazem parte do conceito de táticas, são os sucessos que fazem parte da vida, as formas de se ganhar do ―forte‖, aproveitando as determinadas ocasiões. As resistências fazem parte desse campo das táticas, pois o escravo na insistência de desobedecer ao seu senhor pratica uma ação oportunista, para enfim burlar as ordens recebidas. Portanto, através do nosso olhar crítico observaremos o escravo como sujeito que luta por essa liberdade e, que descontentes com sua própria situação, aplicavam diversas formas de resistência como estratégia contra determinados comportamentos de seus senhores. Logo, analisar essas fontes significa compreender, como o nosso ―saber‖, a partir dos costumes, das tradições e da cultura da nossa sociedade, elaboram a identidade do povo africano.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20092024-02-14T18:25:30Z2024-02-142024-02-14T18:25:30Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34473SILVA, Edvane de Araújo Andrade. As quitandeiras e a resistência no livro didático. In: I Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Diálogos Interdisciplinares. GT 09 - Fontes e Metodologias para a Pesquisa e o Ensino em História da Escravidão Negra e Cultura Afro-Brasileira. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 1º, 2009. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2009. p. 1-10. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34473porSILVA, Edvane de Araújo Andrade.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-02-14T18:25:52Zoai:localhost:riufcg/34473Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-02-14T18:25:52Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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Quando pensamos em imagens devemos ter em mente que elas servem como representações de sociedades e que têm a sua importância na construção da história. Esse artigo propõe uma análise das representações iconográficas do livro didático a partir da leitura de imagens que representam os escravos, identificando-se suas resistências inclusive, com destaque aos escravos de ganho e as quitandeiras que ao fazerem parte de atividades relacionadas ao comércio, tiravam proveito dessa prática, como forma de resistir contra as ordens de seus Senhores. Sabemos que as imagens nos apresentam um universo de valores, portanto, partindo desse princípio, a imagem exerce um poder de sedução diante da curiosidade do olhar estudantil. O nosso trabalho tem como objetivo, além de mostrar a importância do livro didático na construção de um ―saber‖, também, ajudar na compreensão desses valores e significados que fizeram parte da sociedade escravista. Pelo olhar do explorador, o africano aparece como um povo selvagem, que jamais se preocupou em estudar o seu próprio passado. Dentro dos conceitos de Michel de Certeau, identificamos as astúcias dos escravos, como táticas para burlar o olhar do ―Senhor‖, pois segundo palavras do teórico, muitas ações humanas do dia a dia do sujeito fazem parte do conceito de táticas, são os sucessos que fazem parte da vida, as formas de se ganhar do ―forte‖, aproveitando as determinadas ocasiões. As resistências fazem parte desse campo das táticas, pois o escravo na insistência de desobedecer ao seu senhor pratica uma ação oportunista, para enfim burlar as ordens recebidas. Portanto, através do nosso olhar crítico observaremos o escravo como sujeito que luta por essa liberdade e, que descontentes com sua própria situação, aplicavam diversas formas de resistência como estratégia contra determinados comportamentos de seus senhores. Logo, analisar essas fontes significa compreender, como o nosso ―saber‖, a partir dos costumes, das tradições e da cultura da nossa sociedade, elaboram a identidade do povo africano. |
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