A hibridizaÃÃo do discurso mÃdico-paciente no evento discursivo parto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: NÃdia Marques Gadelha
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=11496
Resumo: Esta tese à o resultado de uma pesquisa que visou à investigaÃÃo de representaÃÃes e identidades de mÃdicos, mÃdicas e mulheres em um hospital pÃblico em Maranguape, municÃpio do Estado do CearÃ, baseada na AnÃlise de Discurso CrÃtica. Para realizar esta pesquisa foi utilizada a metodologia etnogrÃfico-discursiva na geraÃÃo e coleta de dados. Os mÃtodos selecionados foram: observaÃÃo participante, notas de campo e entrevista etnogrÃfica aberta. Os dados foram coletados e gerados na maternidade de atenÃÃo ao parto de baixo risco que faz parte da unidade hospitalar, com inÃcio em marÃo de 2010 e estendeu-se por dois anos. Esta pesquisa se justifica como uma possibilidade dentro na Ãrea da LinguÃstica e sua interlocuÃÃo com a sociedade, da investigaÃÃo de um tema pertinente, representaÃÃes e identidades. Neste trabalho, focalizei meu interesse na hibridizaÃÃo do discurso mÃdico com questÃes de poder institucional, visÃes de mundo, questÃes de gÃnero, etnia, pobreza, em sua relaÃÃo com questÃes societÃrias no evento discursivo parto. Este tema foi examinado com o suporte do Realismo CrÃtico e das CiÃncias Sociais CrÃticas. Os resultados desse estudo lanÃam questionamentos sobre os mecanismos linguÃsticos que envolvem as questÃes dos sofrimentos das mulheres em situaÃÃo de precarizaÃÃes sociais. Sua contribuiÃÃo principal à demonstrar a instrumentalizaÃÃo de epistemologias para revelar como a articulaÃÃo entre as categorias teÃricas e as escolhas lexicais, entre outros elementos, alinham-se para construir identidades de legitimaÃÃo e submissÃo, dialeticamente relacionadas aos discursos (representaÃÃes) num contexto societÃrio que favorece a naturalizaÃÃo do sofrimento no evento discursivo parto. Os resultados da pesquisa apontam para a luta ideolÃgica e hegemÃnica do poder e resistÃncias no evento discursivo parto. As relaÃÃes de controle mÃdico-paciente representam o modelo da racionalidade mÃdica de risco que considera as pacientes deficitÃrias morais e exerce o controle interacional mÃdico com amplo domÃnio tÃcnico e cientÃfico sobre seus corpos. A obstetrÃcia utiliza-se do arsenal protocolar cirÃrgico invasivo nos partos de baixo risco, desconsiderando e refutando as prÃticas nÃo invasivas no atendimento ao parto fisiolÃgico ou natural. As identidades de legitimaÃÃo de mÃdicos e mÃdicas travam uma luta hegemÃnica com o uso das tecnologias invasivas e aceleradoras do parto, consideradas como uma violÃncia contra as parturientes, quando aplicadas de forma desnecessÃria. As identidades das parturientes em transe e em trÃnsito de dor reificam o sofrimento no parto como natural, acobertado por questÃes sociais e polÃticas que as deixam em situaÃÃo de desvantagem nas linhas demarcatÃrias das exclusÃes e misÃrias sociais. Nesse sentido, a prÃtica obstÃtrica age discursivamente como uma violÃncia simbÃlica, institucional, epistemolÃgica, cientÃfica.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisA hibridizaÃÃo do discurso mÃdico-paciente no evento discursivo partoHybridization of doctor-patient discourse in the discursive event childbirth2013-12-02Maria Izabel Santos MagalhÃes00198161115Raimundo Ruberval Ferreira38058774391http://lattes.cnpq.br/6740864299536472Claudiana Nogueira de Alencar45559988391Paulo Cortes Gago89235118700 http://lattes.cnpq.br/2985163605469859Sandra Maia Farias Vasconcelos35623497349Farias09114629372http://lattes.cnpq.br/0403543067603225NÃdia Marques GadelhaUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em LingÃÃsticaUFCBRAnÃlise de Discurso CrÃtica representaÃÃes identidades hibridizaÃÃo do discurso mÃdico-paciente etnografiaCritical Discourse Analysis Representations Identities Doctor-patient hybrid discourse EthnographyLINGUISTICAEsta tese à o resultado de uma pesquisa que visou à investigaÃÃo de representaÃÃes e identidades de mÃdicos, mÃdicas e mulheres em um hospital pÃblico em Maranguape, municÃpio do Estado do CearÃ, baseada na AnÃlise de Discurso CrÃtica. 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A obstetrÃcia utiliza-se do arsenal protocolar cirÃrgico invasivo nos partos de baixo risco, desconsiderando e refutando as prÃticas nÃo invasivas no atendimento ao parto fisiolÃgico ou natural. As identidades de legitimaÃÃo de mÃdicos e mÃdicas travam uma luta hegemÃnica com o uso das tecnologias invasivas e aceleradoras do parto, consideradas como uma violÃncia contra as parturientes, quando aplicadas de forma desnecessÃria. As identidades das parturientes em transe e em trÃnsito de dor reificam o sofrimento no parto como natural, acobertado por questÃes sociais e polÃticas que as deixam em situaÃÃo de desvantagem nas linhas demarcatÃrias das exclusÃes e misÃrias sociais. Nesse sentido, a prÃtica obstÃtrica age discursivamente como uma violÃncia simbÃlica, institucional, epistemolÃgica, cientÃfica. This thesis is based on a research that investigated the representations and identities of doctors and women patients in a state hospital, in Maranguape,CearÃ, adopting Critical Discourse Analysis. In order to carry out this research, the ethnographic-discursive methodology was used to generate and collect data. The selected methods were: participant observation, field notes and ethnographic interviews. The data was collected and generated at the low-risk maternity ward in this hospital, and the fieldwork began in March 2010, lasting for two years. This research is justified as a possibility to investigate the relevant topic of representations and identities,in the interface of Linguistics and society. In this work, my interest is focused on the hybridity of medical discourse with issues of institutional power, world views, gender, ethnicity, and poverty, in their relation with society in the discursive event childbirth. This topic was examined with the support of Critical Realism and Critical Social Science. The results of this study question the linguistic devices involving womenÂs suffering in a socially vulnerable context. The main contribution of the studyis to propose epistemological tools to indicate how the articulation of theoretical categories and lexical choices, among other elements, line up to construct legitimation and subjection identities, dialectically related to discourses (representations) in a societal context which favors the naturalization of suffering in the discursive event childbirth. The results point to the ideological and hegemonic struggle, power and resistance in this event. Doctor-patient control relations represent the model of risk medical rationality which considers the patients as in a moral deficit and which exerts doctor interactional control with wide technical, scientific mastery over the womenÂs bodies. Obstetrics uses its invasive surgical protocols in low-risk delivery, rejecting non-invasive practices in natural delivery care. Doctor legitimation identities hold a hegemonic struggle with the use of invasive accelerating technologies in childbirth, considered as violence against women when they are unnecessary. WomenÂs identities in distress and pain flow reify childbirth suffering as natural, hidden by social and political issues that place them in a disadvantageous position in the dividing lines of social exclusion and misery. Thus, obstetrical practices act discursively as symbolic, institutional, epistemological and scientific violence.CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superiorhttp://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=11496application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:24:42Zmail@mail.com -
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