Um rio entre diversas temporalidades: o Jaguaribe a partir da construÃÃo do AÃude OrÃs (1958 â1964)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20570 |
Resumo: | O AÃude OrÃs à o ponto central dessa reflexÃo sobre o Rio Jaguaribe, buscando entender como o mesmo à visto, lido e escrito, contado e experimentado antes e depois dessa intervenÃÃo tÃcnica, feita no inÃcio da dÃcada de 1960. O trabalho pretende lidar com esta principal questÃo: como serà possÃvel perceber o Rio Jaguaribe, apÃs a construÃÃo do OrÃs? Que mudanÃas e permanÃncias poderÃo ser encontradas nesta trajetÃria? Os desdobramentos e questÃes a serem problematizadas a partir desta proposta partem das viagens concretas e simbÃlicas jà feitas por mim e outrem nas Ãguas do Jaguaribe. Tomando como referencia desse texto um elemento natural a princÃpio â o rio, busco me aproximar de WORSTER (1991, p. 199) quando diz que ―a histÃria ambiental trata do papel e do lugar da natureza na vida humana‖, para entender o porquà desta pesquisa. No texto, a construÃÃo do aÃude OrÃs, sua histÃria e trajetÃria, serÃo compreendidas a partir de uma experiÃncia de sentimentos, tais como a ausÃncia, a esperanÃa, o medo e a decepÃÃo, vistos como componentes de um microcosmo que refletia uma estrutura maior que à Ãpoca se constituÃa no paÃs e no mundo. Por fim, ao se aproximar da matÃria-prima da disciplina histÃrica, essa pesquisa tem uma indagaÃÃo derradeira: a partir da construÃÃo do aÃude OrÃs, que temporalidades o Jaguaribe inaugura para os sujeitos envolvidos nessa trama? Ocorre que, no contexto geogrÃfico e espacial desse estudo veremos que com o tempo, o Jaguaribe transmutou-se a partir das intervenÃÃes que sofreu. Sejam estas os aÃudes construÃdos ao longo de seu leito, as cercas que o isolou de suas populaÃÃes, os perÃmetros irrigados que dele se serviram, ao que parece, verificaremos que outro rio surgiu: um com nascente e foz no futuro, esperanÃa concreta de um devir, cujo perfil a ser alcanÃado à o de contribuir para que a regiÃo se torne aquilo que nunca foi. A partir dessas temÃticas, buscaremos entender o Jaguaribe imbricado à construÃÃo do AÃude OrÃs, pensando a histÃria da seca e da Ãgua no CearÃ, à luz de reflexÃes sobre a teoria dos estudos de histÃria ambiental, natureza e cultura e tambÃm contribuir com os estudos da histÃria social da ciÃncia e da tÃcnica, ao investigar tal relaÃÃo (rio-aÃude) nas dobras do tempo. |
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Os desdobramentos e questÃes a serem problematizadas a partir desta proposta partem das viagens concretas e simbÃlicas jà feitas por mim e outrem nas Ãguas do Jaguaribe. Tomando como referencia desse texto um elemento natural a princÃpio â o rio, busco me aproximar de WORSTER (1991, p. 199) quando diz que ―a histÃria ambiental trata do papel e do lugar da natureza na vida humana‖, para entender o porquà desta pesquisa. No texto, a construÃÃo do aÃude OrÃs, sua histÃria e trajetÃria, serÃo compreendidas a partir de uma experiÃncia de sentimentos, tais como a ausÃncia, a esperanÃa, o medo e a decepÃÃo, vistos como componentes de um microcosmo que refletia uma estrutura maior que à Ãpoca se constituÃa no paÃs e no mundo. Por fim, ao se aproximar da matÃria-prima da disciplina histÃrica, essa pesquisa tem uma indagaÃÃo derradeira: a partir da construÃÃo do aÃude OrÃs, que temporalidades o Jaguaribe inaugura para os sujeitos envolvidos nessa trama? Ocorre que, no contexto geogrÃfico e espacial desse estudo veremos que com o tempo, o Jaguaribe transmutou-se a partir das intervenÃÃes que sofreu. Sejam estas os aÃudes construÃdos ao longo de seu leito, as cercas que o isolou de suas populaÃÃes, os perÃmetros irrigados que dele se serviram, ao que parece, verificaremos que outro rio surgiu: um com nascente e foz no futuro, esperanÃa concreta de um devir, cujo perfil a ser alcanÃado à o de contribuir para que a regiÃo se torne aquilo que nunca foi. A partir dessas temÃticas, buscaremos entender o Jaguaribe imbricado à construÃÃo do AÃude OrÃs, pensando a histÃria da seca e da Ãgua no CearÃ, à luz de reflexÃes sobre a teoria dos estudos de histÃria ambiental, natureza e cultura e tambÃm contribuir com os estudos da histÃria social da ciÃncia e da tÃcnica, ao investigar tal relaÃÃo (rio-aÃude) nas dobras do tempo.The OrÃs Dam is the central point of this study about Jaguaribe River, trying to understand how it is seen, read and written, counted and experienced before and after this technical intervention made in the early 1960s. This paper aims to deal with this main issue: how will it be possible to perceive the Jaguaribe River after the construction of the OrÃs Dam? What changes and permanencies can be found in this trajectory? The developments and issues to be problematized from this proposal depart from the concrete and symbolic journeys already made by myself and others in the waters of the Jaguaribe River. Taking, at first, as reference of this text a natural element - the river, I seek to approach WORSTER (1991, p. 199) when he says that "environmental history deals with the role and place of nature in human life"1, to understand the reason for this research. In this text, the construction of the OrÃs dam, its history and trajectory, will be understood from an experience of feelings, such as absence, hope, fear and deception, seen as components of a microcosm reflecting a larger structure than at that time it was the country and the world. Finally, as it approaches the raw material of the historical discipline, this research has a final inquiry: from the construction of the OrÃs dam, what temporalities does the Jaguaribe inaugurate for the subjects involved in this plot? It occurs that, in the geographical and spatial context of this study we will see that with time, the Jaguaribe has been transmuted from the interventions that it underwent. These interventions may be the dams built along its bed, the fences that isolated it from its populations, the irrigated perimeters served by it, it seems, we will verify that another river emerged: one with a source and a mouth in the future, a concrete hope for a future, whose profile to be achieved is to contribute to the region becoming what it never was. Based on these themes, we will try to understand the Jaguaribe River connected to the construction of the OrÃs Dam, thinking about the history of drought and water in CearÃ, in the light of reflections on the theory of environmental history, nature and culture studies and also contribute to the studies of social history of science and technique, while investigating such a relationship (river-weir) in the folds of time.FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do CearÃhttp://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20570application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:33:05Zmail@mail.com - |
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The OrÃs Dam is the central point of this study about Jaguaribe River, trying to understand how it is seen, read and written, counted and experienced before and after this technical intervention made in the early 1960s. This paper aims to deal with this main issue: how will it be possible to perceive the Jaguaribe River after the construction of the OrÃs Dam? What changes and permanencies can be found in this trajectory? The developments and issues to be problematized from this proposal depart from the concrete and symbolic journeys already made by myself and others in the waters of the Jaguaribe River. Taking, at first, as reference of this text a natural element - the river, I seek to approach WORSTER (1991, p. 199) when he says that "environmental history deals with the role and place of nature in human life"1, to understand the reason for this research. In this text, the construction of the OrÃs dam, its history and trajectory, will be understood from an experience of feelings, such as absence, hope, fear and deception, seen as components of a microcosm reflecting a larger structure than at that time it was the country and the world. Finally, as it approaches the raw material of the historical discipline, this research has a final inquiry: from the construction of the OrÃs dam, what temporalities does the Jaguaribe inaugurate for the subjects involved in this plot? It occurs that, in the geographical and spatial context of this study we will see that with time, the Jaguaribe has been transmuted from the interventions that it underwent. These interventions may be the dams built along its bed, the fences that isolated it from its populations, the irrigated perimeters served by it, it seems, we will verify that another river emerged: one with a source and a mouth in the future, a concrete hope for a future, whose profile to be achieved is to contribute to the region becoming what it never was. Based on these themes, we will try to understand the Jaguaribe River connected to the construction of the OrÃs Dam, thinking about the history of drought and water in CearÃ, in the light of reflections on the theory of environmental history, nature and culture studies and also contribute to the studies of social history of science and technique, while investigating such a relationship (river-weir) in the folds of time. |
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