Neurolise em pacientes com hansenÃase: Um tratamento alternativo em neurite resistente a corticoterapia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria de Jesus Freitas de Alencar
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10550
Resumo: Nos Ãltimos anos, a prevalÃncia da hansenÃase no Brasil vem sendo reduzida, entretanto, o nÃmero de pessoas com incapacidades resultantes de neurite crÃnica continua alto. O tratamento padrÃo da neurite hansÃnica se constitui de corticoterapia oral. Em casos resistentes à corticoterapia, pode ser realizada intervenÃÃo cirÃrgica descompressiva, denominada neurolise. Dados sobre a efetividade da neurolise sÃo escassos na literatura. Com o objetivo de avaliar o dÃficit sensitivo-motor antes e apÃs neurolise, realizou-se um estudo retrospectivo. Foram incluÃdos portadores de hansenÃase submetidos à neurolise na referÃncia estadual de RondÃnia, nos anos de 2000 a 2003. Dados sÃcio-demogrÃficos e clÃnicos foram coletados do livro de registro de cirurgias do hospital, dos prontuÃrios e da base de dados do Sistema Nacional de Agravos de NotificaÃÃo. Para avaliar o grau de comprometimento sensitivo e motor, foram criados escores ordinais baseadas nas avaliaÃÃes clÃnicas . Dos 118 indivÃduos incluÃdos, que foram submetidos a 297 neurolises, 74 (62,7%) eram do sexo masculino, noventa e seis (81,4%) foram classificados como portadores da forma clÃnica dimorfa. Somente (53,4%) estavam em tratamento com poliquimioterapia no momento da cirurgia. A mediana do tempo entre o primeiro episÃdio de neurite e a neurolise foi de um ano (mÃximo = 12,3 anos). A mediana do escore semi-quantitativo sensitivo diminuiu de 5 para 3 (nervo ulnar), de 3 para 2 (nervo mediano), e de 9,5 para 7,5 (nervo tibial posterior; todos p<0,001). Noventa por cento dos pacientes com dÃficit sensitivo grave do nervo ulnar antes da cirurgia apresentaram um escore melhor apÃs a cirurgia. Na anÃlise, um escore sensitivo alto do nervo ulnar (OR ajustada = 1,9; IC 95%: 1,37 â 2,65; p<0,001) e do nervo tibial posterior antes da cirurgia (OR ajustada = 1,2; IC 95%: 1,02 â 1,39; p = 0,02), aumentaram a chance da melhora. O tempo entre o primeiro perÃodo de neurite e a cirurgia nÃo modificou o resultado clÃnico de forma significativa. Similar à avaliaÃÃo sensitiva, o escore motor dos nervos ulnar e fibular melhorou significativamente (ulnar: p = 0,03; fibular: p<0,001). Quase 60% dos pacientes submetidos à neurolise no nervo fibular apresentaram maior forÃa muscular apÃs a cirurgia. Os dados do estudo indicam que a neurolise à benÃfica em casos de neurite hansÃnica, mesmo apÃs um perÃodo prolongado de neurite. Faz-se necessÃrio elaborar estratÃgias para aperfeiÃoar a terapia da neurite hansÃnica com Ãnfase no monitoramento da funÃÃo neural.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisNeurolise em pacientes com hansenÃase: Um tratamento alternativo em neurite resistente a corticoterapiaNeurolysis in patients with leprosy: An alternative treatment for neuritis resistant to steroid therapy2007-11-09Jorg Heukelbach64671054353http://lattes.cnpq.br/7970471613479900Terezinha do Menino Jesus Silva LeitÃo23484993391http://lattes.cnpq.br/1341610637039055MÃrcia Gomide da Silva Mello8068374671506996769833http://lattes.cnpq.br/0262999453459290Maria de Jesus Freitas de AlencarUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em SaÃde PÃblicaUFCBRNeuritesIncapacidadesLeprosy Neuritis Disabilities NeurolysisSAUDE PUBLICANos Ãltimos anos, a prevalÃncia da hansenÃase no Brasil vem sendo reduzida, entretanto, o nÃmero de pessoas com incapacidades resultantes de neurite crÃnica continua alto. O tratamento padrÃo da neurite hansÃnica se constitui de corticoterapia oral. Em casos resistentes à corticoterapia, pode ser realizada intervenÃÃo cirÃrgica descompressiva, denominada neurolise. Dados sobre a efetividade da neurolise sÃo escassos na literatura. Com o objetivo de avaliar o dÃficit sensitivo-motor antes e apÃs neurolise, realizou-se um estudo retrospectivo. Foram incluÃdos portadores de hansenÃase submetidos à neurolise na referÃncia estadual de RondÃnia, nos anos de 2000 a 2003. Dados sÃcio-demogrÃficos e clÃnicos foram coletados do livro de registro de cirurgias do hospital, dos prontuÃrios e da base de dados do Sistema Nacional de Agravos de NotificaÃÃo. Para avaliar o grau de comprometimento sensitivo e motor, foram criados escores ordinais baseadas nas avaliaÃÃes clÃnicas . Dos 118 indivÃduos incluÃdos, que foram submetidos a 297 neurolises, 74 (62,7%) eram do sexo masculino, noventa e seis (81,4%) foram classificados como portadores da forma clÃnica dimorfa. Somente (53,4%) estavam em tratamento com poliquimioterapia no momento da cirurgia. A mediana do tempo entre o primeiro episÃdio de neurite e a neurolise foi de um ano (mÃximo = 12,3 anos). A mediana do escore semi-quantitativo sensitivo diminuiu de 5 para 3 (nervo ulnar), de 3 para 2 (nervo mediano), e de 9,5 para 7,5 (nervo tibial posterior; todos p<0,001). Noventa por cento dos pacientes com dÃficit sensitivo grave do nervo ulnar antes da cirurgia apresentaram um escore melhor apÃs a cirurgia. Na anÃlise, um escore sensitivo alto do nervo ulnar (OR ajustada = 1,9; IC 95%: 1,37 â 2,65; p<0,001) e do nervo tibial posterior antes da cirurgia (OR ajustada = 1,2; IC 95%: 1,02 â 1,39; p = 0,02), aumentaram a chance da melhora. O tempo entre o primeiro perÃodo de neurite e a cirurgia nÃo modificou o resultado clÃnico de forma significativa. Similar à avaliaÃÃo sensitiva, o escore motor dos nervos ulnar e fibular melhorou significativamente (ulnar: p = 0,03; fibular: p<0,001). Quase 60% dos pacientes submetidos à neurolise no nervo fibular apresentaram maior forÃa muscular apÃs a cirurgia. Os dados do estudo indicam que a neurolise à benÃfica em casos de neurite hansÃnica, mesmo apÃs um perÃodo prolongado de neurite. Faz-se necessÃrio elaborar estratÃgias para aperfeiÃoar a terapia da neurite hansÃnica com Ãnfase no monitoramento da funÃÃo neural.In Brazil, the prevalence of leprosy has been reduced in the last years. However, there are still many people living with disabilities, resulting from chronic leprosy neuritis. Oral corticosteroid therapy is the standard treatment of neuritis. In case of unsuccessful treatment, a surgery, the so-called neurolysis, or external decompression, may be indicated. Data about the effectiveness of neurolysis are scanty. To assess the degree of sensory and motor loss before and after neurolysis, we performed a retrospective study. Leprosy patients were included, that had received neurolysis of peripheral nerve trunks in the reference hospital of RondÃnia State (North Brazil), between 2000 and 2003. Socio-demographic and clinical data were collected from the hospitalâs registry of surgeries, from patientsâ charts and from the Notifiable Diseases Database (âSistema Nacional de InformaÃÃo de Agravos de NotificaÃÃoâ). To assess the degree of sensory and motor deficiencies, we created an ordinal score based on the clinical evaluations. Of the 118 individuals included (in total 297 neurolyses), 74 (62,7%) were males. Ninety-six (81,4%) patients were classified clinically with borderline leprosy. Only (53,4%) of the patients were under multi-drug therapy at the moment of neurolysis. The median time between the first episode of neuritis and the surgery was one year (maximum = 12,3 years). The median of the score reduced from 5 to 3 (ulnar nerve), from 3 to 2 (median nerve) and from 9,5 to 7,5 (posterior tibial nerve; all p<0,001). Ninety % of patients with severe sensory deficiency before surgery presented with an improved score after neurolysis. In the multivariate analysis, only the sensitive score of the ulnar nerve (adjusted OR = 1,9; 95% CI: 1,38 â 2,65; p<0,001) and the sensitive score of the posterior tibial nerve (adjusted OR = 1,2; 95% CI: 1,02 â 1,39; p = 0,02) before surgery were factors increasing the chance of improvement. The clinical classification and the period between the first episode of neuritis and surgery did not modify the clinical result significantly. Similar to the sensory evaluation, the motor score of the ulnar and common peroneal nerves improved significantly after surgical intervention (ulnar nerve: p = 0,03; comnor peroneal nerve: p<0,001). Almost 60% of the patients operated on the common peroneal nerve presented more muscle strength. The data of the present study indicate that neurolysis is of important benefit in leprosy neuritis, even after a prolonged period of neuritis. Strategies need to be elaborated to improve the therapeutic options in the treatment of leprosy neuritis.http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10550application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:23:41Zmail@mail.com -
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