Microanomia e valores humanos: contribuiÃÃes para compreensÃo do comportamento antissocial

• Autor(a) principal: Guilherme Sobreira Lopes
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=13977
• topic: Valores humanos; DesequilÃbrio valorativo; Anomia; Microanomia; Values; Values decompensation; Microanomie; Anomie; PSICOLOGIA

Anomia à um estado patolÃgico da estrutura social caracterizado pela ausÃncia ou enfraquecimento das normas. Em nÃvel individual, à o estado de desequilÃbrio valorativo referente à priorizaÃÃo de valores pessoais frente a valores sociais. Neste sentido, um construto psicolÃgico parece estar especialmente associado à anomia: os valores humanos. A presente dissertaÃÃo teve por objetivo avaliar as bases valorativas da anomia e suas relaÃÃes com os comportamentos antissociais. Para tanto, realizaram-se dois estudos. O Estudo I tem como objetivo avaliar a relaÃÃo entre os desequilÃbrios valorativos de baixa congruÃncia e aspectos demogrÃficos. Participaram do estudo 1147 estudantes de ensino fundamental, mÃdio e universitÃrio da cidade de JoÃo Pessoa â PB, com idades entre 10 e 45 anos (m = 16,1; dp = 4,5, sendo 64,8% entre 11 e 17 anos), sendo a maioria feminina (60,1%), catÃlica (60,6%) e da rede pÃblica (52,1%). Estes responderam ao QuestionÃrio de Valores BÃsicos â QVB e a questÃes demogrÃficas. Os resultados indicaram que a microanomia independe da classe social, mas varia conforme a gÃnero e a faixa etÃria. Apresentam-se questÃes teÃricas e metodolÃgicas que podem explicar os dados. O Estudo II objetivou testar a hipÃtese de congruÃncia e de compatibilidade dos valores humanos e avaliar a microanomia em amostras da populaÃÃo geral e encarcerados. Para tanto, contarà com duas amostras. A primeira contou com 994 indivÃduos da populaÃÃo geral, com idades entre 14 e 56 anos (m = 21,7; dp = 6,3, sendo 49,8% entre 18 e 25 anos), majoritariamente feminina (50,6%), heterossexual (87,6%) e catÃlica (49,5%). A segunda contou com 762 encarcerados com idades entre 19 e 66 anos (m = 29,6; dp = 8,5, sendo 49,5% entre 19 e 27 anos), majoritariamente masculina (71,9%), heterossexual (87,7%), catÃlica (42,1%). A primeira amostra respondeu ao QVB e a questÃes demogrÃficas. A amostra de encarcerados respondeu, alÃm do QVB, a 73 itens que abordaram diferentes facetas da vida dos detentos, a saber: histÃrico prisional, perfil educacional, perfil laboral, estrutura familiar, experiÃncia no sistema carcerÃrio, indicadores de saÃde mental e, por fim, questÃes demogrÃficas. Os resultados confirmaram as hipÃteses de congruÃncia e compatibilidade. Por outro lado, as hipÃteses relacionadas à comparaÃÃo dos nÃveis de microanomia em indivÃduos da populaÃÃo geral e encarcerados foram refutadas. PropÃem-se possÃveis explicaÃÃes teÃricas e metodolÃgicas. O presente estudo traz contribuiÃÃes para a compreensÃo do comportamento antissocial, possibilitando o desenvolvimento de modelos teÃricos.