Uso do Ãlccol e outras drogas entre homens que fazem sexo com homens em trÃs centros urbanos do estado do CearÃ

• Autor(a) principal: JoÃo Marcos de Meneses e Silva
• Data de Publicação: 2005
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10551
• topic: Homens que fazem sexo com homens; Alcohol; Risk-Taking; Drugs; Men that do sex with men; SAUDE PUBLICA

Na populaÃÃo de homens que fazem sexo com outros homens âHSH a relaÃÃo do consumo de Ãlcool como fator de risco para comportamentos sexuais tem relaÃÃo direta à transmissÃo e conseqÃente mortalidade pelo HIV, principalmente quando associada a mÃltiplos parceiros. VÃrias evidÃncias sugerem que os usuÃrios de drogas tÃm um importante papel no recente crescimento da incidÃncia de HIV e DST entre a populaÃÃo de HSH nos Estados Unidos, principalmente, entre os jovens. No estado do CearÃ, no Nordeste do Brasil, a ocorrÃncia de casos de AIDS entre usuÃrios de drogas injetÃveis à pouco expressiva, destacando-se os casos entre homo/ bissexuais masculinos. Os estudos jà realizados mostraram que o percentual de HSH em risco tem variado de forma importante, com variÃveis ainda desconhecidas ou pouco compreendidas. O conceito de âbeber se embriagandoâ traz uma sÃrie de questionamentos sobre a incidÃncia de comportamentos de risco nesse padrÃo de consumo. à definido como aquele bebedor que ingere uma grande quantidade de Ãlcool por vez (cinco ou mais doses) ficando embriagado, mas que nÃo se encontra nos critÃrios para o abuso do Ãlcool ou dependÃncia. No presente estudo, a incidÃncia destes bebedores foi de 63% dos HSH entrevistados e nÃo se observou o comportamento de risco (sexo anal desprotegido) em maior proporÃÃo entre os bebedores do que naqueles nÃo bebedores. TambÃm se observou que o consumo crescente de Ãlcool leva a um aumento do uso concomitante de outras drogas, sejam lÃcitas ou ilÃcitas. O Ãlcool atuaria como uma porta de entrada â gateway - para o consumo de outras drogas e para outros possÃveis comportamentos de risco, como o sexual. O percentual de homens consumindo cinco ou mais doses mostrou-se muito acima dos padrÃes encontrados em estudos americanos. Os indivÃduos que referiram receber dinheiro em troca de sexo foram mais freqÃentemente classificados como bebedores que se embriagam. AlÃm disto, entre aqueles de classe sÃcio-econÃmicas mais baixas (classe âDâ e âEâ) a troca de sexo por dinheiro, favores ou presentes foi significativamente mais elevada. Os encontros sexuais aos quais estas subpopulaÃÃes estÃo sujeita sÃo freqÃentemente acompanhados pelo consumo elevado do Ãlcool. A bebida alcoÃlica tem sido referida por esta populaÃÃo como uma das mediadoras deste tipo de relacionamento. Outro aspecto importante à o fato de que estas relaÃÃes costumam se iniciar em ambientes onde ocorre venda de bebidas. Verificou-se, ainda, neste estudo, que 90% dos que referiram ter feito teste para HIV no Ãltimo ano eram bebedores que se embriagavam. à possÃvel que a realizaÃÃo do teste anti-HIV, em tal populaÃÃo, seja mais freqÃente quanto maior seja sua percepÃÃo do risco associada ao seu comportamento sexual. Isto levaria estes indivÃduos a se preocuparem mais com seu estato sorolÃgico e, conseqÃentemente, realizarem o teste. Quanto à incidÃncia de bebedores que se embriagam em relaÃÃo à idade, observou-se que hà um aumento com a faixa etÃria, atà 55 anos, idade mÃxima investigada. Em outras populaÃÃes estudadas, tende-se a observar uma queda na prevalÃncia destes bebedores, principalmente entre indivÃduos mais velhos (acima de 60 anos). Esta populaÃÃo especÃfica poderia, por demorar mais tempo para assumir sua orientaÃÃo, ter este padrÃo diferenciado, dado que ao assumi-la, passa a procurar seus parceiros num ambiente que favorece o consumo do Ãlcool. Um aprofundamento desta questÃo faz-se necessÃrio nesta populaÃÃo. Um aprofundamento dessas questÃes se faz necessÃrio, sendo objeto de estudo para futuras pesquisas.