Alunos abjetos: etnografia da inclusÃo numa escola Municipal de Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ValÃria Cassandra Oliveira de Lima
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=16056
Resumo: Esta tese parte da apreensÃo da categoria aluno abjeto, identificada na escola pÃblica municipal de Fortaleza, que deflagra mecanismos objetivos na eliminaÃÃo escolar das condiÃÃes de aprendizagem de alunos diversos. Os alunos abjetos apresentam a produÃÃo de corporalidades e modos de expressÃo especÃficas, tanto na figura do Aluno com DeficiÃncia (ACD) como do Aluno ProblemÃtico (AP). Ele encerra formas de elaboraÃÃes sociais baseadas na radicalizaÃÃo da alteridade. Estes tipos se materializam na exclusÃo do sistema escolar, e a ela reagem, seja pela insujeiÃÃo pacÃfica à produÃÃo de sua abjeÃÃo, compondo formas de resistÃncia, ou sob processos de estigmatizaÃÃo de uma deficiÃncia. A constituiÃÃo desta categoria surgiu do esforÃo etnogrÃfico de compreender a inclusÃo escolar. Inicialmente, esse esforÃo compreendia a figura do ACD como sujeito de direito e principal agente da inclusÃo. O exercÃcio etnogrÃfico da escrita dos Cadernos de Campo, entretanto, fez enxergar o aluno que jà hà bastante tempo à eliminado do processo escolar, tanto socialmente, quanto no prÃprio mÃtier da escola: na aprendizagem. Constitui-se a categoria mediante a apresentaÃÃo de interlocutores de pesquisa. Neste contexto, questiona-se a possibilidade de representatividade polÃtica da categoria por meio de polÃticas pÃblicas assistenciais que visam tanto a recuperÃ-los, como a eliminÃ-los. O objetivo central da tese Ã, portanto, compreender a produÃÃo das abjeÃÃes sociais no corpo da escola, em procedÃncia na etnografia realizada de 2012 â 2013, e problematizar o alcance da representatividade polÃtica desta categoria. O conceito de abjeÃÃo parte das teorias feministas, Judith Butler (2002, 2003, 2007, 2009, 2012, 2013, 2015), Venna Das (1999, 2008) e Debora Polak (2008); o aparato analÃtico centra-se no conceito de genealogia de Foucault (1995, 2005, 2010, 2011, 2012) e a etnografia baseia-se no modelo de Favret-Saada (2005). A ideaÃÃo desse aluno se faz na interaÃÃo com os locus de aprendizagem, seus pares, a comunidade onde vivem e na relaÃÃo aluno e corpo docente. Procura-se, portanto, denotar essas categorias, menos focando na sua constituiÃÃo como problemas para a estrutura escolar, mas compreendendo-as como formas de produÃÃo das gestÃes de resistÃncia, elasticidade fronteirÃstica e de alteridades nÃo enquadradas nos padrÃes de normatizaÃÃo. A tese elabora mecanismos de compreensÃo para uma responsabilizaÃÃo, centrada no exercÃcio da cidadania, entendida como um procedimento dinÃmico e negociÃvel no corpo das interaÃÃes sociais.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisAlunos abjetos: etnografia da inclusÃo numa escola Municipal de FortalezaStudents objects: ethnography of inclusion in a municipal school in Fortaleza2016-01-29ErcÃlia Maria Braga de Olinda12146145315http://lattes.cnpq.br/3596726681015906 Ana Maria Iorio Dias22829733304http://lattes.cnpq.br/7968107654959280 JoÃo Emiliano Fortaleza de Aquino47872861372Rosa Maria Barros Ribeiro29692415368http://lattes.cnpq.br/7590743031997822Adriana Leite Limaverde Gomes16927974334http://lattes.cnpq.br/307234700219293682068275368http://lattes.cnpq.br/6465649998570178ValÃria Cassandra Oliveira de LimaUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em EducaÃÃoUFCBR InclusÃo escolar Aluno Abjeto Representatividade polÃticaSchool inclusion Abject student Political RepresentationEDUCACAOEsta tese parte da apreensÃo da categoria aluno abjeto, identificada na escola pÃblica municipal de Fortaleza, que deflagra mecanismos objetivos na eliminaÃÃo escolar das condiÃÃes de aprendizagem de alunos diversos. Os alunos abjetos apresentam a produÃÃo de corporalidades e modos de expressÃo especÃficas, tanto na figura do Aluno com DeficiÃncia (ACD) como do Aluno ProblemÃtico (AP). Ele encerra formas de elaboraÃÃes sociais baseadas na radicalizaÃÃo da alteridade. Estes tipos se materializam na exclusÃo do sistema escolar, e a ela reagem, seja pela insujeiÃÃo pacÃfica à produÃÃo de sua abjeÃÃo, compondo formas de resistÃncia, ou sob processos de estigmatizaÃÃo de uma deficiÃncia. A constituiÃÃo desta categoria surgiu do esforÃo etnogrÃfico de compreender a inclusÃo escolar. Inicialmente, esse esforÃo compreendia a figura do ACD como sujeito de direito e principal agente da inclusÃo. O exercÃcio etnogrÃfico da escrita dos Cadernos de Campo, entretanto, fez enxergar o aluno que jà hà bastante tempo à eliminado do processo escolar, tanto socialmente, quanto no prÃprio mÃtier da escola: na aprendizagem. Constitui-se a categoria mediante a apresentaÃÃo de interlocutores de pesquisa. 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It contains forms of social elaborations based on the radicalization of otherness, these types materialize in the exclusion from the school system, and relate to it, either by non-peaceful subjection the production of its abjection, composing forms of resistance, or under stigmatization processes disability . The constitution of this category came from ethnographic effort to understand the school inclusion. Initially this effort comprised the DS figure as a subject of law and the main inclusion agent. The ethnographic exercise of writing the Field Notebooks, however, were made to see the student who for quite some time is eliminated from the school process, both socially and in school mÃtier: learning. It constitutes the category by presenting research partners. In this context, it questions the possibility of political representation category through welfare policies aimed at both get them, how to eliminate them. The central goal of the thesis is to understand the production of social abjections the school, based of the ethnography origin in 2012 â 2013, and discuss the scope of political representation in this category. The concept of abjection of the feminist theories, Judith Butler (2002, 2003, 2007, 2009, 2012, 2013, 2015), Venna Das (1999, 2008) and Debora Polak (2008); the analytical apparatus focuses on the concept of genealogy of Foucault (1995, 2005, 2010, 2011, 2012) and ethnography is based on the model Favret-Saada (2005). The ideation that student is done in interaction with the locus of learning, their peers, the community where they live and the relationship student and faculty. Wanted therefore denote these categories, focusing less on their constitution as problems for the school structure, but understanding them as forms of production of resistance efforts, borderness elasticity and otherness not covered in the regulation standards. 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