RelaÃÃes ecolÃgicas entre Melampus coffeus (Gastropoda: Pulmonata) e a serapilheira no mÃdio estuÃrio do rio Pacoti, CearÃ

• Autor(a) principal: Diva da Silva Tavares
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6450
• topic: Ellobiidae; Rhizophora mangle; Detritos; Macrodetritivoro; Ellobiidae; Rhizophora mangle; Detritus; Macrodetritivore; ECOLOGIA

A serapilheira à essencial para a ciclagem de nutrientes e matÃria orgÃnica em ecossistemas florestais. Esses detritos vegetais sÃo fonte de alimento para diversos grupos de animais (os quais contribuem diretamente para a sua decomposiÃÃo) e parecem favorecer a formaÃÃo de microhabitats. Dessa forma, a presenÃa desse material sobre o solo pode servir como refÃgio para diversos organismos nos manguezais. O gastrÃpode Melampus coffeus (Linnaeus 1758) (Ellobiidae) à uma espÃcie comum em manguezais do AtlÃntico e se alimenta de folhas de mangue. Esses moluscos podem ser importantes componentes nas teias alimentares com base em detritos por, possivelmente, serem capazes de acelerar os processos de decomposiÃÃo de tecidos vegetais senescentes de mangue e facilitarem seu consumo por outros organismos. Foi assumida a hipÃtese de que M. coffeus utiliza a serapilheira como fonte de alimento, e assim acelera sua decomposiÃÃo, e como refÃgio, de modo que sua distribuiÃÃo espacial à afetada diretamente pela biomassa desses detritos vegetais. O objetivo geral do trabalho foi avaliar a distribuiÃÃo espacial de M. coffeus em relaÃÃo à biomassa de diferentes fraÃÃes de serapilheira, alÃm de avaliar o comportamento alimentar desses animais diante dessas estruturas vegetais. Para isso, foram realizadas coletas mensais, de janeiro a dezembro de 2010, de M. coffeus e de serapilheira em um bosque de franja dominado por R. mangle, localizado no mÃdio estuÃrio do rio Pacoti, CearÃ. A distribuiÃÃo espacial dos animais, quanto à densidade populacional e à altura da concha, foi avaliada em relaÃÃo à biomassa de diferentes estruturas de R. mangle amostradas na serapilheira. AlÃm disso, foram realizados experimentos em laboratÃrio, para avaliar a preferÃncia alimentar desses gastrÃpodes em relaÃÃo a galhos, flores e folhas de R. mangle, e em campo, para verificar a importÃncia desses invertebrados na decomposiÃÃo das folhas de mangue presentes sobre o solo do bosque estudado. Os resultados indicaram que a presenÃa de galhos na serapilheira favorece a ocupaÃÃo por indivÃduos de M. coffeus de menor tamanho, possivelmente por fornecer abrigo contra predadores e contra a dessecaÃÃo, jà que indivÃduos menores tendem a ser mais suscetÃveis a esses fatores. Contudo, esses animais parecem evitar tais estruturas como fonte de alimento e dÃo preferÃncia a estruturas provavelmente mais palatÃveis, como folhas e flores. Os resultados encontrados no experimento de campo indicaram que esses moluscos consomem tecidos foliares, sobretudo quando esses tecidos chegam a estÃgios mais avanÃados de decomposiÃÃo. Assim, em virtude de sua abundÃncia em Ãreas de mangue e de suas relaÃÃes ecolÃgicas com a serapilheira, essa espÃcie pode ser uma ferramenta de grande importÃncia nos estudos de conservaÃÃo, jà que sua presenÃa pode ser influenciada pela produÃÃo de serapilheira e, conseqÃentemente pela estrutura do mangue, alÃm de sua distribuiÃÃo espacial ser potencialmente capaz de afetar outros grupos de organismos que possivelmente se relacionam na teia alimentar dos manguezais.