Estudo do hidrÃxido de cÃlcio associado ou nÃo à clorexidina como medicaÃÃo intracanal de dentes permanentes necrosados

• Autor(a) principal: FranÃoise Parahyba Dias
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5511
• topic: Clorexidina; Microbiologia; Chlorhexidine; Calcium hydroxide; Dental pulp necrosis; Denttion permanent; Microbiology; ODONTOLOGIA

Ciente de que o principal objetivo do tratamento endodÃntico consiste na eliminaÃÃo de microorganismos e evitar a reinfecÃÃo dentro do canal radicular, e que as infecÃÃes sÃo polimicrobianas e difÃceis de serem eliminadas, o preparo biomecÃnico alÃm de ser primordial para a desinfecÃÃo, à incapaz de erradicar todos os microorganismos. EntÃo, utiliza-se da medicaÃÃo intracanal como coadjuvante ao tratamento, reduzindo a microbiota endodÃntica e favorecendo o reparo da lesÃo periapical. Contudo, esta dissertaÃÃo à constituÃda de dois artigos e propÃe-se, mediante uma revisÃo de literatura, apresentar e discutir as medicaÃÃes intracanais mais utilizadas atualmente na Endodontia â hidrÃxido de cÃlcio e clorexidina, e, por meio de uma pesquisa, avaliar o efeito antibacteriano do preparo biomecÃnico e de uma pasta à base de hidrÃxido de cÃlcio associada ou nÃo à clorexidina a 2 %, como medicaÃÃo intracanal, no tratamento de dentes necrosados apÃs trauma, bem como verificar a presenÃa dos microorganismos Fusobacterium nucleatum e bacilo pigmentado negro no interior do canal radicular desses dentes. De acordo com os critÃrios de inclusÃo, a amostra constituiu-se de 14 incisivos necrosados apÃs trauma. As coletas microbiolÃgicas foram adquiridas apÃs a abertura coronÃria (C1), preparo biomecÃnico (C2), medicaÃÃo intracanal (C3) e 72h depois da retirada da medicaÃÃo (C4). Mediante sorteio, oito pacientes utilizaram como medicaÃÃo intracanal o hidrÃxido de cÃlcio e seis pacientes a pasta de hidrÃxido de cÃlcio associada à clorexidina a 2 %. As coletas foram realizadas introduzindo sequencialmente trÃs cones de papel absorvente estÃril, de diÃmetro compatÃvel com o do canal radicular, no interior deste por aproximadamente um minuto e transferidas para um tubo contento um fluido reduzido para transporte e levadas ao laboratÃrio para processamento microbiolÃgico. Os resultados foram avaliados pelos testes Friedman, Conover-Inman e Kruskall-Wallis (p<0.05). Os microorganismos foram encontrados em 100 % dos canais radiculares, das amostras iniciais (C1), enquanto na C2 foram detectados em apenas 3/14 (21.4 %) das amostras, resultando numa reduÃÃo do nÃmero de unidades formadoras de colÃnias, estatisticamente significante (p<0.001) entre C1 e C2. O mesmo nÃo ocorreu quando comparados C2 com C3, C2 com C4 e C3 com C4, independentemente da medicaÃÃo. Foi constatada em C1 a predominÃncia de cocos Gram-positivos (8/14) e negativos (9/14), representando 57.1 % e 64.3 %, respectivamente. Na C2 sà foram detectados morfotipos bacterianos positivos, num total de 3/14 (21,4 %) de cocos Gram-positivos e 2/14 (14.3 %) de bacilos Gram-positivos. O microorganismo Fusobacterium nucleatum e o bacilo pigmentado negro foram observados em 8/14 (57.1 %) e 3/14 (21.4 %), respectivamente, das amostras iniciais, sendo apenas o primeiro encontrado em 1/6 (16.1 %) amostras, apÃs a utilizaÃÃo do hidrÃxido de cÃlcio. Concluiu-se que o preparo biomecÃnico de dentes necrosados apÃs trauma, utilizando NaOCl a 2.5 %, desempenha seu papel em reduzir significantemente a microbiota dos canais radiculares, porÃm o hidrÃxido de cÃlcio ou a sua associaÃÃo com clorexidina a 2 % possuem efeito antibacteriano limitado, nÃo sendo capazes de prevenir o recrescimento de bactÃrias apÃs seu uso como medicaÃÃo intracanal.