A leitura crÃtica a partir da interpretaÃÃo de charges jornalÃsticas

• Autor(a) principal: Janicleide Vidal Maia
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6089
• topic: Leitura CrÃtica; Charge; ArgumentaÃÃo; Critical Reading; Newspaper Cartoons; Argumentation; LINGUISTICA

Este trabalho de pesquisa teve como objetivo perscrutar a compreensÃo leitora crÃtica de alunos concluintes do Ensino MÃdio de uma escola pÃblica de Fortaleza a partir da leitura de charges jornalÃsticas. O corpus deste trabalho à constituÃdo das anÃlises dos alunos-leitores, mediante resposta de instrumental, referentes a duas charges. Ao refletir sobre a anÃlise, tomamos por base a relaÃÃo entre os elementos semiÃticos (verbal e nÃo-verbal) na constituiÃÃo do posicionamento crÃtico dos sujeitos. Ao se pressupor ser o conhecimento de mundo que subjaz à anÃlise crÃtica, fruto das prÃticas sociais, optamos tambÃm por investigar a gÃnese desse conhecimento. Nossas hipÃteses seriam que o leitor crÃtico se posicionaria mediante a elaboraÃÃo de tese e criaÃÃo de argumentos que a embasassem; consideramos, tambÃm, que as imagens na charge se apresentariam como fortes recursos expressivos e influenciadores na criaÃÃo das teses e de seus possÃveis argumentos; em relaÃÃo Ãs influÃncias exercidas pelas interrelaÃÃes, acreditÃvamos que a mÃdia seria a maior influenciadora. A pesquisa, entÃo, norteada por uma concepÃÃo de lÃngua bakhtiniana, fundamentada nas pesquisas sobre o senso crÃtico de Carraher e embasada na anÃlise semiolinguÃstica do discurso de Charraudeau, reflexionou sobre o ato de linguagem protagonizado pelos sujeitos produtor/locutor (EUe/EUc) e leitor/interlocutor (TUd/TUi), atravÃs do qual se desenha o dispositivo argumentativo composto de trÃs quadros: proposta, proposiÃÃo e persuasÃo. Os resultados nos permitiram concluir que a linguagem nÃo-verbal cumpre um papel importantÃssimo no processo de significaÃÃo crÃtica nas charges e subsidia a interpretaÃÃo crÃtica dos leitores. Confirmamos tambÃm: a) a hipÃtese de que os leitores mais perspicazes fariam uma anÃlise crÃtica das charges mediante a elaboraÃÃo de uma tese embasada por argumentos; b) a forte influÃncia da mÃdia na constituiÃÃo do conhecimento enciclopÃdico dos leitores. A anÃlise dos dados nos permitiu ainda comprovar que a leitura de charges se constitui uma oportunidade de o leitor, enquanto indivÃduo autÃnomo, interpretar as ideologias que subjazem os discursos que permeiam o nosso cotidiano sociocultural. Sendo assim, nossa pesquisa, em termos de implicaÃÃo pedagÃgica, constata o quÃo relevante à a inserÃÃo do gÃnero charge nas prÃticas de leitura, em sala de aula, com o propÃsito de propiciar a formaÃÃo de leitores crÃticos.