Moderno-Espiritualismo e EspaÃo PÃblico Republicano - MaÃons, EspÃritas e Teosofistas no CearÃ

• Autor(a) principal: Marcos Josà Diniz Silva
• Data de Publicação: 2009
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3126
• topic: Moderno-espiritualismo; Catolicismo; EspaÃo pÃblico; Espiritismo â Cearà â SÃc. XX; Modern-spiritualism; Catholicism; Public scene; SOCIOLOGIA

Analisa a atuaÃÃo de maÃons, espÃritas e teosofistas no espaÃo pÃblico cearense da primeira metade do sÃculo XX, enquanto componentes de uma configuraÃÃo moderno-espiritualista, aqui definida como vertente espiritualista influenciada pelo racionalismo, cientificismo-positivista e guardando elementos das tradiÃÃes esotÃricas e ocultistas. As ideias moderno-espiritualistas de evoluÃÃo espiritual atravÃs da reencarnaÃÃo, de evoluÃÃo planetÃria e cÃsmica, de comunicabilidade entre os vivos e os mortos (EspÃritos), de fraternidade e unidade essencial de todas as crenÃas religiosas; serà perceptÃvel nos discursos e prÃticas sociais dos seus adeptos, atravÃs da formulaÃÃo de proposiÃÃes alternativas de carÃter religioso, social, polÃtico. Em seu processo de inserÃÃo e difusÃo, aqui percebido entre as dÃcadas de 10 e 30, do sÃculo passado, confrontam-se essas novas ideias com o catolicismo dominante, em reorganizaÃÃo institucional apÃs a secularizaÃÃo republicana e o estabelecimento da liberdade religiosa (ConstituiÃÃo de 1891). Na percepÃÃo dessa disputa, opta-se por entendÃ-los enquanto componentes de duas configuraÃÃes: a moderno-espiritualista (maÃons, espÃritas, teosofistas) e a catÃlica, representada pelo clero e seu laicato; à medida que guardam relaÃÃes de interdependÃncia, em funÃÃo dos laÃos de afinidade positiva presentes na primeira composiÃÃo, e dos laÃos de afinidade negativa desta com a segunda. Disto resulta uma relaÃÃo conflituosa no espaÃo pÃblico (imprensa, associaÃÃes operÃrias, cÃvicas, literÃrias, filantrÃpicas) quando da difusÃo das concepÃÃes moderno-espiritualistas de homem, sociedade e humanidade, tais como liberdade e igualdade religiosas; Estado laico; âquestÃo socialâ como problema moral-espiritual; alianÃa entre a religiÃo e a ciÃncia; e a caridade e fraternidade universal entre povos, crenÃas e raÃas, como condiÃÃo para a evoluÃÃo planetÃria. No polo oposto colocava-se a Igreja CatÃlica acusando-os de vÃcios da modernidade, adeptos do ateÃsmo, liberalismo dissolvente, culto diabÃlico e movimento conspiratÃrio. Assim, a atuaÃÃo de maÃons, espÃritas, teosofistas, como corrente espiritualista diversa do espiritualismo tradicional, constituiu-se alternativa ideolÃgica original; concorrendo com o catolicismo e as organizaÃÃes partidÃrias e sindicais de esquerda, nos embates religiosos e sociopolÃticos no Cearà da Primeira e Segunda RepÃblicas