"Abuso sexual e sociometria: um estudo dos vÃnculos afetivos em famÃlias incestuosas"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=547 |
Resumo: | O trabalho teve como objetivo estudar os vÃnculos afetivos em famÃlias onde ocorrem relaÃÃes incestuosas. Foram estudadas famÃlias atendidas pelo Projeto Sentinela, que se destina ao atendimento psicossocial a crianÃas e adolescentes vÃtimas de violÃncia sexual, e que à vinculado ao Centro de ReferÃncia de AtenÃÃo à CrianÃa e ao Adolescente VÃtimas de ViolÃncia, da Secretaria de AÃÃo Social do Governo do Estado do CearÃ. A amostra foi constituÃda de cinco famÃlias, onde houve a prÃtica de abuso sexual contra crianÃas do sexo feminino cometido pelo pai ou padrasto. As vÃtimas se situavam na faixa etÃria entre sete e quinze anos de idade e eram do sexo feminino. O instrumento de pesquisa foi o teste sociomÃtrico, que estuda as estruturas sociais atravÃs das escolhas e rejeiÃÃes que ocorrem dentro dos grupos humanos. Os resultados demonstraram a estrutura sociomÃtrica dos grupos, o status social ocupado pelos participantes, os vÃnculos que se encontram harmoniosos e os que apresentam conflitos. Os dados colhidos indicaram que as vÃtimas apresentam a auto-estima rebaixada e dÃficits de percepÃÃo, que as mÃes gozam de elevado status social dentro dos grupos, que as filhas vitimadas tambÃm mantÃm um bom nÃvel de aceitaÃÃo por todos os membros da famÃlia, mas nÃo conseguem perceber essa posiÃÃo dentro do grupo, e que os agressores figuram como membros rejeitados dentro da organizaÃÃo familiar, podendo constituir-se em focos de tensÃo e ameaÃa para o equilÃbrio grupal, se seus vÃnculos nÃo forem trabalhados. O estudo constata que os vÃnculos afetivos se configuram de maneira diversa para cada grupo, podendo sofrer influÃncias de fatores como o tempo, a cultura e o contexto social no qual se apresentam, o que leva a crer que a prÃtica das relaÃÃes incestuosas pode ser impulsionada por essas peculiaridades do modo de vinculaÃÃo de cada famÃlia, e, portanto, nÃo deve ser compreendida apenas pelo viÃs psicolÃgico. Chega à compreensÃo de que os membros das famÃlias incestuosas estÃo envolvidos em uma trama de relaÃÃes disfuncionais e alerta para a necessidade de desconstruir crenÃas fortemente arraigadas no senso comum, como a culpabilizaÃÃo de mÃes e vÃtimas e a demonizaÃÃo dos agressores. Considera a necessidade de incluir o agressor nas possÃveis intervenÃÃes, uma vez que o mesmo, embora figure como membro rejeitado, mantÃm relaÃÃes carregadas de afeto dentro dos grupos. Considera que o conhecimento aprofundado dos vÃnculos afetivos nas famÃlias incestuosas pode servir de subsÃdio para a criaÃÃo de programas e projetos na Ãrea das polÃticas pÃblicas, uma vez que dispÃe de instrumentos que podem viabilizar um diagnÃstico precoce dos casos, instrumentalizar os profissionais, tanto no aspecto tÃcnico quanto emocional para o lidar com as questÃes relativas à violÃncia sexual, assim como fornecer mÃtodos terapÃuticos para os indivÃduos e grupos atingidos. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis"Abuso sexual e sociometria: um estudo dos vÃnculos afetivos em famÃlias incestuosas"Sexual abuse and Sociometry: A study of affective bonds in incestuous families2006-05-24Veriana de FÃtima Rodrigues ColaÃo16729196491http://lattes.cnpq.br/4052574912000577Ãngela de Alencar Araripe Pinheiro08186430300http://lattes.cnpq.br/7179410729216916Ana Ruth MacÃdo Monteiro28926048349http://lattes.cnpq.br/7807421121458701 17433959300http://lattes.cnpq.br/9293609640610948Delane Pessoa MatiasUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em PsicologiaUFCBRSociometria Incesto VÃnculosSociometry Incest BondsPSICOLOGIA SOCIALO trabalho teve como objetivo estudar os vÃnculos afetivos em famÃlias onde ocorrem relaÃÃes incestuosas. Foram estudadas famÃlias atendidas pelo Projeto Sentinela, que se destina ao atendimento psicossocial a crianÃas e adolescentes vÃtimas de violÃncia sexual, e que à vinculado ao Centro de ReferÃncia de AtenÃÃo à CrianÃa e ao Adolescente VÃtimas de ViolÃncia, da Secretaria de AÃÃo Social do Governo do Estado do CearÃ. A amostra foi constituÃda de cinco famÃlias, onde houve a prÃtica de abuso sexual contra crianÃas do sexo feminino cometido pelo pai ou padrasto. As vÃtimas se situavam na faixa etÃria entre sete e quinze anos de idade e eram do sexo feminino. O instrumento de pesquisa foi o teste sociomÃtrico, que estuda as estruturas sociais atravÃs das escolhas e rejeiÃÃes que ocorrem dentro dos grupos humanos. Os resultados demonstraram a estrutura sociomÃtrica dos grupos, o status social ocupado pelos participantes, os vÃnculos que se encontram harmoniosos e os que apresentam conflitos. Os dados colhidos indicaram que as vÃtimas apresentam a auto-estima rebaixada e dÃficits de percepÃÃo, que as mÃes gozam de elevado status social dentro dos grupos, que as filhas vitimadas tambÃm mantÃm um bom nÃvel de aceitaÃÃo por todos os membros da famÃlia, mas nÃo conseguem perceber essa posiÃÃo dentro do grupo, e que os agressores figuram como membros rejeitados dentro da organizaÃÃo familiar, podendo constituir-se em focos de tensÃo e ameaÃa para o equilÃbrio grupal, se seus vÃnculos nÃo forem trabalhados. O estudo constata que os vÃnculos afetivos se configuram de maneira diversa para cada grupo, podendo sofrer influÃncias de fatores como o tempo, a cultura e o contexto social no qual se apresentam, o que leva a crer que a prÃtica das relaÃÃes incestuosas pode ser impulsionada por essas peculiaridades do modo de vinculaÃÃo de cada famÃlia, e, portanto, nÃo deve ser compreendida apenas pelo viÃs psicolÃgico. Chega à compreensÃo de que os membros das famÃlias incestuosas estÃo envolvidos em uma trama de relaÃÃes disfuncionais e alerta para a necessidade de desconstruir crenÃas fortemente arraigadas no senso comum, como a culpabilizaÃÃo de mÃes e vÃtimas e a demonizaÃÃo dos agressores. Considera a necessidade de incluir o agressor nas possÃveis intervenÃÃes, uma vez que o mesmo, embora figure como membro rejeitado, mantÃm relaÃÃes carregadas de afeto dentro dos grupos. Considera que o conhecimento aprofundado dos vÃnculos afetivos nas famÃlias incestuosas pode servir de subsÃdio para a criaÃÃo de programas e projetos na Ãrea das polÃticas pÃblicas, uma vez que dispÃe de instrumentos que podem viabilizar um diagnÃstico precoce dos casos, instrumentalizar os profissionais, tanto no aspecto tÃcnico quanto emocional para o lidar com as questÃes relativas à violÃncia sexual, assim como fornecer mÃtodos terapÃuticos para os indivÃduos e grupos atingidos. The objective of the present study was to characterize the affectional bonds of families affected by incestuous relationships. The study population consisted of five families, in which children of the female sex had been abused by the father or stepfather, attending a psychosocial care service (Projeto Sentinela) for children and adolescents suffering sexual abuse, affiliated to a state reference center for children and adolescents exposed to violence (Centro de ReferÃncia de AtenÃÃo à CrianÃa e ao Adolescente VÃtimas de ViolÃncia, Secretaria de AÃÃo Social do Governo do Estado do CearÃ). Victims were seven years old or over. A sociometric test was employed surveying social structures through choices and rejections observed within the social group. The test provided information on sociometric group structure, individual social status as well as negative and positive affectional bonds. Our findings show that victims suffered from lowered self-esteem and perception deficit, that mothers are attributed a high social status within the group, that victims are in good social standing in the group though unaware of the fact, and that aggressors are viewed by the familiy as rejectees and, if left unassisted, a source of tension and threat to the overall group balance. The affectional bonds observed varied according to family characteristics, time and cultural and social context, suggesting that incestuous behavior may be associated with such factors and should not be analyzed from the psychological perspective alone. The dysfunctional relationships observed in incestuous families point to the need for deconstructing the common belief that incest is the fault of mothers and victims and that aggressors are necessarily perverse. Aggressors should be included in interventions in consideration of their psychological distress and affectional relationships within the group. It considers that the deepened knowledge of the affective bonds in the incestuous families can serve of subsidy for the creation of programs and projects in the area of the public politics, a time that makes use of instruments that can make possible a precocious diagnosis of the cases, to provide the means for someone else to qualify the professionals, as much in the aspect how much emotional technician to deal it with the relative questions to the sexual violence, as well as supplying to therapeutical methods the individuals and reached groups.http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=547application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:13:37Zmail@mail.com - |
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The objective of the present study was to characterize the affectional bonds of families affected by incestuous relationships. The study population consisted of five families, in which children of the female sex had been abused by the father or stepfather, attending a psychosocial care service (Projeto Sentinela) for children and adolescents suffering sexual abuse, affiliated to a state reference center for children and adolescents exposed to violence (Centro de ReferÃncia de AtenÃÃo à CrianÃa e ao Adolescente VÃtimas de ViolÃncia, Secretaria de AÃÃo Social do Governo do Estado do CearÃ). Victims were seven years old or over. A sociometric test was employed surveying social structures through choices and rejections observed within the social group. The test provided information on sociometric group structure, individual social status as well as negative and positive affectional bonds. Our findings show that victims suffered from lowered self-esteem and perception deficit, that mothers are attributed a high social status within the group, that victims are in good social standing in the group though unaware of the fact, and that aggressors are viewed by the familiy as rejectees and, if left unassisted, a source of tension and threat to the overall group balance. The affectional bonds observed varied according to family characteristics, time and cultural and social context, suggesting that incestuous behavior may be associated with such factors and should not be analyzed from the psychological perspective alone. The dysfunctional relationships observed in incestuous families point to the need for deconstructing the common belief that incest is the fault of mothers and victims and that aggressors are necessarily perverse. Aggressors should be included in interventions in consideration of their psychological distress and affectional relationships within the group. It considers that the deepened knowledge of the affective bonds in the incestuous families can serve of subsidy for the creation of programs and projects in the area of the public politics, a time that makes use of instruments that can make possible a precocious diagnosis of the cases, to provide the means for someone else to qualify the professionals, as much in the aspect how much emotional technician to deal it with the relative questions to the sexual violence, as well as supplying to therapeutical methods the individuals and reached groups. |
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