A pesca de pequena escala nos litorais setentrional e oriental do Rio Grande do Norte: Bioecologia da Ictiofauna Marinha e DinÃmica das Pescarias

• Autor(a) principal: Alessandra Cristina da Silva
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7764
• topic: Bioecologia; Ictiofauna; Pesca; Bioecology; Ichthyofauna; Fishing; ENGENHARIA DE PESCA

O litoral do Rio Grande do Norte, devido à sua orientaÃÃo geogrÃfica, possui particularidades que o distingue das outras zonas costeiras do Nordeste brasileiro. Com caracterÃsticas climatolÃgicas, geomorfolÃgicas e fitogeogrÃficas diferentes, o litoral à dividido em duas Ãreas distintas: setentrional e oriental, onde a frota de pequena escala atua com grande efetividade. Apesar de ser uma atividade de grande importÃncia socioeconÃmica, esse setor atualmente està tendo dificuldades no seu ordenamento, devido à alta complexidade que apresenta, dificultando a obtenÃÃo de informaÃÃes necessÃrias para a avaliaÃÃo e monitoramento das pescarias. Portanto, o objetivo central da pesquisa foi analisar a bioecologia da ictiofauna marinha e a dinÃmica das pescarias, considerando a orientaÃÃo geogrÃfica e as mudanÃas estacionais dos fatores climÃticos do litoral do Rio Grande do Norte. Os dados utilizados foram obtidos durante a execuÃÃo do Projeto de EstatÃstica Pesqueira no Rio Grande do Norte, coordenado pelo Centro de Pesquisa e GestÃo de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste e desenvolvido pela GerÃncia Executiva do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenovÃveis, no perÃodo de janeiro de 2005 a dezembro de 2006. Para atender os objetivos, a bioecologia da ictiofauna marinha foi analisada com base em quatro objetos de estudo: composiÃÃo, caracterizaÃÃo (ecolÃgica e comercial), abundÃncia e diversidade, avaliando possÃveis diferenÃas estacionais nos dois Ãltimos componentes que, posteriormente, foram descritos e correlacionados com a biologia das principais espÃcies. A dinÃmica das pescarias foi analisada por meio de quatro objetos de estudo: caracterizaÃÃo das embarcaÃÃes e aparelhos-de-pesca, esforÃo de pesca, rendimento e composiÃÃo especÃfica, tambÃm avaliando possÃveis diferenÃas estacionais que foram descritas e relacionadas com as principais espÃcies capturadas. TÃcnicas multivariadas foram utilizadas com o objetivo de sintetizar a estrutura de variabilidade dos dados, facilitando a interpretaÃÃo dos resultados. Dessa forma, o litoral setentrional apresentou-se como um ambiente com variaÃÃes estacionais evidenciadas principalmente pela presenÃa de uma importante Ãrea de ressurgÃncia, onde a estrutura da ictiofauna foi definida pela baixa diversidade especÃfica e composta por espÃcies pelÃgicas com altos nÃveis de biomassa. Os principais recursos dessa Ãrea corresponderam à pesca do peixe voador e do dourado, tendo o bote com linha/jererÃ, a pescaria de melhor desempenho na captura dessas espÃcies, que à mais acentuada na estaÃÃo chuvosa devido ao perÃodo reprodutivo do peixe voador. O litoral oriental demonstrou caracterÃsticas distintas daquelas do setentrional, com um ambiente mais complexo devido à presenÃa de um grande nÃmero de recifes de coral, onde a estrutura da ictiofauna apresentou uma alta diversidade especÃfica e composta por espÃcies demersais com baixos nÃveis de abundÃncia especÃfica. Os principais recursos dessa Ãrea foram referentes Ãs vÃrias espÃcies das famÃlias Lutjanidae, Haemulidae e Carangidae, sendo os paquetes com rede-de-espera e linha, as pescarias mais importantes desse litoral durante todo o ano. Conclui-se que, a estruturaÃÃo das informaÃÃes sobre a bioecologia da ictiofauna marinha e dinÃmica das pescarias comprovou a hipÃtese levantada, que foi a seguinte: âAs especificidades ambientais dos litorais setentrional e oriental do Estado do Rio Grande do Norte modelam a estrutura da ictiofauna marinha que configuram diferentes estratÃgias de explotaÃÃo executadas pela pesca de pequena escalaâ