A modalidade deÃntica na construÃÃo da persuasÃo em discursos polÃticos

• Autor(a) principal: LÃia Cruz de Menezes
• Data de Publicação: 2006
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=518
• topic: Modalidade DeÃntica Discurso PolÃtico GramÃtica Funcional; Deontic modality Political speech Functionalist theory; LETRAS

Objetivando analisar de que modo expressÃes lingÃÃsticas da modalidade deÃntica atuam no sentido de viabilizar a adesÃo do auditÃrio a pontos de vista defendidos em discursos polÃticos, pesquisamos, sob o prisma da orientaÃÃo funcionalista, quarenta e quatro discursos proferidos por Deputados Federais no plenÃrio da CÃmara por ocasiÃo das discussÃes envolvendo a proposta de reforma no regime previdenciÃrio dos servidores pÃblicos, ao longo do primeiro semestre de 2003. Entendida como a modalidade relacionada à possibilidade ou necessidade de atos executados por agentes moralmente responsÃveis, a modalidade deÃntica foi analisada do ponto de vista sintÃtico, semÃntico e pragmÃtico. A pesquisa revelou a existÃncia de uma relaÃÃo entre pressÃo social sob os oradores e freqÃÃncia de uso de expressÃes deonticamente modalizadas, a saber, quanto maior a pressÃo em torno da aprovaÃÃo/rejeiÃÃo do projeto em tramitaÃÃo, mais freqÃentemente se valeram os parlamentares de expressÃes capazes de, entre outras funÃÃes, apresentÃ-los à opiniÃo pÃblica como autoridades dispostas a lutar pelos interesses da comunidade. Quanto aos meios lingÃÃsticos de expressÃo da modalidade deÃntica, constatamos a alta produtividade do verbo auxiliar modal, destacando-se o verbo dever na instauraÃÃo de obrigaÃÃes. Observamos tambÃm a elevada produtividade da exclusÃo do orador do alvo sobre o qual recai o valor deÃntico instaurado. A predileÃÃo dos parlamentares por apresentarem-se à opiniÃo pÃblica como indivÃduos que jà arcaram com o Ãnus que lhes competia na execuÃÃo de uma tarefa, ou por levar a audiÃncia a crer que a competÃncia para a realizaÃÃo de algo à de outrem, cabendo-lhes denunciar e cobrar, à justificada na medida em que essa estratÃgia revelou-se mecanismo de atenuaÃÃo da pressÃo por parte do auditÃrio sobre a figura do orador, transferindo expectativas e cobranÃas a outros indivÃduos ou a instituiÃÃes.