EvoluÃÃo da endemia hansÃnica no Estado do CearÃ: CaracterÃsticas epidemiolÃgicas e operacionais no perÃodo de 1970 a 1996

• Autor(a) principal: Clodis Maria Tavares
• Data de Publicação: 1997
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10514
• topic: Leprosy; Endemic Diseases; Epidemiology; SAUDE PUBLICA

O Cearà vem registrando nos Ãltimos anos, um aumento nas taxas de detecÃÃo de hansenÃase. Os dados do perÃodo de 1970 a 1996 revelam que as taxas de detecÃÃo aumentaram, passando de 0,23/10.000 habitantes em 1970 para 2,77/10.000 habitantes em 1996, correspondendo um crescimento com variaÃÃo de 1 104,34%. Essa ascendÃncia freqÃentemente à interpretada como evidÃncia de expansÃo da endemia, como o aumento de transmissÃo da doenÃa, ou tambÃm aos fatores operacionais, atravÃs do aumento da cobertura dos serviÃos de saÃde, principalmente no interior do Estado. Esse trabalho teve como objetivo, estudar e analisar a situaÃÃo epidemiolÃgica e operacional da hansenÃase no Estado do CearÃ, no perÃodo de 1970 a 1996, atravÃs de seus indicadores, visando avaliar a magnitude desta patologia, no CearÃ, distribuÃdos nos 14 Departamentos Regionais de SaÃde, inclusive na Capital alencarina. O mÃtodo utilizado foi um estudo retrospectivo, descritivo e analÃtico de uma sÃrie histÃrica de casos de hansenÃase dos Ãltimos 26 anos. Foi estudada a tendÃncia das taxas de detecÃÃo brutas e especÃficas por sexo e grupo etÃrio, bem como as proporÃÃes das diversas formas clÃnicas da doenÃa, comparando com outros estudos de autores brasileiros e estrangeiros, levantados na revisÃo de literatura. Como o perÃodo analisado inclui marcos importantes na evoluÃÃo da terapÃutica e do enfoque das polÃticas de controle da hansenÃase, realizou-se um breve histÃrico, correlacionado o fenÃmeno epidemiolÃgico com resultados operacionais. Observa-se, tambÃm, a queda progressiva da prevalÃncia a partir de 1990, com um descenso acumulado de 60%, devido à implantaÃÃo de um novo esquema de tratamento (poliquimioterapia-PQT/OMS) e limpeza de arquivo, com impacto de forma acentuada da endemia hansÃnica. Estudam-se tambÃm as saÃdas do registro ativo, seus motivos e graus de incapacidade no momento da cura, assim tambÃm como as coortes de multibacilares e paucibacilares. O plano de aÃÃo para a eliminaÃÃo da hansenÃase como problema de saÃde pÃblica à analisado, levando-se a uma projeÃÃo para o ano 2000, o que, baseada na ascensÃo observada no perÃodo estudado e na continuaÃÃo das polÃticas de controle e eliminaÃÃo da hansenÃase, mantendo-se a mesma velocidade e utilizando as mesmas estratÃgias, alcanÃaremos a meta da OMS, apenas no ano 2008. Portanto, se nÃo houver um maior incremento na descentralizaÃÃo das aÃÃes de diagnÃstico e controle, sensibilizando profissionais de saÃde e, principalmente, priorizaÃÃo por parte dos gestores com definiÃÃes polÃticas, necessitaremos ainda de 12 anos para a almejada meta de 1 doente por 10.000 habitantes.