Aborto provocado e sua interface com a gravidez nÃo planejada.

• Autor(a) principal: Carolina Barbosa Jovino de Souza Costa
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7753
• topic: Family Planning; Abortion, Induced; Contraception.; ENFERMAGEM

Tratou-se de estudo com abordagem quantitativa, transversal, do tipo levantamento, que teve como objetivo geral investigar sobre a prÃtica do aborto provocado e sua relaÃÃo com a gravidez nÃo planejada, comparativamente com o aborto espontÃneo e como objetivos especÃficos analisar aspectos demogrÃficos, socioeconÃmicos e reprodutivos comparativamente ao aborto provocado e espontÃneo; verificar o conhecimento e a prÃtica anticoncepcional prÃvia a gestaÃÃo interrompida por aborto provocado e por aborto espontÃneo e conhecer os meios utilizados na prÃtica do aborto provocado e os motivos determinantes. Foi realizado no Hospital Distrital Gonzaga Mota da Barra do Cearà e no Hospital Geral Dr. Cesar Cals (HGCC), de junho a dezembro de 2011. A populaÃÃo correspondeu Ãs mulheres em abortamento com idade maior ou igual a 18 anos atendidas nos respectivos hospitais no perÃodo da coleta de dados. A entrevista seguiu um formulÃrio estruturado, que foi prÃ-testado. Finalizou-se o estudo com 70 participantes, sendo 33 (47,1%) mulheres que tiveram aborto provocado e 37 (52,9%) aborto espontÃneo. Os dados receberam tratamento estatÃstico descritivo e as comparaÃÃes das mÃdias dessas variÃveis e o tipo de aborto foram realizados por meio do teste t de Student para dados independentes e com variÃncia desiguais (analisadas pelo teste de Levene). Compararam-se, somente para aborto provocado, as porcentagens das variÃveis dicotÃmicas por meio do teste z para proporÃÃes. As anÃlises de associaÃÃes entre tipo de abortamento e as variÃveis nominais foram realizadas por meio do &#61539;2 e de razÃo de verossimilhanÃa. Calcularam-se as razÃes de chances (RC) com seus respectivos IC95% entre tipo de abortamento e essas variÃveis. Consideraram-se como estatisticamente significantes as analises com p<0,05. Dentre as variÃveis demogrÃficas e socioeconÃmicas, somente a mÃdia do nÃmero de pessoas na famÃlia apresentou associaÃÃo com o tipo de aborto (p= 0,042). Com relaÃÃo Ãs variÃveis reprodutivas e condiÃÃo de uniÃo, houve associaÃÃo entre planejamento da gravidez e tipo de aborto (p<0,001) (RC=2,4; IC95%: 1,7-3,3). Isto evidencia que a gravidez nÃo planejada foi um fator de risco para o aborto provocado. A mÃdia do tempo de uniÃo das que tiveram aborto espontÃneo foi maior do que aquelas de aborto provocado (p= 0,041). ParticipaÃÃo masculina na decisÃo pelo aborto mostrou-se como fator de risco para o aborto provocado (p=0,002). Nenhuma variÃvel relacionada à informaÃÃo e acesso ao MAC em uso prÃvio ao aborto foi significativa para o tipo de aborto. Houve associaÃÃo entre uso de AOC e tipo de aborto, sendo o uso de AOC fator protetor ao aborto provocado (p=0,040). Pensamento mÃgico de acreditar que a gravidez nÃo ocorreria consigo foi significante com o tipo de aborto (p=0,003). ChÃs e misoprostol foram os meios mais referidos pelas mulheres para provocar o aborto, sendo os motivos para provocÃ-lo a baixa condiÃÃo financeira, seguida do relacionamento instÃvel e do despreparo para cuidar da crianÃa. Concluiu-se que promover aÃÃes efetivas de planejamento familiar, com prioridade para as populaÃÃes mais carentes e com estratÃgias que garantam a participaÃÃo masculina representam meios para reduzir o aborto provocado.