Sentidos e Significados da Negritude no Maracatu NaÃÃo Iracema

• Autor(a) principal: Danielle Maia Cruz
• Data de Publicação: 2008
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3181
• topic: NEGRITUDE; IDENTIDADES; MARACATU; Black; Maracatu; Identity; ANTROPOLOGIA DAS POPULACOES AFRO-BRASILEIRAS

Este trabalho objetiva refletir sobre os significados da negritude na formulaÃÃo e/ou ressignificaÃÃo de identidades pelos integrantes do maracatu NaÃÃo Iracema, situado em Fortaleza, Estado do CearÃ. E especificamente, como essas configuraÃÃes simbÃlicas atuam na elaboraÃÃo das coreografias, loas, vestimentas e enredos do maracatu, sobretudo no desfile de Carnaval que ocorre na avenida Domingos OlÃmpio. O conceito de identidade à entendido como fluido, nÃo essencializado, nÃo homogÃneo e, nos termos de Carneiro da Cunha, como uma estratÃgia de diferenÃa, numa perspectiva relacional e situacional. Realizo, entÃo, uma etnografia dos eventos que envolvem os integrantes do maracatu NaÃÃo Iracema, compreendendo suas apresentaÃÃes, reuniÃes e demais atividades como momentos rituais que expressam de forma veemente as mensagens sociais, sobretudo as relacionadas à negritude, o que permite compreender o porquà de parte dos brincantes considerar o NaÃÃo Iracema como o maracatu que representa o negro no CearÃ. A pesquisa apresenta, portanto, o maracatu como um vibrante instrumento de afirmaÃÃo identitÃria dos dirigentes e de alguns integrantes e, nesse sentido, como espaÃo de construÃÃo da identidade negra. Os dados de campo explicitam tambÃm a diversidade presente no maracatu, desconstruindo, portanto, a idÃia de grupo coeso, essencializado e homogÃneo. Assim sendo, falo de sujeitos que se fazem presentes no maracatu por motivaÃÃes distantes da negritude; daqueles que nÃo se reconhecem como pessoas negras, mas que em alguns momentos afirmam-se como tal e em outras ocasiÃes negam a identidade, bem como aqueles que se reconhecem como negros e em razÃo disso elaboram e/ou participam de aÃÃes politizadas. Logo, as discussÃes nÃo se orientam no sentido de encontrar uma Ãnica maneira de ser negro, mas sim distintas formas de partilhar esse pertencimento; diferentes formas de se sentir uma pessoa negra; distintos meios de vivenciar essa identidade.