Terminalidade em UTI PediÃtrica e Neonatal: prÃticas mÃdicas que antecedem o Ãbito em um hospital de referÃncia do Nordeste Brasileiro

• Autor(a) principal: NeulÃnio Francisco de Oliveira
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=12419
• topic: Palliative Care; Neonatal Intensive Care Unit; Pediatric Intensive Care Unit; SAUDE PUBLICA

MudanÃas que aconteceram no sÃculo XX, permitiram que avanÃos tecnolÃgicos aumentassem a sobrevida diante de doenÃas anteriormente incurÃveis e processos patolÃgicos irreversÃveis. No entanto, a busca incessante pela cura, alÃm de levar ao aumento da sobrevida, tambÃm gerou a obstinaÃÃo terapÃutica, ou seja, medidas terapÃuticas fÃteis diante de evoluÃÃo inexorÃvel para a morte, impactando em indicadores como Ãndice de satisfaÃÃo do cliente e cuidadores, tempo mÃdio de permanÃncia, elevaÃÃo de custos, bem como em prejuÃzo na distribuiÃÃo equitativa de recursos. No inÃcio dos anos 90, a limitaÃÃo do suporte de vida (LSV) comeÃou a ser estudada e considerada, em paÃses da Europa, Estados Unidos, Canadà e Austrlia, como forma de assistir os pacientes nesses casos, uma vez que as medidas terapÃuticas nÃo mais trariam benefÃcios, mas gerariam prolongamento do sofrimento e do processo de morrer. No Brasil, contudo, os estudos sÃo limitados e os dados referentes ao Nordeste do paÃs sÃo ainda muito escassos. O objetivo do estudo foi caracterizar as condutas mÃdicas que antecederam o Ãbito de pacientes em UTI pediÃtrica e neonatal em um hospital de referÃncia do Nordeste Brasileiro. Foram estudados 86 prontuÃrios de pacientes que morreram nas referidas UTIs no perÃodo de dezembro/09 a novembro/10. Apenas 3,5% dos Ãbitos ocorreram apÃs LSV registrada em prontuÃrio, destes 33,7% tinham doenÃa crÃnica associada, sendo as neoplasias as mais comuns. As causas de Ãbito mais comuns foram sepse (23,5%), falÃncia de mÃltiplos ÃrgÃos (18,8%), insuficiÃncia respiratÃria (12,9%), cardiopatias congÃnitas (8,2%) e as outras causas somaram 36,6%. A maior parte dos pacientes morreu apÃs aumento das medidas de suporte avanÃado de vida, considerando as ultimas 24h antes do Ãbito: drogas vasoativas (59,3% 24h antes e 70,9% no momento do Ãbito); VentilaÃÃo mecÃnica (89,5% 24h antes e 95,2% no momento do Ãbito). Enquanto as medidas de cuidados e conforto nÃo tiveram a mesma expressÃo, tendo um aumento irrelevante: sedaÃÃo (39,5% 24h antes e 43% no momento do Ãbito); analgesia (60% 24h antes e 60,5% no momento do Ãbito). As manobras de ressuscitaÃÃo cardiopulmonar foram registradas em 4,7% 48h antes do Ãbito, 29,1% 24h antes e 69,4% no momento do Ãbito. O uso de adrenalina foi registrado em 55,4% antes do Ãbito. Conclui-se que a LSV ainda nÃo à frequentemente considerada como uma alternativa de assistÃncia de final de vida a pacientes pediÃtricos e neonatais no Estado do CearÃ, onde as condutas mais prevalentes incluem o incremento do suporte avanÃado de vida em detrimento das medidas de conforto e cuidados paliativos. Comparando-se com estudos do Sul e Sudeste do paÃs, evidencia-se uma grande diferenÃa, onde se observam uma maior prevalÃncia de LSV e cuidados paliativos para pacientes em fase terminal, o que denota prÃticas mais humanas e de maior qualidade na assistÃncia.