Sub-bacias hidrogrÃficas do Alto Jaguaribe (TauÃ-CE): vulnerabilidades ante a incidÃncia de degradaÃÃo / desertificaÃÃo.

• Autor(a) principal: RosÃngela Maria PaixÃo Pinheiro
• Data de Publicação: 2003
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1602
• topic: Bacias hidrogrÃficas - CearÃ; degradaÃÃo ambiental; Ãgua - CearÃ; Hidrographic basins - Ceara; enviromental degradation; water - Ceara; OUTROS

Desde os primÃrdios da civilizaÃÃo elementos naturais em bacias hidrogrÃficas â Ãgua, solo, vegetaÃÃo, entre outros â sÃo utilizados em prÃticas humanas, suprindo suas necessidades. Entre estes, a Ãgua à um recurso tÃo importante, que sua escassez, pode influenciar o desenvolvimento de uma regiÃo e refletir-se em problemas sÃcio-econÃmicos, problemÃtica presente na RegiÃo SemiÃrida do Brasil. A Ãrea do presente estudo, alto vale da bacia hidrogrÃfica do Jaguaribe, convive sazonalmente com a indisponibilidade de Ãgua - decorrente dos baixos Ãndices anuais de pluviometria (650 a 550 mm/a), e elevados Ãndices de temperatura (250C a 280C) e evaporaÃÃo (119 a 307 mm), que levam a dÃficits hÃdrico. Caracteriza-se tambÃm pela potencialidade limitada de outros recursos naturais, entre eles â solos rasos (Nessolos LÃticos, Luvissolos e Neossolos FlÃvios) e formaÃÃo vegetal complexa aberta (caatinga), que em perÃodos de seca sÃo intensificadas. Ficando, entÃo, a populaÃÃo condicionada ao quadro de pobreza sÃcio-econÃmica e de vulnerabilidade ambiental, refletidos em suscetibilidade à desertificaÃÃo. Neste contexto, o presente trabalho objetiva desenvolver anÃlise geoambiental em sub-bacias hidrogrÃficas no municÃpio de Tauà â CE; caracterizando e classificando-as diante das condiÃÃes hidrodinÃmicas, expressando cenÃrios de vulnerabilidades, a fim de subsidiar a busca da sustentabilidade dos seus recursos naturais. A metodologia correspondeu a integraÃÃo da anÃlise quantitativa sobre a rede de drenagem, com abordagem qualitativa em perspectiva sistÃmicas sobre as componentes fÃsico-ambientais e sÃcioeconÃmicas. Foram aplicados parÃmetros e concepÃÃes baseadas em HORTON (1945), STRAHLER (1952), entre outros citados por CHRISTOFOLETTI (1980); BERTALANFY (1932), BERTRAND (1972); bases cartogrÃficas da SUDENE/ASMIC (1967), SUDENE (1973) e WAVES (2001). Nos resultados obtidos quanto as caracterÃsticas hidrodinÃmicas, as sub-bacias dos riachos Carrapateiras e Catumbi apresentaram hierarquias mais complexas (4a ordem), que as sub-bacias Cipà e Trici (3a ordem). As anÃlises dos Ãndices morfomÃtricos potencializaram a caracterizaÃÃo das sub-bacias, quanto a maior ou menor prÃ-disposiÃÃo aos processos erosivos e outras dinÃmicas hidrolÃgicas. Assim os parÃmetros de Ãndice de forma (Ff, Kc e âCâ), levaram a autora a classificar, todas as sub-bacias com forma irregular; favorecendo o tempo adequado para formaÃÃo do deflÃvio. DinÃmica refletida tambÃm pelos Ãndices âCmcâ e âEpsâ â comprimento mÃdio dos canais e escoamento superficial. O primeiro evidenciou em quase todas as sub-bacias, exceto Catumbi, a busca ao ajuste apropriado dos canais; atravÃs do qual, o comprimento mÃdio maior està para os canis de 1a ordem, com reduÃÃo do percurso mÃdio para as ordens superiores. No segundo Ãndice, as sub-bacias Catumbi e Cipà - 0,86 km e 0,81 km respectivamente â apresentaram indicativos mais acentuados aos processos erosivos, que as sub-bacias Carrapateiras e Trici, com 0,78 km e 0,76 km, respectivamente. Nas densidades de rios e de drenagem â âDrâ e âDdâ â os resultados para CipÃ, Carrapateiras, Trici e Catumbi, em cada Ãndice respectivamente foram: 0,1 c/km, 0,08 c/km, 0,14 c/km, 0,21 c/km e 0,61km/km2, 0,64 km/km2, 0,65 km/km2, 0,58 km/km2; indicando baixa freqÃÃncia de canais e baixo padrÃo de drenagem por Ãrea padrÃo, representando equilÃbrio entre o escoamento superficial â infiltraÃÃo. DinÃmica tambÃm analisada no conjunto declividade mÃdia e coeficiente de rugosidade -âDâ e âRgâ â que nas sub-bacias Carrapateiras e Trici expressaram melhor equilÃbrio, atravÃs dos resultados â 8,09%, 5,10% e 5,17; 3,31 para cada Ãndice respectivamente; em relaÃÃo as sub-bacias Catumbi e CipÃ, respectivamente com, 3,96%, 4,20% e 2,29; 2,56. A anÃlise sÃcio-ambiental evidenciou relaÃÃes desarmÃnicas, estabelecidas nas Ãreas de abrangÃncia das sub-bacias hidrogrÃficas, pela estrutura econÃmica e modo de uso e ocupaÃÃo do solo, ao longo de aproximadamente cinco (5) sÃculos de exploraÃÃo dos recursos naturais. Na compartimentaÃÃo das sub-bacias hidrogrÃficas em unidades e sub-unidades geoambientais, resultou em destaque, quanto a menor e maior variaÃÃo geoambiental respectivamente, para as sub-bacias Cipà (3 unidades e 5 sub-unidades) e Carrapateiras (5 unidades e 18 sub-unidades), e que tambÃm realÃam as vulnerabilidades naturais mais acentuadas. Enquanto as sub-bacias dos riachos Trici e Catumbi (ambas com 4 unidades e 12 sub-unidades), destacaram-se pelas condiÃÃes de maior interaÃÃo e preservaÃÃo das componentes fÃsico-ambientais, refletindo em vulnerabilidades naturais menos intensas. Em quase todas as sub-bacias identificou-se a ocupaÃÃo relativa pela unidade Z3 â Ãreas parcialmente dissecadas, exceto no riacho Catumbi, que està ocupada relativamente pela unidade Z2 â Ãreas aplainadas a pouco dissecadas. Evidenciando que ao longo do tempo geolÃgico-geomorfolÃgico, as sub-bacias sÃo alvos de intensos processos de desnudaÃÃo. As anÃlises realizadas levaram a autora, a classificaÃÃo das sub-bacias hidrogrÃficas nas seguintes categorias: alta vulnerabilidade ambiental para CipÃ; MÃdia/alta vulnerabilidade ambiental em Carrapateiras; MÃdia/mÃdia vulnerabilidade ambiental para Trici, e MÃdia/baixa vulnerabilidade ambiental em Catumbi. Em face do exposto, conclui-se que as condiÃÃes ambientais nas sub-bacias hidrogrÃficas refletem um conjunto de fenÃmenos com forte antagonismo, entre o equilÃbrio hidrodinÃmico e fÃsico-ambiental para a RegiÃo Semi-Ãrida, com as dinÃmicas sÃcio-econÃmicas de exploraÃÃo dos recursos naturais. Revelando-se em intensas alteraÃÃes ambientais negativas, decorrendo em fenÃmenos que aguÃam as vulnerabilidades ambientais naturais, e que estÃo associados à degradaÃÃo / desertificaÃÃo nas sub-bacias hidrogrÃficas no alto Jaguaribe no municÃpio de TauÃ-CE.