CaracterizaÃÃo fÃsico-quÃmica e estrutural de polissacarÃdeos obtidos de folhas da planta Aloe barbadensis Miller e avaliaÃÃo de suas atividades antiviral e anti-hemorrÃgica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ygor Raphael Gomes Eloy
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8537
Resumo: Este trabalho teve como objetivos caracterizar fÃsico-quÃmica e estruturalmente polissacarÃdeos obtidos de folhas de Aloe barbadensis e avaliar suas atividades antiviral, anti-hemorrÃgica e prÃ-coagulante e possÃveis sinais de toxicidade. Foi realizada extraÃÃo aquosa de polissacarÃdeos totais (PT) de A. barbadensis, seguido de precipitaÃÃo por etanol e remoÃÃo dos contaminantes proteicos com TCA. A cromatografia em DEAE-celulose foi eficiente no fracionamento dos PT, onde foram obtidas as fraÃÃes PI e PII. A caracterizaÃÃo fÃsico-quÃmica mostrou que a fraÃÃo PI à composta por manose (78,4%), glucose (7,3%), galactose (2,1%), fucose (2,8%) e Ãcidos urÃnicos (10,0%), e isenta de grupos Ãster sulfato. Enquanto, a fraÃÃo PII à constituÃda por manose (39,2%), glucose (22,2%), galactose (26,3%), arabinose (3,8%), xilose (1,1%), Ãcidos urÃnicos (8,0%) e grupos Ãster sulfato (12,0%). Na revelaÃÃo das bandas polissacarÃdicas da fraÃÃo PII, obtidas por PAGE e gel de agarose corados com stainsall foi constatado a presenÃa de duas bandas que apresentaram diferentes coloraÃÃes, roxa e ciana, correspondentes a presenÃa de grupos sulfato e carboxilados, respectivamente. Na anÃlise estrutural das fraÃÃes PI e PII, por espectroscopia no IR, foi demonstrado que a fraÃÃo PI apresenta unidades monossacarÃdicas de Ã-manose O-acetiladas (812,2 e 960 onda.cm-1) e Ãcidos urÃnicos neutros (1738 onda.cm-1) em sua estrutura. Diferentemente, a fraÃÃo PII, mostrou-se ser constituÃda por unidades monossacarÃdicas de manose (1014,7 onda.cm-1), galactose (1078,2 onda.cm-1), Ãcidos urÃnicos carregados negativamente (1635 onda.cm-1) e Ãster sulfato (1329,5 e 1260,9 onda.cm-1). Na avaliaÃÃo estrutural da fraÃÃo PII por RMN foi comprovado à presenÃa do grupo Ãster sulfato. Em relaÃÃo Ãs atividades biolÃgicas, o teste de citotoxicidade mostrou que os PT e as fraÃÃes PI e PII nÃo apresentaram toxicidade para a maioria das cÃlulas testadas e nÃo foram eficientes na inibiÃÃo de vÃrus nÃo envelopados Ad-19 e Ad-41. No entanto, os PT e a fraÃÃo PI foram capazes de inibir a infecÃÃo causada por HSV-1 e HSV-2. Em ensaios com metapneumovÃrus (HMPV), a fraÃÃo PII apresentou atividade antiviral superior à ribavirina. Embora os PT e as fraÃÃes PI e PII nÃo terem apresentado atividade contra dengue vÃrus sorotipo 1 (DENV-1), os PT puderam inibir a hemorragia em ratos, diminuindo o tempo de sangramento e o tempo de protrombina. Os PT nÃo apresentaram toxicidade em camundongos, mas aumentaram o tamanho do baÃo e o nÃmero de plaquetas sanguÃneas. Pode ser concluÃdo que extratos foliares de A. barbadensis podem apresentar polissacarÃdeos neutros ou carregados negativamente por grupos carboxilados/sulfatados. Em adiÃÃo, alÃm de apresentar atividade inibitÃria contra os vÃrus HSV-1, HSV-2 e HMPV, podem tambÃm apresentar efeito anti-hemorrÃgico e prÃcoagulante, propriedades essas, importantes, visto que a complicaÃÃo de muitas viroses leva a quadros hemorrÃgicos. AlÃm disso, os PT de A. barbadensis nÃo apresentaram toxicidade expressiva, podendo ser utilizada como agente terapÃutico seguro e eficaz.
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Foi realizada extraÃÃo aquosa de polissacarÃdeos totais (PT) de A. barbadensis, seguido de precipitaÃÃo por etanol e remoÃÃo dos contaminantes proteicos com TCA. A cromatografia em DEAE-celulose foi eficiente no fracionamento dos PT, onde foram obtidas as fraÃÃes PI e PII. A caracterizaÃÃo fÃsico-quÃmica mostrou que a fraÃÃo PI à composta por manose (78,4%), glucose (7,3%), galactose (2,1%), fucose (2,8%) e Ãcidos urÃnicos (10,0%), e isenta de grupos Ãster sulfato. Enquanto, a fraÃÃo PII à constituÃda por manose (39,2%), glucose (22,2%), galactose (26,3%), arabinose (3,8%), xilose (1,1%), Ãcidos urÃnicos (8,0%) e grupos Ãster sulfato (12,0%). Na revelaÃÃo das bandas polissacarÃdicas da fraÃÃo PII, obtidas por PAGE e gel de agarose corados com stainsall foi constatado a presenÃa de duas bandas que apresentaram diferentes coloraÃÃes, roxa e ciana, correspondentes a presenÃa de grupos sulfato e carboxilados, respectivamente. Na anÃlise estrutural das fraÃÃes PI e PII, por espectroscopia no IR, foi demonstrado que a fraÃÃo PI apresenta unidades monossacarÃdicas de Ã-manose O-acetiladas (812,2 e 960 onda.cm-1) e Ãcidos urÃnicos neutros (1738 onda.cm-1) em sua estrutura. Diferentemente, a fraÃÃo PII, mostrou-se ser constituÃda por unidades monossacarÃdicas de manose (1014,7 onda.cm-1), galactose (1078,2 onda.cm-1), Ãcidos urÃnicos carregados negativamente (1635 onda.cm-1) e Ãster sulfato (1329,5 e 1260,9 onda.cm-1). Na avaliaÃÃo estrutural da fraÃÃo PII por RMN foi comprovado à presenÃa do grupo Ãster sulfato. Em relaÃÃo Ãs atividades biolÃgicas, o teste de citotoxicidade mostrou que os PT e as fraÃÃes PI e PII nÃo apresentaram toxicidade para a maioria das cÃlulas testadas e nÃo foram eficientes na inibiÃÃo de vÃrus nÃo envelopados Ad-19 e Ad-41. No entanto, os PT e a fraÃÃo PI foram capazes de inibir a infecÃÃo causada por HSV-1 e HSV-2. Em ensaios com metapneumovÃrus (HMPV), a fraÃÃo PII apresentou atividade antiviral superior à ribavirina. Embora os PT e as fraÃÃes PI e PII nÃo terem apresentado atividade contra dengue vÃrus sorotipo 1 (DENV-1), os PT puderam inibir a hemorragia em ratos, diminuindo o tempo de sangramento e o tempo de protrombina. Os PT nÃo apresentaram toxicidade em camundongos, mas aumentaram o tamanho do baÃo e o nÃmero de plaquetas sanguÃneas. Pode ser concluÃdo que extratos foliares de A. barbadensis podem apresentar polissacarÃdeos neutros ou carregados negativamente por grupos carboxilados/sulfatados. Em adiÃÃo, alÃm de apresentar atividade inibitÃria contra os vÃrus HSV-1, HSV-2 e HMPV, podem tambÃm apresentar efeito anti-hemorrÃgico e prÃcoagulante, propriedades essas, importantes, visto que a complicaÃÃo de muitas viroses leva a quadros hemorrÃgicos. AlÃm disso, os PT de A. barbadensis nÃo apresentaram toxicidade expressiva, podendo ser utilizada como agente terapÃutico seguro e eficaz.The aim of this study was to investigate the physicochemical and structural parameters of polysaccharides obtained from Aloe barbadensis leaves and to evaluate the antiviral and cytotoxic activities and procoagulant, anti-bleeding effects. In addition, toxicological analysis was carried out. The pulp was submitted to aqueous extraction (70 ÂC) and the total polysaccharides (PT) obtained by ethanol precipitation, TCA was used to remove the protein contamination. The fractionation of PT with DEAE-celulose resulted in two fractions (PI and PII). The physicochemical characterization showed that PI fraction presents mannose (78,4%), glucose (7,3%), galactose (2,1%), fucose (2,8%) and uronic acid (10,0%). Sulfate esters were not detected in PI fraction. On the other hand, PII fraction presents the monosaccharides mannose (39,2%), glucose (22,2%), galactose (26,3%), arabinose (3,8%), xylose (1,1%), uronic acids (8,0%) and sulfate esters groups (12,0%). The polysaccharidics of PII obtained by PAGE and agarose gel electrophoresis were revealed with toluidine blue and stainsall dye showing the presence of two different bands, one purple (indicative of sulfate) and another cyan (indicative of carboxilated groups). Structural analysis of PI and PII fractions by IR spectroscopy demonstrated that PI fraction is composed of residues of Ã-mannose O-acetylated (812.2 and 960 cm-1) and uronic acids (1738 cm-1). In contrast, the PII fraction is composed of mannose (1014.7 cm-1), galactose (1078.2 cm-1), negatively charged uronic acids (1635 cm-1) and sulfate ester (1329.5 and 1260.9 cm-1). These results corroborate with NMR analyses that suggest the presence of sulfate groups in PII structure. The cytotoxicity evaluation showed that PT and the fractions PI and PII did not show toxicity against most of tested cells and the same fractions were not effective against non-enveloped virus (Ad 19 and Ad 41) inhibition. However, the PT and PI fraction were able to inhibit the infection caused by HSV-1 and HSV-2. In addition, PII fraction presents antiviral activity against metapneumovirus. Although the PT and the fractions PI and PII did not show activity against dengue virus serotype 1 (DENV-1), PT could inhibit the bleeding effects in rats, reducing the bleeding and prothrombin time. The PT showed no toxicity in mice, but increased spleen size and number of blood platelets. In conclusion, A. barbadensis leaves contain neutral or negatively charged carboxylated/sulfated polysaccharides. In addition, besides having inhibitory activity against HSV-1, HSV-2 and HMPV, they can also anti-bleeding and procoagulant effect. Moreover, the PT of A. barbadensis showed no significant toxicity and can be used as a safe and effective therapeutic agent.CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel SuperiorFundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgicohttp://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8537application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:21:35Zmail@mail.com -
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Ygor Raphael Gomes Eloy
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