O ensino de biologia e quÃmica para alunos surdos no ensino mÃdio da rede pÃblica da cidade de Fortaleza : estudo de caso

• Autor(a) principal: Josefa Hilda Siqueira Monteiro
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6827
• topic: ensino biologia e quÃmica; surdos; avaliaÃÃo neuropsicolÃgica; teaching biology and chemistry; the deaf; neuropsychological assessment; BIOLOGIA GERAL

Os avanÃos cientÃficos e tecnolÃgicos e as mudanÃas que ocorrem na sociedade impÃem à necessidade de uma formaÃÃo inicial integral, bem como um constante aperfeiÃoamento daqueles que estÃo diretamente vinculados ao processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, aos conhecimentos tÃcnico-cientÃficos relacionados Ãs CiÃncias Biologia e QuÃmica e ao conhecimento e domÃnio das estratÃgias pedagÃgicas, deve-se acrescentar discussÃes relacionadas Ãs caracterÃsticas e especificidades dos alunos. Discute-se neste trabalho, a necessidade de ampliar a formaÃÃo do professor voltada à temÃtica da educaÃÃo de crianÃas, jovens e adultos com deficiÃncias â especificamente a educaÃÃo de surdos. Sabe-se que o educador atua nas transformaÃÃes neurobiolÃgicas que produzem aprendizagem, mas, a grande maioria desconhece como o cÃrebro funciona, quais as necessidades especÃficas e atividades que devem ser planejadas de forma a permitir o Ãxito do processo, inclusive, em alunos surdos, que tÃm caracterÃsticas especÃficas, principalmente de linguagem. Este trabalho foi desenvolvido em quatro escolas da rede pÃblica estadual de Fortaleza. Foram realizadas entrevistas com 10 professores e 10 intÃrpretes, alÃm da aplicaÃÃo de dois testes neuropsicolÃgicos (REY e NEUPSILIN) a 60 alunos (40 surdos e 20 ouvintes). Como resultado, observou-se o despreparo dos professores para atuaÃÃo com este pÃblico, perceptÃveis atravÃs da ausÃncia de metodologias especÃficas e da dificuldade de interaÃÃo, uma vez que os professores nÃo dominam a lÃngua, alÃm do que na lÃngua de sinais hà inexistÃncia de termos especÃficos para as disciplinas de Biologia e QuÃmica. Quanto aos intÃrpretes foi possÃvel identificar um despreparo relacionado ao domÃnio especÃfico dos assuntos de Biologia e QuÃmica, alÃm de uma carga de trabalho exaustiva. Esse resultado revelou o descompasso entre estes profissionais. Com relaÃÃo aos alunos, os testes indicaram que a percepÃÃo e memÃria dos alunos surdos sÃo sutilmente superiores aos padrÃes indicados nos testes. Enquanto nos alunos ouvintes, os testes indicaram uma pequena defasagem de percepÃÃo e memÃria. Acredita-se que esse conhecimento fornece ao professor subsÃdios para o desenvolvimento de estratÃgias que facilitem a aprendizagem dos alunos surdos respeitando suas caracterÃsticas, alÃm de orientar a uma reflexÃo constante da prÃtica, o que poderà conduzir a efetivaÃÃo das mudanÃas necessÃrias, proporcionando, assim, melhoria na qualificaÃÃo dos profissionais e consequentemente na educaÃÃo.