“Melhor tá aqui que matar e roubar” – Discursos e tensões do processo de regulamentação da prostituição
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU) |
Texto Completo: | http://lattes.cnpq.br/2682547085467288 http://lattes.cnpq.br/2842965053727200 https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/11012 |
Resumo: | A presente pesquisa propõe-se a apreender e analisar os diversos discursos sobre a regulamentação da prostituição, tendo como ponto central as narrativas produzidas pelas próprias profissionais – aqui nomeadas putas - e baseando-se no contexto sociojurídico que envolve as diversas tentativas de regulamentar e criminalização da atividade prostitucional. O estudo se justifica pela necessidade de demonstrar como as ações estatais e os modelos jurídicos estão distantes de reunir todas as necessidades advindas das vivências das putas, as principais sujeitas políticas da questão. Buscando vociferar estas sujeitas, primeiramente nos valemos de bibliografia construída por mulheres putas, especialmente as putafeministas - prostitutas ativistas - tais como Gabriela Leite, Monique Prada e Melissa Grant, sem, contudo, esquecer das vozes contrárias à prostituição como Andrea Dworkin, Alessandra Kollontai e Simone de Beauvouir. As putafeministas buscam aproximar as demandas prostitucionais do conceito de cidadania, através da concessão dos direitos trabalhistas, previdenciários e da segurança laboral, distanciando-a do discurso higienista, sanitário e policial oficial. Logo após, utilizamos a análise de conteúdo a fim de interpretar os embates no Legislativo, permeado por argumentações de cunho moral e religioso. Finalmente, a fim de constatar nossa hipótese, a de que as putas não participam na formação das políticas estatais, entrevistamos trabalhadoras sexuais atuantes em 5 bordéis de Iguatu-CE sobre 4 eixos temáticos: a auto percepção como profissional do sexo, a dinâmica do contrato prostitucional, as políticas públicas que as abrangem e a opinião sobre as propostas legislativas que visam ampliar direitos e as que objetivam criminalizar a clientela. De posse destes, através da análise dos discursos, constatamos como as prostitutas estão segregadas dos espaços de debate e poder, excluídas das narrativas, tanto no meio acadêmico, como no Legislativo nacional |
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“Melhor tá aqui que matar e roubar” – Discursos e tensões do processo de regulamentação da prostituição‘Better to be here than to kill and steal’ - Speeches and tensions in the process of regulating prostitutionCIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITOprostituiçãoregulamentação da prostituiçãoestigmaputafeminismoprostituição em Iguatuprostitutionregulation of prostitutionstigmaputafeminismoprostitution in IguatuA presente pesquisa propõe-se a apreender e analisar os diversos discursos sobre a regulamentação da prostituição, tendo como ponto central as narrativas produzidas pelas próprias profissionais – aqui nomeadas putas - e baseando-se no contexto sociojurídico que envolve as diversas tentativas de regulamentar e criminalização da atividade prostitucional. O estudo se justifica pela necessidade de demonstrar como as ações estatais e os modelos jurídicos estão distantes de reunir todas as necessidades advindas das vivências das putas, as principais sujeitas políticas da questão. Buscando vociferar estas sujeitas, primeiramente nos valemos de bibliografia construída por mulheres putas, especialmente as putafeministas - prostitutas ativistas - tais como Gabriela Leite, Monique Prada e Melissa Grant, sem, contudo, esquecer das vozes contrárias à prostituição como Andrea Dworkin, Alessandra Kollontai e Simone de Beauvouir. As putafeministas buscam aproximar as demandas prostitucionais do conceito de cidadania, através da concessão dos direitos trabalhistas, previdenciários e da segurança laboral, distanciando-a do discurso higienista, sanitário e policial oficial. Logo após, utilizamos a análise de conteúdo a fim de interpretar os embates no Legislativo, permeado por argumentações de cunho moral e religioso. Finalmente, a fim de constatar nossa hipótese, a de que as putas não participam na formação das políticas estatais, entrevistamos trabalhadoras sexuais atuantes em 5 bordéis de Iguatu-CE sobre 4 eixos temáticos: a auto percepção como profissional do sexo, a dinâmica do contrato prostitucional, as políticas públicas que as abrangem e a opinião sobre as propostas legislativas que visam ampliar direitos e as que objetivam criminalizar a clientela. De posse destes, através da análise dos discursos, constatamos como as prostitutas estão segregadas dos espaços de debate e poder, excluídas das narrativas, tanto no meio acadêmico, como no Legislativo nacionalThis research proposes to apprehend and analyze the different discourses on the regulation of prostitution, having as a central point the narratives produced by the professionals themselves – here named putas – based on the socio-legal context that involves the various attempts to regulate and criminalize the prostitution activity. This study is justified by the need to demonstrate how state actions and legal models are far from meeting all the needs arising from the experiences of putas, the main political subjects of the issue. Seeking to vociferate these subjects, we first made use of the bibliography built by puta women, especially the putafeminismo ones – the activist prostitutes – such as Gabriela Leite, Monique Prada and Melissa Grant, without, however, forgetting the voices that are against prostitution such as Andrea Dworkin, Alessandra Kollontai and Simone de Beauvouir. The putafeministas seek to bring prostitution demands closer to the concept of citizenship, through the granting of labor, social security and occupational safety rights, distancing it from the hygienist, sanitary and official police discourse. Afterwards, we used content analysis to interpret the conflicts in the Legislative, permeated by moral and religious arguments. Finally, to confirm our hypothesis that putas do not participate in the formation of state policies, we interviewed sex workers who work in 5 brothels in Iguatu-CE on 4 thematic axes: self-perception as a sex worker, the dynamics of the prostitution contract, the public policies that cover them and their opinion on legislative proposals that aim to expand rights and those that aim to criminalize the clientele. In possession of these, through the analysis of their speeches, we found how prostitutes are segregated from spaces of debate and power, excluded from narratives, both in academia and in the national Legislative139 p.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESCCSAHBrasilCentro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas - CCSAHUFERSAUniversidade Federal Rural do Semi-ÁridoPrograma de Pós-Graduação em DireitoCastro, Felipe de AraújoCastro, Felipe de AraújoMedeiros, Gilmara Joane Macêdo deMaia, Mário Sérgio FalcãoNicoli, Pedro Augusto GravatáSoares, Vinicius Efraym Siqueira Lopes2024-07-29T15:16:19Z2024-07-29T15:16:19Z2024-07-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesispdfapplication/pdfhttp://lattes.cnpq.br/2682547085467288http://lattes.cnpq.br/2842965053727200SOARES, Vinicius Efraym Siqueira Lopes. “Melhor tá aqui que matar e roubar” – discursos e tensões do processo de regulamentação da prostituição. 2023. 139 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Mossoró, 2023.https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/11012MossoróAttribution-ShareAlike 3.0 BrazilUFERSAhttp://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)instname:Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)instacron:UFERSA2024-07-29T23:16:19Zoai:repositorio.ufersa.edu.br:prefix/11012Repositório Institucionalhttps://repositorio.ufersa.edu.br/PUBhttps://repositorio.ufersa.edu.br/server/oai/requestrepositorio@ufersa.edu.br || admrepositorio@ufersa.edu.bropendoar:2024-07-29T23:16:19Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)false |
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