Alterações laboratoriais renais de cães com leishmaniose visceral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonzalez, Julia Brolo Teles
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)
Texto Completo: https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/7312
Resumo: Os rins são órgãos frequentemente acometidos na LV devido a deposição do antígeno parasitário que potencialmente causa glomerulonefrite, nefrite tubulointersticial e insufuciência renal. Neste trabalho objetivou-se avaliar as alterações laboratoriais renais e estadiar estes animais segundo padrões estabelecidos pela Sociedade Internacional de Interesse Renal (IRIS). Utilizou-se 10 cães com diagnóstico positivo para LV e destes animais foram realizados os perfis hematológicos, provas bioquímicas de função renal e hepática, urinálise completa e bioquímica urinária. As coletas de urina foram feitas através de cateterização vesical ou micção natural. Os resultados hematológicos não tiveram relevância estatística pois se encontraram dentro da média dos valores de referência segundo Thrall (2007). Segundo os padrões da IRIS, 80% se enquadra no perfil não azotêmico, 10% com azotemia leve e 10% com azotemia moderada. Sete (70%) apresentaram o teor de ureia sérica elevado. Considerando o estadiamento proposto pela IRIS no que concerne ao grau de proteinúria, 30% dos cães apresentaram UPC <0,2 e foram considerados não preteinúricos. Três (30%) apresentaram UPC superior a <0,5 demonstrando-se proteinúricos o que caracteriza perda urinária mais grave. Foram desconsiderados os valores da UPC de 4 animais por apresentarem sedimento urinário ativo. Não houve alterações na coloração, aspecto e densidade da urina segundo as referências de Hendrix (2005). Apenas um animal apresentou glicosúria (+++) ao exame da tira reagente, o mesmo não apresentou hiperglicemia. Oito (80%) apresentaram o pH ácido e 20% pH alcalino. Oito animais apresentaram cristalúria sendo mais comuns os cristais de estruvita (30%) e uratos amorfos (30%) em moderada quantidade. Um animal apenas apresentou xantinúria em grande quantidade. Todos os animais apresentaram algum grau de proteinúria à análise da tira reagente, sendo encontrados moderada quantidade de proteínas em 70% e elevada quantidade em 30%. Sete (70%) dos animais apresentaram cilindrúria em pequenas quantidades, sendo mais comum a presença de cilindro granular em 50% dos cães. Foram encontradas bactérias (80%), leucócitos (50%) e hemácias (70%) em pequena quantidade. Em moderada quantidade de hemácias (20%), leucócitos (30%) e bactérias (10%). Os resultados deste estudo demonstram que mesmo animais que se enquadram no perfil não azotêmico, segundo a IRIS, já encontram-se proteinúricos. Essa classificação pode auxiliar o clínico no momento de decidir quando intervir com tratamento e qual a melhor terapêutica a ser adotada.
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