Ancestralidade das abelhas africanizadas (Apis mellifera L) na região semiárida do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araujo Neto, Edgar Rodrigues de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)
Texto Completo: http://lattes.cnpq.br/7335358058619043
http://lattes.cnpq.br/6573293009659284
https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/11457
Resumo: A apicultura no Brasil, com exceção da Ilha de Fernando de Noronha - PE é desenvolvida quase na maioria com abelhas africanizadas, um poli híbrido resultante do cruzamento entre subespécies de abelhas europeias com abelhas africanas. O semi-arido brasileiro possui uma vasta diversidade floral e um microclima único e condições privilegiadas para o desenvolvimento da apicultura, resultado da sua diversidade de ecossistemas, sendo que a maior parte é predominante o bioma caatinga. Sendo, a atividade apícola, uma das principais atividades de ocupação e geração de renda aos seus habitantes neste bioma e vem contribuindo para o desenvolvimento econômico das comunidades locais com a comercialização de mel e outros produtos. A apicultura desenvolvida com diferentes ecótipos pode apresentar algumas particularidades, uma vez que as abelhas que compõem essas populações possuem características específicas que as tornam mais adaptadas ao ambiente em que vivem. Informações sobre ancestralidade são importantes em programas de criação de abelhas, pois podem ajudar os apicultores a identificar e selecionar as melhores características para seus apiários. As populações de abelhas podem ser altamente diversas, com variações em características como produção de mel, resistência a doenças e temperamento. Compreender a ancestralidade de cada abelha pode ajudar a identificar aquelas com características desejáveis e a procriar seletivamente para essas características. É importante também, para entender sua distribuição geográfica, bem como suas respostas às mudanças ambientais, permitindo assim a implementação de medidas de conservação e manejo adequado no semiárido brasileiro. Técnicas como a morfometria geométrica das asas, têm sido amplamente utilizando no estudo de populações e, principalmente em abelhas africanizadas. Ela tem permitido distinguir entre diferentes espécies de abelhas, muitas das quais podem ser difíceis de identificar apenas por características visuais. Isso é especialmente importante para as abelhas africanizadas, que são frequentemente confundidas com outras espécies de abelhas nativas, também as técnicas morfométricas podem ser usadas para monitorar a saúde das abelhas africanizadas e detectar possíveis efeitos ambientais ou de doenças. Por exemplo, mudanças na morfologia das asas ou do corpo podem indicar exposição a pesticidas ou outros poluentes. A morfometria pode ser útil para a conservação e manejo das abelhas africanizadas e de seus ecossistemas e biomas. A identificação precisa de espécies e populações pode ajudar a planejar medidas de conservação e manejo mais eficazes, enquanto a monitoração da variação e da saúde pode ajudar a identificar as áreas em que essas medidas são mais necessárias. Além de ser uma técnica de baixo custo, a morfometria geométrica apresenta alta precisão na identificação das subespécies e no posicionamento racial das abelhas africanizadas. Diante disso, o objetivo geral desse trabalho foi determinar o posicionamento racial de abelhas africanizadas (Apis mellifera L.) do semiárido brasileiro. O estudo foi dividido em dois experimentos, resultando em dois capítulos. Em ambos os experimentos, foram utilizadas operárias de abelhas africanizadas provenientes de região semiárida. No experimento I, objetivou-se avaliar a existência de ecótipos localmente adaptados de populações de abelhas africanizadas em diferentes localidades do semiárido. Para tanto, as amostras foram coletadas de 20 municípios em 8 estados, totalizando 1970 amostras analisadas. As amostras foram analisadas utilizando a morfometria geométrica de asas. Destas asas foram analisados os 19 marcos anatômicos, aplicando a validação cruzada, a análise de variáveis canônicas e distancias de Mahalanobis. Foram observadas diferenças estatísticas entre as populações de abelhas africanizadas no semiárido brasileiro. Os ecótipos mais similares foram Piauí e Minas Gerais, enquanto os mais distantes foram Sergipe e Ceará. O ecótipo de Sergipe apresentou uma menor distância genética da população africana, consequentemente uma maior similaridade com as abelhas africanas puras (Apis mellifera scutellata), diferindo dos demais estados. Já no experimento II, cujo objetivo foi verificar a existência de variações morfológicas nas asas de abelhas africanizadas de linhagens higiênicas e de abelhas africanizadas de linhagens não higiênicas. Para isto, foram utilizados apenas as asas de abelhas africanizadas da região de Mossoró oriundos do Setor de Apicultura da UFERSA. Foi aplicado o teste de comportamento higiênico em 33 colônias de abelhas africanizadas. Para isso, foi utilizando a validação cruzada, a Análise das Variáveis Canônicas e a Distância de Procrustes, buscando identificar padrões mofométricos e raciais que tivessem influência no comportamento higiênico. Houve diferenças estatísticas entre os grupos higiênico e não higiênico e as subespécies avaliadas (p<0.01). Colônias com taxa de comportamento higiênico de 100% foram as que possuíram maior proximidade com as abelhas africanas, alemães e italianas. Podemos afirmar que apesar de serem colônias de abelhas africanizadas situadas no semiárido brasileiro, cada população possui suas particularidades e necessitam proteção.
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Sendo, a atividade apícola, uma das principais atividades de ocupação e geração de renda aos seus habitantes neste bioma e vem contribuindo para o desenvolvimento econômico das comunidades locais com a comercialização de mel e outros produtos. A apicultura desenvolvida com diferentes ecótipos pode apresentar algumas particularidades, uma vez que as abelhas que compõem essas populações possuem características específicas que as tornam mais adaptadas ao ambiente em que vivem. Informações sobre ancestralidade são importantes em programas de criação de abelhas, pois podem ajudar os apicultores a identificar e selecionar as melhores características para seus apiários. As populações de abelhas podem ser altamente diversas, com variações em características como produção de mel, resistência a doenças e temperamento. Compreender a ancestralidade de cada abelha pode ajudar a identificar aquelas com características desejáveis e a procriar seletivamente para essas características. É importante também, para entender sua distribuição geográfica, bem como suas respostas às mudanças ambientais, permitindo assim a implementação de medidas de conservação e manejo adequado no semiárido brasileiro. Técnicas como a morfometria geométrica das asas, têm sido amplamente utilizando no estudo de populações e, principalmente em abelhas africanizadas. Ela tem permitido distinguir entre diferentes espécies de abelhas, muitas das quais podem ser difíceis de identificar apenas por características visuais. Isso é especialmente importante para as abelhas africanizadas, que são frequentemente confundidas com outras espécies de abelhas nativas, também as técnicas morfométricas podem ser usadas para monitorar a saúde das abelhas africanizadas e detectar possíveis efeitos ambientais ou de doenças. Por exemplo, mudanças na morfologia das asas ou do corpo podem indicar exposição a pesticidas ou outros poluentes. A morfometria pode ser útil para a conservação e manejo das abelhas africanizadas e de seus ecossistemas e biomas. A identificação precisa de espécies e populações pode ajudar a planejar medidas de conservação e manejo mais eficazes, enquanto a monitoração da variação e da saúde pode ajudar a identificar as áreas em que essas medidas são mais necessárias. Além de ser uma técnica de baixo custo, a morfometria geométrica apresenta alta precisão na identificação das subespécies e no posicionamento racial das abelhas africanizadas. Diante disso, o objetivo geral desse trabalho foi determinar o posicionamento racial de abelhas africanizadas (Apis mellifera L.) do semiárido brasileiro. O estudo foi dividido em dois experimentos, resultando em dois capítulos. Em ambos os experimentos, foram utilizadas operárias de abelhas africanizadas provenientes de região semiárida. No experimento I, objetivou-se avaliar a existência de ecótipos localmente adaptados de populações de abelhas africanizadas em diferentes localidades do semiárido. Para tanto, as amostras foram coletadas de 20 municípios em 8 estados, totalizando 1970 amostras analisadas. As amostras foram analisadas utilizando a morfometria geométrica de asas. Destas asas foram analisados os 19 marcos anatômicos, aplicando a validação cruzada, a análise de variáveis canônicas e distancias de Mahalanobis. Foram observadas diferenças estatísticas entre as populações de abelhas africanizadas no semiárido brasileiro. Os ecótipos mais similares foram Piauí e Minas Gerais, enquanto os mais distantes foram Sergipe e Ceará. O ecótipo de Sergipe apresentou uma menor distância genética da população africana, consequentemente uma maior similaridade com as abelhas africanas puras (Apis mellifera scutellata), diferindo dos demais estados. Já no experimento II, cujo objetivo foi verificar a existência de variações morfológicas nas asas de abelhas africanizadas de linhagens higiênicas e de abelhas africanizadas de linhagens não higiênicas. Para isto, foram utilizados apenas as asas de abelhas africanizadas da região de Mossoró oriundos do Setor de Apicultura da UFERSA. Foi aplicado o teste de comportamento higiênico em 33 colônias de abelhas africanizadas. Para isso, foi utilizando a validação cruzada, a Análise das Variáveis Canônicas e a Distância de Procrustes, buscando identificar padrões mofométricos e raciais que tivessem influência no comportamento higiênico. Houve diferenças estatísticas entre os grupos higiênico e não higiênico e as subespécies avaliadas (p<0.01). Colônias com taxa de comportamento higiênico de 100% foram as que possuíram maior proximidade com as abelhas africanas, alemães e italianas. Podemos afirmar que apesar de serem colônias de abelhas africanizadas situadas no semiárido brasileiro, cada população possui suas particularidades e necessitam proteção.Beekeeping in Brazil, with the exception of the island of Fernando de Noronha - PE, is developed almost mostly with Africanized bees, a polyhybrid resulting from the crossing between subspecies of European bees with African bees. The Brazilian semi-arid region has a vast floral diversity and a unique microclimate and privileged conditions for the development of beekeeping, as a result of its diversity of ecosystems, most of which are predominantly in the caatinga biome. Being, the beekeeping activity, one of the main activities of occupation and generation of income to its inhabitants in this biome and it has been contributing for the economic development of the local communities with the commercialization of honey and other products. Beekeeping developed with different ecotypes may present some particularities, since the bees that make up these populations have specific characteristics that make them more adapted to the environment in which they live. Ancestry information is important in beekeeping programs as it can help beekeepers identify and select the best traits for their apiaries. Bee populations can be highly diverse, with variations in traits such as honey production, disease resistance and temperament. Understanding each bee's ancestry can help identify those with desirable traits and selectively breed for those traits. It is also important to understand its geographic distribution, as well as its responses to environmental changes, thus allowing the implementation of conservation measures and adequate management in the Brazilian semi-arid region. Morphometric techniques, such as geometric morphometics of the wings, have been widely used in the study of populations and, mainly in Africanized bees, allow distinguishing between different species of bees, many of which can be difficult to identify only by visual characteristics. This is especially important for Africanized bees, which are often confused with other native bee species, also morphometric techniques can be used to monitor the health of Africanized bees and detect possible negative effects of the environment or disease. For example, changes in wing or body morphology may indicate exposure to pesticides or other pollutants. Morphometry can be useful for the conservation and management of Africanized bees and their ecosystems and biomes. Accurately identifying species and populations can help design more effective conservation and management measures, while monitoring variation and health can help identify areas where such measures are most needed. In addition to being a low-cost technique, geometric morphometrics is highly accurate in identifying subspecies and racial positioning of Africanized bees. Therefore, the general objective of this work was to determine the racial positioning of Africanized bees (Apis mellifera L.) in the Brazilian semi-arid region. The study was divided into two experiments, resulting in two chapters. In both experiments, Africanized bee workers from the semi-arid region were used. In experiment I, the objective was to evaluate the existence of locally adapted ecotypes of Africanized bee populations in different locations in the semiarid region. For this purpose, samples were collected from 20 municipalities in 7 states, totaling 1970 analyzed samples. Samples were analyzed using wing geometric morphometrics. Of these wings, the 19 landmarks were analyzed, applying the analysis of canonical variables and Mahalanobis distances. Statistical differences were observed between Africanized bee populations in the Brazilian semiarid region. The most similar ecotypes were Piauí and Minas Gerais, while the most distant were Sergipe and Ceará. The Sergipe ecotype presented a smaller genetic distance from the African population, consequently a greater similarity with the pure African bees (Apis mellifera scutellata), differing from the other states. In experiment II, whose objective was to verify the existence of morphological variations in the wings of Africanized bees from hygienic lineages and Africanized bees from non-hygienic lineages. For this, only the wings of Africanized bees from the region of Mossoró from the Beekeeping Sector of UFERSA were used. The hygienic behavior test was applied to 33 colonies of Africanized bees. For this, the Analysis of Canonical Variables and the Procrustes Distance were used, seeking to identify mophometric and racial patterns that had an influence on hygienic behavior. There were statistical differences between hygienic and non-hygienic groups and evaluated subspecies (p<0.01). Colonies with a hygienic behavior rate of 100% were the ones that were closest to African, German and Italian bees. We can say that despite being colonies of Africanized bees located in the Brazilian semi-arid region, each population has its particularities and needs protection.122 p.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESCCABrasilCentro de Ciências Agrárias - CCAUFERSAUniversidade Federal Rural do Semi-ÁridoPrograma de Pós-Graduação em Ciência AnimalFaçanha, Débora Andrea EvangelistaGramacho, Katia PeresFaçanha, Débora Andrea EvangelistaGramahco, Katia PeresCarvalho, Carlos Alfredo Lopes deCarvalho, Airton TorresSousa, José Ernandes Rufino deAraujo Neto, Edgar Rodrigues de2024-08-23T15:23:08Z2024-08-23T15:23:08Z2024-03-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesispdfapplication/pdfhttp://lattes.cnpq.br/7335358058619043http://lattes.cnpq.br/6573293009659284ARAUJO NETO, Edgar Rodrigues de. Ancestralidade das abelhas africanizadas (Apis mellifera L) na região semiárida do Brasil. 2023. 122 f. Tese (Doutorado em Ciência Animal) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Mossoró, 2023.https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/11457MossoróAttribution-ShareAlike 3.0 BrazilUFERSAhttp://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)instname:Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)instacron:UFERSA2024-09-06T21:57:11Zoai:repositorio.ufersa.edu.br:prefix/11457Repositório Institucionalhttps://repositorio.ufersa.edu.br/PUBhttps://repositorio.ufersa.edu.br/server/oai/requestrepositorio@ufersa.edu.br || admrepositorio@ufersa.edu.bropendoar:2024-09-06T21:57:11Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)false
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description A apicultura no Brasil, com exceção da Ilha de Fernando de Noronha - PE é desenvolvida quase na maioria com abelhas africanizadas, um poli híbrido resultante do cruzamento entre subespécies de abelhas europeias com abelhas africanas. O semi-arido brasileiro possui uma vasta diversidade floral e um microclima único e condições privilegiadas para o desenvolvimento da apicultura, resultado da sua diversidade de ecossistemas, sendo que a maior parte é predominante o bioma caatinga. Sendo, a atividade apícola, uma das principais atividades de ocupação e geração de renda aos seus habitantes neste bioma e vem contribuindo para o desenvolvimento econômico das comunidades locais com a comercialização de mel e outros produtos. A apicultura desenvolvida com diferentes ecótipos pode apresentar algumas particularidades, uma vez que as abelhas que compõem essas populações possuem características específicas que as tornam mais adaptadas ao ambiente em que vivem. Informações sobre ancestralidade são importantes em programas de criação de abelhas, pois podem ajudar os apicultores a identificar e selecionar as melhores características para seus apiários. As populações de abelhas podem ser altamente diversas, com variações em características como produção de mel, resistência a doenças e temperamento. Compreender a ancestralidade de cada abelha pode ajudar a identificar aquelas com características desejáveis e a procriar seletivamente para essas características. É importante também, para entender sua distribuição geográfica, bem como suas respostas às mudanças ambientais, permitindo assim a implementação de medidas de conservação e manejo adequado no semiárido brasileiro. Técnicas como a morfometria geométrica das asas, têm sido amplamente utilizando no estudo de populações e, principalmente em abelhas africanizadas. Ela tem permitido distinguir entre diferentes espécies de abelhas, muitas das quais podem ser difíceis de identificar apenas por características visuais. Isso é especialmente importante para as abelhas africanizadas, que são frequentemente confundidas com outras espécies de abelhas nativas, também as técnicas morfométricas podem ser usadas para monitorar a saúde das abelhas africanizadas e detectar possíveis efeitos ambientais ou de doenças. Por exemplo, mudanças na morfologia das asas ou do corpo podem indicar exposição a pesticidas ou outros poluentes. A morfometria pode ser útil para a conservação e manejo das abelhas africanizadas e de seus ecossistemas e biomas. A identificação precisa de espécies e populações pode ajudar a planejar medidas de conservação e manejo mais eficazes, enquanto a monitoração da variação e da saúde pode ajudar a identificar as áreas em que essas medidas são mais necessárias. Além de ser uma técnica de baixo custo, a morfometria geométrica apresenta alta precisão na identificação das subespécies e no posicionamento racial das abelhas africanizadas. Diante disso, o objetivo geral desse trabalho foi determinar o posicionamento racial de abelhas africanizadas (Apis mellifera L.) do semiárido brasileiro. O estudo foi dividido em dois experimentos, resultando em dois capítulos. Em ambos os experimentos, foram utilizadas operárias de abelhas africanizadas provenientes de região semiárida. No experimento I, objetivou-se avaliar a existência de ecótipos localmente adaptados de populações de abelhas africanizadas em diferentes localidades do semiárido. Para tanto, as amostras foram coletadas de 20 municípios em 8 estados, totalizando 1970 amostras analisadas. As amostras foram analisadas utilizando a morfometria geométrica de asas. Destas asas foram analisados os 19 marcos anatômicos, aplicando a validação cruzada, a análise de variáveis canônicas e distancias de Mahalanobis. Foram observadas diferenças estatísticas entre as populações de abelhas africanizadas no semiárido brasileiro. Os ecótipos mais similares foram Piauí e Minas Gerais, enquanto os mais distantes foram Sergipe e Ceará. O ecótipo de Sergipe apresentou uma menor distância genética da população africana, consequentemente uma maior similaridade com as abelhas africanas puras (Apis mellifera scutellata), diferindo dos demais estados. Já no experimento II, cujo objetivo foi verificar a existência de variações morfológicas nas asas de abelhas africanizadas de linhagens higiênicas e de abelhas africanizadas de linhagens não higiênicas. Para isto, foram utilizados apenas as asas de abelhas africanizadas da região de Mossoró oriundos do Setor de Apicultura da UFERSA. 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