Avaliação das condições de trabalho na extração do pó da carnaúba

• Autor(a) principal: Lima, Ana Paula de Sousa
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Digital da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RDU)
• Texto Completo: https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/11066
• topic: CIENCIAS AGRARIAS::RECURSOS FLORESTAIS E ENGENHARIA FLORESTAL; Segurança do trabalho; Saúde ocupacional; Produtos florestais não madeireiros

A carnaúba (Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore), também conhecida como “árvore da vida”, é uma espécie nativa do bioma Caatinga, bastante explorada no Nordeste em função da sua versatilidade, dela se aproveita: fruto, estipe, palha e o pó que é um dos principais produtos. Nesse contexto, objetivou-se analisar a cadeia produtiva do pó da carnaúba, descrevendo o processo produtivo e estudo de tempos, avaliando os fatores humanos através de um questionário e analisando as condições de trabalho quanto ao conforto térmico e níveis de ruído, a fim de propor melhorias no processo produtivo, uma vez que este ainda utiliza técnicas rudimentares de trabalho. Foram caracterizadas as seguintes funções: vareiro, aparador, junteiro, comboieiro, carregador, descarregador, lastreiro, transportador, operador, espalhador e embalador. No geral, estas operações apresentaram os seguintes tempos médios para 1 ciclo da sua função: vareiro 18,98 s, aparador 1,63 s, junteiro 21,44 s, comboieiro 125,54 s, carregador 1 com 6,83 s, carregador 2 com 5,51 s, descarregador 3,73 s, lastreiro 5,88 s, transportador 71,74 s, operador 5,76 s, espalhador 2,15 s e embalador 120,00 s. Na maior parte dos casos, existe uma grande variabilidade nos tempos das funções, evidenciando a necessidade de estudos complementares e um maior aprofundamento nos gargalos da extração do pó da carnaúba. Foram entrevistadas 13 pessoas dessa cadeia produtiva, que relataram trabalhar com a carnaúba principalmente devido à falta de oportunidade de empregos (69,20%). Além disso, observou-se que o nível de ruído, durante a trituração da palha para a extração do pó, excedeu o limite de segurança estabelecido pela NR-15, o que pode colocar em risco a saúde auditiva dos trabalhadores da função de operador. Quanto à temperatura, os trabalhadores avaliados estavam expostos a níveis de calor que poderiam ser potencialmente prejudiciais à saúde do trabalhador, podendo afetar a produtividade. Ademais, é de suma importância a implementação de melhorias no processo produtivo que garanta um ambiente mais justo e seguro, de maneira que minimize os riscos à saúde dos trabalhadores.