Tradição cervantina em Luisa Valenzuela: sonho, relativização da realidade e exposição da linguagem literária contra a “verdade” dos discursos oficiais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dutra, Paulo
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Vogas, Vitor Bourguignon
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Contexto: Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras
Texto Completo: https://periodicos.ufes.br/contexto/article/view/18884
Resumo: Para se perpetuar no poder, manter a população sob controle e eliminar qualquer ameaça à “ordem” estabelecida, regimes ditatoriais como o que vigorou na Argentina de Luisa Valenzuela de 1976 a 1983 se valem de algumas “estratégias de dominação”. Uma das mais importantes é a monopolização do discurso. Assim como a estrutura institucional, o discurso estatal é inflexível e apresenta-se como a única verdade possível, de modo a interditar arroubos imaginativos e a “interferência” de vozes imprevistas. A essa forma de dominação, Valenzuela opõe, como estratégias de resistência literária, a valorização da dimensão onírica, que emerge de suas narrativas, a relativização da realidade empírica e a exposição do discurso literário (logo, de qualquer discurso) como construção subjetiva. Ao proceder assim, a autora argentina resgata a tradição cervantina, à qual se perfila, exercitando a resistência ética e estética por meio de uma literatura que se sabe e se declara orgulhosamente ficcional. É o que nos propomos demonstrar neste artigo, a partir da análise dos contos “El zurcidor invisible” e “De noche soy tu caballo”.PALAVRAS-CHAVE: Luisa Valenzuela. Resistência. Tradição cervantina. Sonho. Realidade.
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