BAUDOLINO E A ''LITERATURA PICARESCA'
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Contexto: Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras |
Texto Completo: | https://periodicos.ufes.br/contexto/article/view/6750 |
Resumo: | Tendo em vista a importância dos recursos intertextuais e paródicos no que concerne aos estudos de análise literária comparativa, é possível observar um intenso diálogo, ainda que separado por séculos de história, entre as obras picarescas espanholas dos séculos XVI e XVII e o romance medievalista de Umberto Eco, Baudolino (2000), autor italiano contemporâneo. Umberto Eco empreende em seu romance uma viagem de volta à Idade Média, em uma narração que certamente deve muito ao romance picaresco, pois se por um lado seu protagonista não nega suas características de pícaro, por outro a obra se pauta por uma leitura das vicissitudes históricas da época, compondo um imenso painel paródico em que se entremesclam erudição, fábula e história. A presente comunicação tem por objetivo traçar, primeiramente, no que se refere ao âmbito das personagens, uma analogia entre o personagem picaresco Lázaro, protagonista anti-heróico por excelência da obra anônima Lazarillo de Tormes, e o italiano Baudolino no que diz respeito a sua “aprendizagem”, ou ainda, a sua não-evolução; por outro lado, o presente trabalho destacará o processo de des(re)construção da história propiciado pelo recurso paródico em ambos os romances, cuja tônica reside na eficiência de sua linguagem dialógica e desmitificadora. |
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