Os fios que tecem e entrelaçam Ana Maria Gonçalves e Conceição Evaristo: memória, violência e resiliência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Camila de Matos
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Freitas, Sávio Roberto Fonseca de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Contexto: Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras
Texto Completo: https://periodicos.ufes.br/contexto/article/view/14950
Resumo: RESUMO: Este artigo propõe analisar três poemas de Conceição Evaristo: “Da menina, a pipa”; “Vozes mulheres”; “Pedra, Pau, Espinho e Grade”, e alguns tópicos do romance Um defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves procurando relacionar as duas autoras em pontos como memória, violência e resiliência. Pretendemos realizar uma reflexão acerca do sujeito multifacetado advindo da diáspora, partindo do olhar feminino na pós-modernidade, da mulher engajada que conta e reconta fatos do passado se firmando nas lembranças de dor e assujeitamento, mas que vence as adversidades através da resiliência e questiona pressupostos da história oficial. Ambas as autoras possuem uma escrita engendrada no compromisso de dar voz aos que sempre estiveram à margem, e denunciarem a condição do sujeito diaspórico: “despersonificado” edesterrorizado. Por serem autoras que priorizam o campo da ficção e história essas revelam a importância de Estudos Culturais e de Gênero, na área da Literatura, para a investigação dos fatos e personagens históricos e literários, que fazem parte do cenário diaspórico. Os relatos de memória, violência e resiliência de Kenhind, personagem de Um defeito de Cor e das vozes poéticas de Conceição Evaristo são fundamentais para a composição do cenário histórico e literário África/Brasil referentes ao início e meados do século XIX, bem como os desdobramentos para além dos horrores da escravidão.PALAVRAS-CHAVES: Memória. Violência. Resiliência. Mulher.ABSTRACT: This article proposes to analyze three of Conceição Evaristo” poems: “Da menina, a pipa”; “Vozes mulheres”; “Pedra, Pau, Espinho e Grade”, and some topics in the novel Um defeito de cor, by Ana Maria Gonçalves. By relating the two authors through points such as memory, violence and resilience – and, having, as a start point, the feminine point of view at postmodernity, as well as the point of view of the engaged woman who tells and retells facts of the past, steeped in the memories of pain and subjection, but that overcomes adversitiesthrough resilience and questions assumptions of the official history – we intend to reflect on the multifaceted subject that emerged in the diaspora. Both writers have a writing engendered in the commitment to give voice to those who have always been marginalized. They also denounce the condition of the diasporic subject: "dispersed" and terrified. Because they are authors who prioritize the field of fiction and history, they reveal the importance of Cultural and Gender Studies in the area of Literature for the investigation of historical and literary facts and figures that are part of the diasporic scene. Kenhind's (a character in Um defeito de cor) stories of memory, violence and resilience, and the poetic voices of Conceição Evaristo, are fundamental to the composition of the historical and literary Africa/Brazil scenario of the early and mid-nineteenth century, as well as the developments beyond the horrors of slavery.KEYWORDS: Memory. Violence. Resilience. Woman.
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