Os efeitos do ciclo de vida domiciliar e as mudanças nas expectativas de retorno aos capitais entre a primeira e a segunda geração de agricultores do Cerrado Brasileiro: o caso do PADAP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Mauro Augusto dos
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Guedes, Gilvan Ramalho, Barbieri, Alisson Flávio, Machado, Carla Jorge
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Caderno Eletrônico de Ciências Sociais
Texto Completo: https://periodicos.ufes.br/cadecs/article/view/8422
Resumo: O Cerrado Brasileiro é um importante bioma brasileiro que vem sofrendo um acelerado processo de degradação, provocado principalmente pela rápida expansão da agropecuária. Entretanto, poucos trabalhos têm sido produzidos pelos demógrafos brasileiros associando tal fenômeno à dinâmica demográfica e, mais especificamente, ao ciclo de vida dos domicílios agrícolas. O Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba (PADAP), implantado em 1973 no estado de Minas Gerais, foi o primeiro projeto de colonização do Cerrado implantado no país a partir da década de 1970. Este artigo analisa a relação entre o ciclo de vida dos domicílios e as estratégias de sobrevivência de uma amostra de produtores rurais e dos seus filhos. Os dados são provenientes de uma pesquisa realizada na região entre os anos de 2008 e 2009, representando 102 indivíduos (28 produtores e 74 filhos). Para identificação da associação entre ciclo de vida domiciliar e estratégias de sobrevivência, utilizou-se o método Grade of Membership (GoM), o que possibilitou a estimação de perfis multidimensionais dos produtores rurais e de seus filhos. Nossos resultados sugerem que os efeitos do ciclo de vida sobre as estratégias de subsistência variam quando se comparam os colonos e seus descendentes. Enquanto a primeira geração usou a migração como uma estratégia de sobrevivência para adquirir mais terra e estabelecer-se em uma nova fronteira aberta, uma parte de sua descendência migrou para outros estados para investir em sua educação formal. Outro grupo de filhos permaneceu na fronteira, embora também tenham adotado uma estratégia de sobrevivência diferente da adotada por seus pais. Esse grupo predominantemente se engajou em atividades fora da propriedade familiar, principalmente no comércio local e no setor de serviços. Estas mudanças internas das estratégias intergeracionais sugerem que a fronteira internalizou a dinâmica do mercado urbano, permitindo aos filhos que não migraram se inserirem em vários setores econômicos.
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