A EXPRESSÃO "QUESTÃO SOCIAL" EM QUESTÃO: UM DEBATE NECESSÁRIO AO SERVIÇO SOCIAL
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Temporalis (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.ufes.br/temporalis/article/view/36507 |
Resumo: | O presente artigo indica uma chave de interpretação crítica, histórico-ontológica, sobre o surgimento da expressão “questão social”. Contrapondo-nos à literatura burguesa, busca-se desvelar o que entendemos como o “invólucro místico” que a envolve, em alguns países da Europa no século XIX onde surge essa expressão para designar uma nova dinâmica resultante das relações sociais de produção/reprodução que ali se gestam, momento em que a luta de classes ameaça o ordenamento social. Após percorrermos este caminho de investigação e análise, concluímos que a expressão “questão social” é apropriada pelo pensamento conservador para explicar e justificar o alastramento e o aprofundamento das sequelas oriundas da exploração absoluta que tomava conta das famílias proletárias e, ao mesmo tempo, da materialização da classe trabalhadora na condição de classe para-si, dois conteúdos que estremeceram as bases estruturantes do projeto societário burguês a partir de 1830 e que se aprofundaram com a revolução de 1848 no continente europeu. Ao tomá-la como uma expressão que oculta os fundamentos econômicos e políticos que constituem ontologicamente a sociedade burguesa, consideramos que ela obscurece tanto a contradição, que é o motor da história, quanto a necessidade vital e impostergável da supressão da ordem burguesa, e não a sua mitigação no contexto deste ordenamento social. A partir desta reflexão entendemos que só a crítica, elaborada pelo materialismo histórico-dialético permite ir à raiz do que temos denominado na produção teórico-bibliográfica e na formação profissional de assistentes sociais no Brasil como “questão social” e por quais mediações ela entretece a profissão. |
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