Morfoanatomia, histoquímica e teor de ferro foliar em Avicennia schaueriana Stapft & Leechm, Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. e Rhizophora mangle L. ocorrentes em cinco áreas de manguezal do Estado do Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Arrivabene, Hiulana Pereira
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes)
Texto Completo: http://repositorio.ufes.br/handle/10/9983
Resumo: O ecossistema manguezal possui importante função ecológica, sendo sua vegetação a principal responsável pela dinâmica produtiva dos estuários tropicais e áreas adjacentes. Contudo, os estudos referentes à flora do manguezal no Estado do Espírito Santo são escassos e abordam, principalmente, aspectos fitossociológicos e nutricionais da vegetação, não sendo encontradas publicações referentes à anatomia ecológica. Este trabalho teve como objetivo analisar a anatomia foliar e aspectos fisiológicos de Avicennia schaueriana Stapft & Leechm, Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. e Rhizophora mangle L. em diferentes áreas de manguezal do Estado do Espírito Santo, visando avaliar a plasticidade dos indivíduos aos fatores edáficos, climáticos e/ou antropogênicos, sobretudo à exposição de ferro particulado. Para tanto, foram selecionadas cinco áreas de manguezal em quatro municípios do Estado: Aracruz, Cariacica, Conceição da Barra e Vitória, sendo que neste último foram amostradas duas áreas de manguezal, uma no Canal da Passagem e outra na Ilha do Lameirão. Foram realizadas análises morfológicas e anatômicas, bem como determinado o teor de ferro foliar dos indivíduos em cada área de manguezal. A avaliação das condições climáticas, edáficas e dos níveis de poluentes foi feita por meio de medições da radiação fotossinteticamente ativa, da análise físico-química do sedimento e da análise química do material particulado sedimentado nas folhas. De um modo geral, as espécies ocorrentes no manguezal de Conceição da Barra apresentaram menor área foliar, maior massa foliar específica, maior densidade de estômatos e de glândulas de sal e maiores espessuras de cutícula, epiderme, parênquimas e espessura total do limbo, os quais parecem refletir a maior salinidade e maior radiação solar nessa área. Com relação à poluição, não foram verificados danos morfológicos ou estruturais em folhas de indivíduos mais expostos ao ferro particulado. Foi observado uma maior deposição de material particulado em A. schaueriana e L. racemosa em relação à R. mangle, em virtude das particularidades morfológicas na superfície foliar de cada espécie. O maior teor de ferro foliar em A. schaueriana e L. racemosa em áreas de manguezal mais expostas ao ferro particulado sugere a absorção foliar desse elemento. Para as três espécies estudadas, baixos fatores de concentração para o ferro foram encontrados nas folhas. Em geral, as espécies sal-secretoras A. schaueriana e L. racemosa apresentaram maior teor de ferro foliar, quando comparadas à R. mangle. A eliminação de ferro pelas glândulas de sal presentes nas folhas de A. schaueriana e L. racemosa foi constatada e parece ser uma estratégia adaptativa à maior carga de metal absorvida por essas espécies. Os resultados obtidos pelo presente estudo demonstram a plasticidade adaptativa dos indivíduos de Avicennia schaueriana Stapft & Leechm, Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. e Rhizophora mangle L. às diferentes condições ambientais em cada área de manguezal.
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