Horizontes da clínica : deslocando a pergunta 'o que é um ser' para 'o que pode um ser'

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Priscila Silva de
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes)
Texto Completo: http://repositorio.ufes.br/handle/10/2909
Resumo: Este é um estudo bibliográfico que tematiza a clínica. Ao perscrutar os horizontes da clínica, transita aqui pela filosofia e pela antropologia imanentista. No cintilar dessas movimentações, um sair da psicologia pela psicologia torna-se inevitável, levando a outros mundos possíveis nas estéticas da existência. Inicialmente aponta que é nas miragens metafísicas que a psicologia nasce e constrói parte de sua história, reverberando um modo de pensamento modelar e dicotômico nos saberes-práticas da psicologia. Nesse viés, aborda as ressonâncias das práticas psi que ecoam com os jogos biopolíticos, favorecendo o atual cenário entorpecente ante as dores e os sofrimentos do mundo. Nesses horizontes, questiona: O que estamos ajudando a fazer de nós quando operamos intervenções? As condições do campo problemático são tecidas em meio a inquietações produzidas nas experiências vivenciadas na dimensão da clínica no contemporâneo. Objetiva sondar as forças que possam deslocar a pergunta metafísica o que é um ser para o que pode um ser. Perguntar pelo que pode remete aqui à ética, à liberdade, ao devir, à multiplicidade, aos agenciamentos, ao acontecimento, às políticas que incidem sobre a vida, à inconstância e, também, à noção de perspectivismo ameríndio. De modo rizomático e antropofágico, a jornada desta pesquisa é empreendida a partir das linhas conceituais de Gilles Deleuze, Félix Guattari, Michel Foucault, Nietzsche, Espinosa, Kostas Axelos e Eduardo Viveiros de Castro, entre outros. Logo, com inspirações nos pensamentos do filósofo grego Kostas Axelos, que propõe pensar o mundo como um jogo, aposta em uma clínica que conceba o ser em devir da totalidade fragmentária e fragmentada do mundo multidimencional e aberto. Nesse sentido, concebe que o uno só pode se dizer do múltiplo e o ser do devir e do tempo. Apresenta as paisagens indígenas, que conduzem a outros modos de ser e estar nos verbos da vida, à luz da antropologia imanentista de Viveiros de Castro. Faz referência aos povos indígenas da Amazônia, que afirmam outras estéticas da existência, o que convoca a abertura da clínica a outros horizontes que não sejam de miragens metafísicas. E questiona: Se um horizonte nos leva a outros, que horizontes da clínica nos esperam?
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