Os gêneros retóricos e seu caráter poético-argumentativo em Prosopopéia, de Bento Teixeira.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes) |
Texto Completo: | http://repositorio.ufes.br/handle/10/15230 |
Resumo: | In this dissertation, based on the analysis of epideictic, deliberative and judicial excerpts, we evidence the rhetorical ply of Prosopopéia, by Bento Teixeira, an epilium written in the 16th century in Portuguese America and published in 1601, together with an account of a shipwreck. The work was for a long time considered only as a literary manifestation, and not as literature itself, being depreciated by Brazilian critics, due to its supposed lack of quality and the imitation of the Camonian epic poetry. On the contrary, our reading of the poem is carried out through the reconstruction of the specifics of the historical moment in which it was written, starting from previous studies from researchers as João Adolfo Hansen, Alcir Pécora, Adma Muhana, Marcello Moreira, Guilherme Luz, Marcelo Lachat, Cleber Felipe e Jean Chauvin, in which rhetorical categories of colonial literate practices are evident. The epideictic, deliberative and judicial rhetorical genres were prescribed by rhetors of classical antiquity, when they determined the ways of well speaking in Greco-Roman oratory. Although they have been systematized separately in ancient works, the three genres are related to the establishment of models of behavior, since anything that is praised is also advised and defended. These genres reached the Modern Era, being used in the Luso-Brazilian letters between the 16th and the 18th centuries, in which the reception of Ancient Rhetorical precepts with meanings particular to the context of annexation to the Portuguese Empire. Based on these assumptions, we initially approach the rhetorical genres, starting from works as the Rhetoric, by Aristotle; the Rhetoric to Herenio, of anonymous authorship; the On the orator, by Cicero; the Institutes of Oratory, by Quintilian; some progymnásmata; and two treatises attributed to Menander Rhetor. After, we focus on the epic poetic genre, starting from the Poetics, by Aristotle; the discourses on the poetic art and the heroic poem, by Torquato Tasso; and the Discurso sobre o poema heroico, by Manuel Pires de Almeida, in addition to classifying the poem as an epilium, comparing it with the poem 64, by Catulo. Then, we present different readings on Prosopopéia and instance the recovery of classical principles in its verses, to then analyze the affiliation of the work to rhetorical genres as an argumentative resource in favor of the Lusitanian expansionist purposes. |
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The work was for a long time considered only as a literary manifestation, and not as literature itself, being depreciated by Brazilian critics, due to its supposed lack of quality and the imitation of the Camonian epic poetry. On the contrary, our reading of the poem is carried out through the reconstruction of the specifics of the historical moment in which it was written, starting from previous studies from researchers as João Adolfo Hansen, Alcir Pécora, Adma Muhana, Marcello Moreira, Guilherme Luz, Marcelo Lachat, Cleber Felipe e Jean Chauvin, in which rhetorical categories of colonial literate practices are evident. The epideictic, deliberative and judicial rhetorical genres were prescribed by rhetors of classical antiquity, when they determined the ways of well speaking in Greco-Roman oratory. Although they have been systematized separately in ancient works, the three genres are related to the establishment of models of behavior, since anything that is praised is also advised and defended. These genres reached the Modern Era, being used in the Luso-Brazilian letters between the 16th and the 18th centuries, in which the reception of Ancient Rhetorical precepts with meanings particular to the context of annexation to the Portuguese Empire. Based on these assumptions, we initially approach the rhetorical genres, starting from works as the Rhetoric, by Aristotle; the Rhetoric to Herenio, of anonymous authorship; the On the orator, by Cicero; the Institutes of Oratory, by Quintilian; some progymnásmata; and two treatises attributed to Menander Rhetor. After, we focus on the epic poetic genre, starting from the Poetics, by Aristotle; the discourses on the poetic art and the heroic poem, by Torquato Tasso; and the Discurso sobre o poema heroico, by Manuel Pires de Almeida, in addition to classifying the poem as an epilium, comparing it with the poem 64, by Catulo. Then, we present different readings on Prosopopéia and instance the recovery of classical principles in its verses, to then analyze the affiliation of the work to rhetorical genres as an argumentative resource in favor of the Lusitanian expansionist purposes.Nesta dissertação, mediante a análise de excertos epidíticos, deliberativos e judiciais, destacamos o viés retórico de Prosopopéia, de Bento Teixeira, um epílio escrito nos quinhentos na América Portuguesa e publicado em 1601 em Portugal, em conjunto com um relato de naufrágio. A obra foi por muito tempo considerada somente como manifestação literária, e não como literatura propriamente dita, sendo depreciada por parte da crítica brasileira, devido à sua suposta falta de qualidade e à imitação da épica camoniana. Por outro lado, nossa leitura do poema é feita por intermédio da reconstrução das especificidades do momento histórico em que este foi escrito, a partir de estudos predecessores de pesquisadores como João Adolfo Hansen, Alcir Pécora, Adma Muhana, Marcello Moreira, Guilherme Luz, Marcelo Lachat, Cleber Felipe e Jean Chauvin, nos quais se evidenciam categorias da Retórica antiga nas práticas letradas coloniais. Os gêneros retóricos epidítico, deliberativo e judicial foram preceituados por retores da Antiguidade clássica, quando determinavam os modos de bem falar na oratória grecoromana. Embora tenham sido sistematizados separadamente nas obras antigas, os três gêneros se relacionam ao estabelecimento do que seria comportamento modelar, pois o que se elogia também se aconselha e defende. Esses gêneros alcançaram a Modernidade, sendo recuperados e dispostos nas letras luso-brasileiras dos séculos XVI ao XVIII, em que vigorava a recepção de preceitos retóricos antigos com acepções particulares ao contexto de anexação ao Império português. Com base nesses pressupostos, abordamos inicialmente os gêneros retóricos, partindo de obras como a Retórica, de Aristóteles; a Retórica a Herênio, de autoria anônima; o Do orador, de Cícero; a Instituição Oratória, de Quintiliano; alguns progymnásmata; e dois tratados atribuídos a Menandro, o retor. Posteriormente, tratamos do gênero poético épico, a partir da leitura da Poética, de Aristóteles; dos discursos sobre a arte poética e o poema heroico, de Torquato Tasso; e do Discurso sobre o poema heróico, de Manuel Pires de Almeida, além de classificarmos o poema como um epílio, cotejando-o com o poema 64, de Catulo. Em seguida, apresentamos distintas leituras sobre Prosopopéia e demarcamos a recuperação de princípios clássicos em seus versos, para então analisarmos a filiação aos gêneros retóricos na obra enquanto recurso argumentativo em favor dos propósitos ético-expansionistas lusitanos.Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Texthttp://repositorio.ufes.br/handle/10/15230porUniversidade Federal do Espírito SantoMestrado em LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasUFESBRCentro de Ciências Humanas e Naturaissubject.br-rjbnLetrasProsopopéiaBento TeixeiraGêneros retóricosEpílioOs gêneros retóricos e seu caráter poético-argumentativo em Prosopopéia, de Bento Teixeira.title.alternativeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes)instname:Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)instacron:UFESORIGINALBarbaraFariaTofoli-2021-dissertacao.pdfapplication/pdf949716http://repositorio.ufes.br/bitstreams/e32f4635-ce3b-4a32-a23c-3afc61631dd0/download64005440955b08f8402ff04ee6f76998MD5110/152302024-09-16 08:36:19.758oai:repositorio.ufes.br:10/15230http://repositorio.ufes.brRepositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ufes.br/oai/requestopendoar:21082024-10-15T17:57:24.472982Repositório Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (riUfes) - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)false |
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