Demonização e afetividade na transição democrática brasileira: a sociologia da repressão de William da Silva Lima
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Antropolítica (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/51687 |
Resumo: | O artigo propõe uma antropologia histórica em aliança com o pensamento de William da Silva Lima no livro Quatrocentos contra um – uma história do Comando Vermelho, publicado em 1991. Trata-se de uma obra geralmente enquadrada como um testemunho da experiência carcerária e uma narrativa da formação do “crime organizado”. Caminhando em outra direção, esse escrito é experimentado no artigo como a fonte de uma sociologia da repressão e de sua transformação no período histórico consagrado, no Brasil, pelo termo “transição democrática”. Após uma apresentação da linha de vida entre cárceres de Lima e de sua narrativa, são descritos os deslocamentos históricos definidos por ela e, por fim, a sua teoria sociológica da repressão e da resistência. Em resumo, o que essa teoria demonstra é, em primeiro lugar, uma transformação do sistema carcerário e da segurança pública no Rio de Janeiro, sintetizada na invenção de uma espécie de dispositivo de “crime organizado” cuja função estratégica é a demonização de pessoas presas e sua luta pela liberdade. Em segundo lugar, essa sociologia prisioneira oferece uma teoria a respeito daquilo que mantém vivos e unidos homens cujas vidas foram e são sistematicamente expostas à morte e separadas pela pelo sistema: a afetividade. |
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