Modelos Bayesianos de Análise de Sobrevivência aplicados a dados de Neoplasia Trofoblástica Gestacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Aline D’Avila
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28736
Resumo: A Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) constitui grupo de tumores relacionados à gestação e originários do tecido trofoblástico placentário, cujo marcador biológico-hormonal é o hCG (gonadotrofina coriônica humana). A verdadeira etiologia dessa anomalia ainda não está clara, no entanto a origem da DTG parece ser por gametogênese e fertilização anormais, além da transformação maligna do tecido trofoblástico. A DTG é classificada em dois grupos de importância clínica: mola hidatiforme e neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). Esta última é a forma maligna da doença e inclui a mola invasora, o coriocarcinoma, o tumor trofoblástico do sítio placentário (TTSP) e o tumor trofoblástico epitelióide (TTE). Trata-se de patologia rara, que ainda demanda estudos para melhor compreendê-la, em especial com relação ao tempo até o óbito, uma variável que apresenta censura, uma subárea para análise de sobrevivência cuja definição está relacionada ao fato de não existir uma data de ocorrência do desfecho. Esse parâmetro pode possuir inúmeras distribuições, dentre elas a distribuição de Weibull, a qual foi abordada no presente estudo. Assim, o objetivo do presente estudo é avaliar a letalidade NTG, utilizando o modelo bayesiano de análise de sobrevivência para estimar o tempo até o óbito. As características coletadas foram analisadas através da técnica de análise de sobrevivência com enfoque Bayesiano para estimar o tempo até o óbito. Assim, utilizou-se como variáveis explicativas: classificação quanto à dosagem de hCG < 100 mil (UI/L), histologia, origem, escore prognóstico OMS, metástase, classificação do escore prognóstico, tratamento no centro de referência (CR), tratamento inicial e intervalo entre término da gravidez e início do tratamento. Sendo a sobrevida (em dias) a variável de interesse. Além disso, avaliou-se a curva de sobrevida a partir da utilização do estimador de Kaplan-Meier. Para a obtenção das curvas de sobrevida utilizou-se o software RStudio e para o modelo Bayesiano o OpenBugs. Vale destacar que para definir a $priori$ dos parâmetros da Weibull, utilizou-se uma $priori$ não informativa para beta e r. Foram acompanhadas 2181 pacientes, desde o primeiro registro em um Centro de Referência até o óbito ou remissão, sendo que dessas 89 foram a óbito devido à NTG, o que representa 4,08\% de alcance do desfecho. Utilizando o estimador de Kaplan-Meier, observou-se diferenças nas curvas de sobrevida de todas as variáveis analisadas. Já em relação à avaliação do modelo Bayesiano, observou-se que as variáveis sem histologia, escore OMS menor ou igual 6 e tratamento inicial único contribuem para aumentar o tempo até o óbito. Com isso, notou-se que ajustar modelos com o enfoque Bayesiano permite analisar problemas altamente complexos, de forma eficiente e de fácil interpretação, sendo possível calcular a probabilidade do efeito positivo.
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