Endocardite infecciosa relacionada a cateter venoso central: revisão integrativa da literatura

• Autor(a) principal: Thimóteo, Rubens da Silva
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
• Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23736
• topic: Enfermagem cardiológica; Cateterismo venoso central; Cuidados de enfermagem; Endocardite; Cardiologia; Cateterismo venoso central; Enfermagem cardiovascular; Cuidados de enfermagem

O objeto do presente estudo é a identificação dos principais fatores associados à Endocardite Infecciosa associada ao cateter venoso central e as ações de enfermagem relacionadas à prevenção e controle de infecção associada ao seu uso. O cateter venoso central (CVC) possui um importante papel no tratamento de pacientes que necessitam de antibioticoterapia venosa por tempo prolongado, quimioterapia, nutrição parenteral total (NPT), hemodiálise, bem como aqueles que possuem uma rede venosa periférica de difícil acesso. O cateter venoso central em geral é inserido nas veias Jugular Interna, Subclávia ou Femoral, podendo permanecer no local até o final do tratamento. No entanto, o uso desses dispositivos intravasculares predispõe os pacientes a desenvolverem infecções sistêmicas, que podem resultar em eventos adversos sérios como a sepse e a endocardite, cuja causa é multifatorial, pois dependerá da condição do paciente, do tipo de cateter e do seu manejo pela equipe de saúde. Um estudo realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Londrina-PR, em 2017, constatou que 50% (n=129) dos pacientes que necessitaram de um implante de CVC evoluíram para infecção relacionada ao seu uso. Ressalta-se que os microrganismos que estão mais associados a infecções por acessos vasculares são as bactérias gram positivas, como Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase negativo, sendo mais frequentes em pacientes imunocomprometidos e com cateterização prolongada. A Endocardite Infecciosa (EI) relacionada ao uso de CVC ocorre principalmente pela formação do biofilme. Em condições normais, o endotélio valvular íntegro é resistente à colonização e infecção por bactérias circulantes, porém, com a presença de um cateter intravascular, pode ocorrer uma ruptura mecânica desse endotélio, levando à exposição da matriz extracelular ao depósito de fibrina e plaquetas, facilitando a aderência bacteriana e causando a infecção. Essa pesquisa traz como justificativa o fato de que mesmo com avanço de métodos diagnósticos, de novos antimicrobianos e do aperfeiçoamento de técnicas cirúrgicas, a EI relacionada ao CVC apresenta altas taxas de morbidade, letalidade e elevação significativa dos custos hospitalares, além da piora da qualidade de vida. As questões que nortearam o estudo são: Quais os fatores que predispõem à Endocardite infecciosa em pacientes com cateter venoso central? Quais as intervenções de enfermagem que possuem evidências na prevenção de infecção relacionada ao uso de cateter venoso central? A presente pesquisa tem como objetivo geral discutir o papel da equipe de enfermagem na prevenção e controle de Endocardite Infecciosa associada ao uso de Cateter venoso Central, com base em evidências. Os objetivos específicos são: 1) Identificar os fatores que predispõem à Endocardite Infecciosa associada ao cateter venoso central; e 2) Relacionar as ações de enfermagem associadas à prevenção e controle de infecção de corrente sanguínea e de endocardite infecciosa associada ao uso de cateter venoso central. Método: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, que se constitui em um método de revisão mais amplo, pois permite incluir literatura teórica e empírica bem como estudos com diferentes abordagens metodológicas de natureza qualitativa e quantitativa. Para atender a primeira etapa, partiu-se da formulação das questões de pesquisa descritas anteriormente. Na segunda etapa, para a seleção dos artigos foram utilizadas as bases de dados: MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) e CINAHL usando as palavras chaves: Central Line-associated Bloodstream Infections AND Risk factors AND adult AND Endocarditis, Bacterial; e na base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) foram usados os descritores Infecções Relacionadas a Cateter/ Catheter-Related Infections/ Infecciones Relacionadas com Catéteres AND Adulto/ Adult AND Fatores de Risco/ Risk Factors/ Factores de Riesgo AND Endocardite Bacteriana/Endocarditis, Bacterial/Endocarditis Bacteriana. Dessa forma, procurou-se ampliar o escopo da pesquisa, minimizando possíveis vieses nessa etapa do processo de elaboração da revisão integrativa. A seleção de artigos se deu pelos seguintes critérios de inclusão: artigos publicados em português, inglês ou espanhol, com os resumos disponíveis nas bases de dados, no período compreendido entre 2009 a 2020, cujos textos respondessem às questões de pesquisa. Foram excluídos artigos que avaliem outros desfechos não relacionados à temática. O caminho percorrido para busca e seleção de material nesta revisão integrativa é apresentado nos resultados a partir da construção de um Fluxograma baseado no modelo PRISMA. Resultados: Em relação aos fatores de risco que predispõem a endocardite em pacientes com CVC, foram levantados na literatura um total de seis artigos, que identificaram: falha na antissepsia das mãos, contaminação do cateter, pacientes que estão submetidos a diálise, cardiopatia preexistente e idade avançada. Em relação às principais ações de enfermagem associadas à prevenção das infecções primárias de corrente sanguínea, foram identificados quatro artigos, que relacionaram: uso da barreira máxima de precaução (luva estéril, gorro, máscara, capote e campo estéril), higienização antes e após o manuseio do CVC, uso de clorexidina alcoólica a 0,5% para a limpeza durante o curativo, e avaliação diária do sítio de inserção do cateter. Considerações finais: A equipe de enfermagem desempenha um papel primordial na manutenção do cateter venoso central e na prevenção de infecção relacionada ao dispositivo, destacando-se a importância da educação permanente da equipe para garantir a segurança do paciente