Notícias das relações Brasil-Estados Unidos: as políticas de controle da natalidade nas revistas TIME e VEJA (1960-1979)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/28116 |
Resumo: | Este trabalho pretende analisar as reportagens veiculadas pela revista norte-americana TIME (1960-1979) e pela revista brasileira VEJA (1968-1979) quando os debates acerca do “problema populacional” estamparam capas e ganharam espaço na pauta midiática em ambos países. Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um aumento repentino na população mundial, considerado alarmante para os padrões da época. A “explosão demográfica” é frequentemente mencionada pelas fontes documentais na condição de principal responsável pelo cenário caótico de crescimento populacional. Contudo, as demandas de controle desse crescimento foram remetidas, por governantes e especialistas na questão, aos países considerados de Terceiro Mundo, revelando-se então os conteúdos geopolítico, social e econômico dos debates. Foram analisadas as edições semanais das revistas publicadas nas décadas de 1960 e 1970, compreendendoas como produtos de sujeitos da época e produtoras de práticas discursivas e representações sociais a partir das diferentes apropriações que suscitam. A pesquisa nas revistas apontou para quatro facetas dos debates sobre controle do crescimento populacional nas décadas de 1960 e 1970: as representações sociais presentes nas páginas das revistas acerca das relações entre Brasil e Estados Unidos, inlcuindo-se tensões e intercooperações sociais, culturais, econômicas e diplomáticas; a interpretação feita à época de que o aumento populacional em países pobres levaria à escassez de alimentos em questão de poucas décadas; a participação dos movimentos feministas brasileiros e norte-americanos nos debates populacionais, especialmente no que se refere ao controle da natalidade recair em controle sobre os corpos das mulheres e na defesa pela liberdade feminina; e os questionamentos, novas descobertas e contestações em torno dos métodos contraceptivos envolvendo Igreja Católica Romana, movimentos feministas e campos da Medicina. |
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Contudo, as demandas de controle desse crescimento foram remetidas, por governantes e especialistas na questão, aos países considerados de Terceiro Mundo, revelando-se então os conteúdos geopolítico, social e econômico dos debates. Foram analisadas as edições semanais das revistas publicadas nas décadas de 1960 e 1970, compreendendoas como produtos de sujeitos da época e produtoras de práticas discursivas e representações sociais a partir das diferentes apropriações que suscitam. A pesquisa nas revistas apontou para quatro facetas dos debates sobre controle do crescimento populacional nas décadas de 1960 e 1970: as representações sociais presentes nas páginas das revistas acerca das relações entre Brasil e Estados Unidos, inlcuindo-se tensões e intercooperações sociais, culturais, econômicas e diplomáticas; a interpretação feita à época de que o aumento populacional em países pobres levaria à escassez de alimentos em questão de poucas décadas; a participação dos movimentos feministas brasileiros e norte-americanos nos debates populacionais, especialmente no que se refere ao controle da natalidade recair em controle sobre os corpos das mulheres e na defesa pela liberdade feminina; e os questionamentos, novas descobertas e contestações em torno dos métodos contraceptivos envolvendo Igreja Católica Romana, movimentos feministas e campos da Medicina.This paper intends to analyze the reports published by the American magazine TIME (1960-1979) and the Brazilian magazine VEJA (1968-1979), when the debates about the “population problem” got covers and made room in media coverage in both countries. After World War II, there was a sudden increase in the world population, considered alarming by the standards of the time. The demographic explosion of the 1950s is often referred by documentary sources as being primarily responsible for the "chaotic" scenario of population growth. However, the demands for control of this growth were referred by the rulers and specialists in the matter to the considered Third World countries, thus revealing the geopolitical, social and economic contents of the debates. The weekly editions of the magazines published in the 1960s and 1970s were analyzed, considering them as byproducts of subjects of the time and producing discursive practices and social representations from the different appropriations they raise. The research in the magazines pointed to four facets of the debates on population growth control in the 1960s and 1970s: the social representations present in the pages of the magazines about the relations between Brazil and the United States, including social, cultural, economic and diplomatic tensions and intercooperations; the interpretation made at the time that population growth in poor countries would lead to food shortages in a matter of a few decades; the participation of the brazilian and american feminists movements in population debates, especially with regard to birth control resulting in control over women’s bodies and in the defense of women's freedom; and the questionings, new discoveries and contestations around the contraceptive methods involving Roman Catholic Church, feminists movements and fields of Medicine.259 p.Azevedo, Cecília da SilvaMaciel, Laura AntunesFáveri, Marlene deBlanchette, Thaddeus GregoryAlves Junior, Alexandre Guilherme da CruzAraujo, Anelise Rodrigues Machado de2023-03-08T16:42:12Z2023-03-08T16:42:12Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfARAUJO, Anelise Rodrigues Machado de. 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