Morfodinâmica Tridimensional da Praia da Massambaba, Litoral do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maluf, Victor Buznello de Vasconcellos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31266
Resumo: O principal objetivo deste trabalho é identificar características morfodinâmicas em planta e em perfil ao longo da praia da Massamababa, litoral do Estado do Rio de Janeiro, tanto da parte emersa quanto da parte submarina do prisma praial. O objetivo secundário é avaliar o potencial de dados de sensoriamento remoto, tais como imagens aéreas e orbitais de alta resolução espacial, na identificação e diferenciação de estágios morfodinâmicos de praias arenosas. O arco praial tem direcionamento oeste-leste, sendo extenso, contínuo e marcadamente exposto a ondas de tempestade. A área de estudo se caracteriza pela alternância entre períodos de tempo bom, quando predominam ventos e ondas de nordeste em função do sistema de alta pressão do Atlântico sul, e de tempestade, que ocorrem durante a passagem de frentes frias, quando o padrão de ventos e ondas mudam para o quadrante sul. Para o estudo contou-se com quatro pontos de controle (Oeste, Centro-Oeste, Centro-Leste e Leste), cujo monitoramento contínuo foi iniciado em setembro de 2011. Foram utilizadas imagens orbitais ópticas de alta resolução espacial disponíveis no software livre Google Earth Pro, uma ortofoto do IBGE do ano de 2005 e topografia transversal com auxílio de estação total. Além disso, contou-se com um levantamento de topografia tridimensional de detalhe em cada ponto de monitoramento, adquiridos a partir de levantamentos com DGPS em modos estático e cinemático. Da fotografia aérea e da série temporal de imagens orbitais foram analisadas a morfologia da praia emersa (retilínea ou rítmica) e a morfologia da zona submarina (morfologia dos bancos submersos) a partir de interpretação visual. Dos perfis foram extraídos a amplitude da largura da praia, variabilidade horizontal e declividade da face de praia. Os pontos de controle apresentaram amplitude entre 35 e 52 metros, variabilidade horizontal entre 10 e 15 metros e declividade de face de praia entre dois e seis graus. No ponto Oeste foi observado que predomina o estágio de terraço de baixa-mar, com ocorrência de cúspides de espraiamento. Também foi constatada a ocorrência de sandwaves em duas ocasiões dentro da série temporal de imagens. Os pontos centro-oeste e centro-leste apresentaram características semelhantes. Bancos transversais se fizeram mais frequentes, porém foram observados desde terraços de baixa-mar a bancos rítmicos e longitudinais. A praia emersa refletiu a dinâmica da zona submarina no setor central com presença de megacúspides associadas aos bancos submersos. Por fim, no ponto Leste foram observados sistemas de bancos múltiplos (dois bancos), que se apresentam em todas as configurações intermediárias. A face de praia e berma mostram variabilidade morfológica, mas raramente há a presença de cúspides de espraiamento. Megacúspides de espraiamento marcaram a praia emersa, geralmente associadas a morfologia dos bancos externos, ou mais distais da praia. Conclui-se que as condições morfodinâmicas são de predomínio intermediário nos 4 pontos de monitoramento, variando de intermediário-refletiva a intermediário-dissipativa de oeste para leste na praia da Massamababa. A utilização de imagens de alta resolução espacial se mostrou eficaz na identificação não somente das características padrões morfodinâmicas, mas na diferenciação de estágios morfodinâmicos individuais, especialmente dentro espectro intermediário.
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A área de estudo se caracteriza pela alternância entre períodos de tempo bom, quando predominam ventos e ondas de nordeste em função do sistema de alta pressão do Atlântico sul, e de tempestade, que ocorrem durante a passagem de frentes frias, quando o padrão de ventos e ondas mudam para o quadrante sul. Para o estudo contou-se com quatro pontos de controle (Oeste, Centro-Oeste, Centro-Leste e Leste), cujo monitoramento contínuo foi iniciado em setembro de 2011. Foram utilizadas imagens orbitais ópticas de alta resolução espacial disponíveis no software livre Google Earth Pro, uma ortofoto do IBGE do ano de 2005 e topografia transversal com auxílio de estação total. Além disso, contou-se com um levantamento de topografia tridimensional de detalhe em cada ponto de monitoramento, adquiridos a partir de levantamentos com DGPS em modos estático e cinemático. Da fotografia aérea e da série temporal de imagens orbitais foram analisadas a morfologia da praia emersa (retilínea ou rítmica) e a morfologia da zona submarina (morfologia dos bancos submersos) a partir de interpretação visual. Dos perfis foram extraídos a amplitude da largura da praia, variabilidade horizontal e declividade da face de praia. Os pontos de controle apresentaram amplitude entre 35 e 52 metros, variabilidade horizontal entre 10 e 15 metros e declividade de face de praia entre dois e seis graus. No ponto Oeste foi observado que predomina o estágio de terraço de baixa-mar, com ocorrência de cúspides de espraiamento. Também foi constatada a ocorrência de sandwaves em duas ocasiões dentro da série temporal de imagens. Os pontos centro-oeste e centro-leste apresentaram características semelhantes. Bancos transversais se fizeram mais frequentes, porém foram observados desde terraços de baixa-mar a bancos rítmicos e longitudinais. A praia emersa refletiu a dinâmica da zona submarina no setor central com presença de megacúspides associadas aos bancos submersos. Por fim, no ponto Leste foram observados sistemas de bancos múltiplos (dois bancos), que se apresentam em todas as configurações intermediárias. A face de praia e berma mostram variabilidade morfológica, mas raramente há a presença de cúspides de espraiamento. Megacúspides de espraiamento marcaram a praia emersa, geralmente associadas a morfologia dos bancos externos, ou mais distais da praia. Conclui-se que as condições morfodinâmicas são de predomínio intermediário nos 4 pontos de monitoramento, variando de intermediário-refletiva a intermediário-dissipativa de oeste para leste na praia da Massamababa. A utilização de imagens de alta resolução espacial se mostrou eficaz na identificação não somente das características padrões morfodinâmicas, mas na diferenciação de estágios morfodinâmicos individuais, especialmente dentro espectro intermediário.The main objective of this study is to identify the tridimensional morphodynamical characteristics (plain view and profile view) along Massambaba beach, located at the eastern sector of Rio de Janeiro’s state coastline, Brazil. The secondary objective is to evaluate the potential of remote sensing data, such as high spatial resolution satellite and aerial imagery, on the identification and differentiation of morphodynamic sandy beach states/types. Both subaerial and subaqueous morphological features were considered in the analysis. The beach arc follows a west-east direction, being long, continuous and remarkably exposed to storm waves. The wave climate is characterized by shifting fair weather conditions, with low height and short period waves coming from NE and E, and storm conditions, when higher and long period waves alternate to the southern quadrant. The research was conducted from four fixed survey points (Western, Mid-Western, Mid-Eastern and Eastern), monitored since September 2011. For the plain view analysis, an aerial photograph from the year of 2005 and free high spatial resolution orbital imagery, available in the software Google Earth Pro, were used. Sequential beach cross-sections were acquired with the aid of a total station theodolite for the profile analysis. Moreover, a tridimensional terrain model was acquired with a DGPS for each survey spot. Morphological features of both subaerial and subaqueous beach, such as beach cusps, megacusps, sand waves and nearshore bars, were visually interpreted from the aerial and orbital imagery. Beach width amplitude, horizontal variability and beach face slope were extracted from sequential beach profiles. Morphometric data shows amplitude between 35 and 53 meters, horizontal variability between 10 and 15 meters and beach face slope ranging from two to six degrees all along the beach arc. At the western sector, predominance of a low tide-terrace, with frequent occurrence of beach cusps was observed. It was also noted the presence of sand waves in two dates from the orbital imagery time series. Mid-Western and Mid-Eastern sections presented similar characteristics. Most frequent surf zone feature were transverse bars, although both survey spots ranged from low-tide terrace to rhythmic or longitudinal bars. Subaerial beach was characterized by megacusps associated to bar morphology. It was found that the eastern sector presented two bar systems that ranged within all intermediate configurations. Subaerial beach was rhythmic on most scenes due to megacusps usually associated to outer bar morphology. It was concluded that the Massambaba beach presented intermediate characteristics at all sectors, with a smooth transition from intermediate-reflective at the western sector to intermediate-dissipative at the eastern sector. High spatial resolution satellite and aerial imagery was an effective asset not only to identify general morphodynamical characteristics but also to differentiate individual morphodynamical beach states/types, especially within the intermediate spectrum.75 f.Fernandez, Guilherme BorgesPereira, Thiago GonçalvesBulhões, Eduardo Manuel RosaAbuchacra, Rodrigo CoutinhoMaluf, Victor Buznello de Vasconcellos2023-11-28T07:00:49Z2023-11-28T07:00:49Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMALUF, Victor Buznello de Vasconcellos. Morfodinâmica tridimensional da Praia da Massambaba, litoral do Estado do Rio de Janeiro. 2016. 75 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016.http://app.uff.br/riuff/handle/1/31266CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-11-28T07:00:54Zoai:app.uff.br:1/31266Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:18:05.717050Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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