Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbarino, Elisabete
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/30455
Resumo: Esta pesquisa compreende três estudos independentes envolvendo análises de nitrogênio e substâncias nitrogenadas em organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas. O primeiro estudo consistiu numa comparação dos resultados de análises de nitrogênio total, gerados através do método de Hach, uma alternativa nova e de baixo custo, com análises de composição elementar CHN, um método consagrado, de alto custo. Foram testados 60 organismos aquáticos, compreendendo uma vasta gama de diversidade biológica, como macroalgas, microalgas, crustáceos, peixes, plantas de mangue, plantas de marisma, espermatófitas marinhas, um porífero, um equinodermo e moluscos bivalves, além de duas proteínas puras. Os resultados indicam que as duas técnicas comparadas geram medidas de nitrogênio total, virtualmente idênticas, o que valida plenamente o uso do método de Hach em análises de organismos aquáticos. A distribuição intracelular de nitrogênio e o estabelecimento de fatores de conversão entre nitrogênio e proteínas (fatores N-Prot) para três microalgas marinhas e duas dulciaqüícolas foram os alvos do segundo estudo. As microalgas foram cultivadas em laboratório e constatou-se que as espécies apresentam concentrações variáveis de nitrogênio não-protéico, flutuando entre 5,7% e 17,0% do nitrogênio total. Formas inorgânicas de nitrogênio (nitrato + nitrito + amônia/amônio) foram identificadas como a principal fonte de nitrogênio não-protéico, seguida de ácidos nucléicos e de clorofilas. Concentrações variáveis de ácidos aminados foram encontradas nas espécies testadas. As espécies de microalgas dulciaqüícolas testadas apresentaram concentrações de nitrogênio e de proteínas maiores do que as espécies marinhas, porém as proporções entre nitrogênio não-protéico e nitrogênio total foram semelhantes entre todas as microalgas. Os fatores N-Prot calculados variaram entre 4,70 e 5,48 e foram semelhantes entre microalgas marinhas e dulciaqüicolas pertencentes aos mesmos grupos taxonômicos (clorófitas e cianobactérias). No terceiro estudo, sete macroalgas marinhas foram avaliadas quanto aos teores de nitrogênio e composição de ácidos aminados ao longo de oito coletas sazonais realizadas entre fevereiro de 2005 e janeiro de 2007. As concentrações de nitrogênio total nos talos das sete espécies de macroalgas flutuaram significativamente ao longo do tempo, mas sem padrões cíclicos de variação. Mudanças nas proporções dos ácidos aminados foram virtualmente nulas para cada espécie, mas houve variações significativas nos teores totais de ácidos aminados ao longo do tempo. Fatores de conversão N-Prot foram estabelecidos para cada espécie em cada coleta, variando entre 3,70 e 5,59 e com flutuações insignificantes ao longo do tempo para seis das sete espécies testadas. O uso do tradicional fator N-Prot 6,25 deve ser evitado em algas, sendo recomendados os fatores N-Prot estabelecidos para macroalgas e microalgas nesta pesquisa.
id UFF-2_0e73aaa767862ad99716d089a84070c7
oai_identifier_str oai:app.uff.br:1/30455
network_acronym_str UFF-2
network_name_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository_id_str 2120
spelling Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhasEsta pesquisa compreende três estudos independentes envolvendo análises de nitrogênio e substâncias nitrogenadas em organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas. O primeiro estudo consistiu numa comparação dos resultados de análises de nitrogênio total, gerados através do método de Hach, uma alternativa nova e de baixo custo, com análises de composição elementar CHN, um método consagrado, de alto custo. Foram testados 60 organismos aquáticos, compreendendo uma vasta gama de diversidade biológica, como macroalgas, microalgas, crustáceos, peixes, plantas de mangue, plantas de marisma, espermatófitas marinhas, um porífero, um equinodermo e moluscos bivalves, além de duas proteínas puras. Os resultados indicam que as duas técnicas comparadas geram medidas de nitrogênio total, virtualmente idênticas, o que valida plenamente o uso do método de Hach em análises de organismos aquáticos. A distribuição intracelular de nitrogênio e o estabelecimento de fatores de conversão entre nitrogênio e proteínas (fatores N-Prot) para três microalgas marinhas e duas dulciaqüícolas foram os alvos do segundo estudo. As microalgas foram cultivadas em laboratório e constatou-se que as espécies apresentam concentrações variáveis de nitrogênio não-protéico, flutuando entre 5,7% e 17,0% do nitrogênio total. Formas inorgânicas de nitrogênio (nitrato + nitrito + amônia/amônio) foram identificadas como a principal fonte de nitrogênio não-protéico, seguida de ácidos nucléicos e de clorofilas. Concentrações variáveis de ácidos aminados foram encontradas nas espécies testadas. As espécies de microalgas dulciaqüícolas testadas apresentaram concentrações de nitrogênio e de proteínas maiores do que as espécies marinhas, porém as proporções entre nitrogênio não-protéico e nitrogênio total foram semelhantes entre todas as microalgas. Os fatores N-Prot calculados variaram entre 4,70 e 5,48 e foram semelhantes entre microalgas marinhas e dulciaqüicolas pertencentes aos mesmos grupos taxonômicos (clorófitas e cianobactérias). No terceiro estudo, sete macroalgas marinhas foram avaliadas quanto aos teores de nitrogênio e composição de ácidos aminados ao longo de oito coletas sazonais realizadas entre fevereiro de 2005 e janeiro de 2007. As concentrações de nitrogênio total nos talos das sete espécies de macroalgas flutuaram significativamente ao longo do tempo, mas sem padrões cíclicos de variação. Mudanças nas proporções dos ácidos aminados foram virtualmente nulas para cada espécie, mas houve variações significativas nos teores totais de ácidos aminados ao longo do tempo. Fatores de conversão N-Prot foram estabelecidos para cada espécie em cada coleta, variando entre 3,70 e 5,59 e com flutuações insignificantes ao longo do tempo para seis das sete espécies testadas. O uso do tradicional fator N-Prot 6,25 deve ser evitado em algas, sendo recomendados os fatores N-Prot estabelecidos para macroalgas e microalgas nesta pesquisa.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorThis research involves three independent studies on nitrogen and nitrogenous substances analyses in aquatic organisms, with emphasis on marine algae. The first study was a comparison of the results for total nitrogen analysis generated by Hach’s method, a new and low-cost alternative, with CHN elemental analysis, a widely accepted and costly method. Sixty aquatic organisms were tested, involving a vast biological diversity, as seaweeds, microalgae, crustaceans, fishes, mangrove plants, salt marsh plants, seagrasses, a marine sponge, an echinoderm and bivalve mollusks, as well as two pure proteins. The results indicate that the two compared techniques yield virtually identical nitrogen measurements, and this validates the Hach’s method for nitrogen analysis of aquatic organisms. The intracellular distribution of nitrogen and the establishment of nitrogen-to-protein conversion factors (N-Prot factors) for three marine and two freshwater microalgae were the targets of the second study. The microalgae were cultured in laboratory and it was noticed that the species showed variable concentrations of non-protein nitrogen, fluctuating from 5.7% to 17.0% of the total nitrogen. Inorganic forms of nitrogen (nitrate + nitrite + ammonia/ammonium) were identified as the main source of non-protein nitrogen, followed by nucleic acids and chlorophylls. Variable concentrations of amino acids were found in the microalgae. The freshwater species showed higher concentrations of both total nitrogen and protein than the marine species, however the proportions between non-protein nitrogen and total nitrogen were similar in all microalgae. The N-Prot factors fluctuated between 4.70 and 5.48 and they were similar with microalgae that belong to the same taxonomic groups (chlorophytes and cyanobacteria). In the third study, seven seaweeds were evaluated regarding total nitrogen and amino acid composition throughout eight seasonal field sampling performed from February 2005 and January 2007. The concentrations of total nitrogen in the thalli of the seven seaweeds fluctuated significantly throughout time, but without a clear cyclic pattern. Changes in the proportions of the amino acid were virtually inexistent for each species, but significant variations in total amino acid were reported throughout time. N-Prot factors were calculated for each species in each sampling, varying from 3.70 and 5.59. No changes in N-Prot factors were found for six out of the seven species throughout time. The use of the traditional N-Prot factor 6.25 should be avoided in algae, and the use of the N-Prot factors established for seaweeds and microalgae in this study is recommended.Lourenço, Sergio de OliveiraMachado, Maria Cordélia SoaresPlastino, Estela MariaChaloub, Ricardo MoreiraTeixeira, Valéria LaneuvilleBarbarino, Elisabete2023-09-19T20:09:56Z2023-09-19T20:09:56Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://app.uff.br/riuff/handle/1/30455CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2023-09-19T20:10:00Zoai:app.uff.br:1/30455Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202023-09-19T20:10Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
dc.title.none.fl_str_mv Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas
title Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas
spellingShingle Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas
Barbarino, Elisabete
title_short Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas
title_full Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas
title_fullStr Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas
title_full_unstemmed Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas
title_sort Contribuição ao conhecimento sobre a composição de nitrogênio de organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas
author Barbarino, Elisabete
author_facet Barbarino, Elisabete
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Lourenço, Sergio de Oliveira
Machado, Maria Cordélia Soares
Plastino, Estela Maria
Chaloub, Ricardo Moreira
Teixeira, Valéria Laneuville
dc.contributor.author.fl_str_mv Barbarino, Elisabete
description Esta pesquisa compreende três estudos independentes envolvendo análises de nitrogênio e substâncias nitrogenadas em organismos aquáticos, com ênfase em algas marinhas. O primeiro estudo consistiu numa comparação dos resultados de análises de nitrogênio total, gerados através do método de Hach, uma alternativa nova e de baixo custo, com análises de composição elementar CHN, um método consagrado, de alto custo. Foram testados 60 organismos aquáticos, compreendendo uma vasta gama de diversidade biológica, como macroalgas, microalgas, crustáceos, peixes, plantas de mangue, plantas de marisma, espermatófitas marinhas, um porífero, um equinodermo e moluscos bivalves, além de duas proteínas puras. Os resultados indicam que as duas técnicas comparadas geram medidas de nitrogênio total, virtualmente idênticas, o que valida plenamente o uso do método de Hach em análises de organismos aquáticos. A distribuição intracelular de nitrogênio e o estabelecimento de fatores de conversão entre nitrogênio e proteínas (fatores N-Prot) para três microalgas marinhas e duas dulciaqüícolas foram os alvos do segundo estudo. As microalgas foram cultivadas em laboratório e constatou-se que as espécies apresentam concentrações variáveis de nitrogênio não-protéico, flutuando entre 5,7% e 17,0% do nitrogênio total. Formas inorgânicas de nitrogênio (nitrato + nitrito + amônia/amônio) foram identificadas como a principal fonte de nitrogênio não-protéico, seguida de ácidos nucléicos e de clorofilas. Concentrações variáveis de ácidos aminados foram encontradas nas espécies testadas. As espécies de microalgas dulciaqüícolas testadas apresentaram concentrações de nitrogênio e de proteínas maiores do que as espécies marinhas, porém as proporções entre nitrogênio não-protéico e nitrogênio total foram semelhantes entre todas as microalgas. Os fatores N-Prot calculados variaram entre 4,70 e 5,48 e foram semelhantes entre microalgas marinhas e dulciaqüicolas pertencentes aos mesmos grupos taxonômicos (clorófitas e cianobactérias). No terceiro estudo, sete macroalgas marinhas foram avaliadas quanto aos teores de nitrogênio e composição de ácidos aminados ao longo de oito coletas sazonais realizadas entre fevereiro de 2005 e janeiro de 2007. As concentrações de nitrogênio total nos talos das sete espécies de macroalgas flutuaram significativamente ao longo do tempo, mas sem padrões cíclicos de variação. Mudanças nas proporções dos ácidos aminados foram virtualmente nulas para cada espécie, mas houve variações significativas nos teores totais de ácidos aminados ao longo do tempo. Fatores de conversão N-Prot foram estabelecidos para cada espécie em cada coleta, variando entre 3,70 e 5,59 e com flutuações insignificantes ao longo do tempo para seis das sete espécies testadas. O uso do tradicional fator N-Prot 6,25 deve ser evitado em algas, sendo recomendados os fatores N-Prot estabelecidos para macroalgas e microalgas nesta pesquisa.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-09-19T20:09:56Z
2023-09-19T20:09:56Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://app.uff.br/riuff/handle/1/30455
url http://app.uff.br/riuff/handle/1/30455
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv CC-BY-SA
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv CC-BY-SA
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron:UFF
instname_str Universidade Federal Fluminense (UFF)
instacron_str UFF
institution UFF
reponame_str Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
collection Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)
repository.mail.fl_str_mv riuff@id.uff.br
_version_ 1802135439423832064