Nem tudo que reluz é ouro: a Última Hora, a Tribuna da Imprensa e a campanha de saneamento moral de Copacabana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Amado, Daniele Chaves
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16302
Resumo: O objetivo da dissertação é a análise do papel da imprensa como instrumento político. Através do estudo de dois periódicos que atuaram ativamente no cenário político do período, mais especificamente, durante o segundo governo de Getúlio Vargas, a Última Hora e a Tribuna da Imprensa. Assim, nosso objeto de estudo é o papel político destes dois jornais que possuíam orientações políticas antagônicas. Para entendermos esse papel, selecionamos uma questão específica que se transformou em foco de atenção dos dois jornais e, através da análise da forma de tratamento dado a esta, podemos verificar as estratégias adotadas pelos periódicos para promoverem seus posicionamentos políticos. Utilizaremos a campanha moralizadora do bairro de Copacabana, empreendida pelo periódico Última Hora. Tal campanha realizada pelo periódico durante o mês de setembro de 1952 pretendia, inicialmente, impedir que o bairro se transformasse no Bas-fond da cidade, após sofrer mudanças significativas devido à chegada e ao fluxo de novos freqüentadores da praia, novos moradores, veranistas, turistas e os tipos boêmios acarretando uma nova recomposição social com a redefinição dos padrões de moradia e sociabilidade do bairro. A campanha resultou em uma mesa-redonda que contou com a participação do chefe de polícia do Distrito Federal, general Ciro Rezende, do delegado de Costumes e Diversões, dr. Cícero Brasileiro de Melo, além de outras personalidades consideradas pertinentes para o debate pela Última Hora. A campanha de saneamento moral de Copacabana obteve resposta imediata por parte da Tribuna da Imprensa, através da publicação de denúncias quanto à corrupção de policiais da Delegacia de Costumes e Diversões Públicas envolvidos com a prática do lenocínio. A estratégia adotada por Carlos Lacerda, fundador e dono da Tribuna da Imprensa e opositor ferrenho de Vargas, consistia em apresentar reportagens que de alguma forma associassem o governo e especialmente a imagem do presidente da república, Getúlio Vargas, a expansão e normatização do meretrício e à corrupção policial devido à sua suposta associação à exploração da prostituição
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