A soberania e a ordem mundial contemporânea

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Renan Almeida de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8210
Resumo: A proposta interpelativa, exposta através do trabalho dissertativo, aponta inicialmente para as mudanças na ordem do pensamento em concomitância com a realidade material em permanente movimento de transformação, ambas verificadas no transcurso de afirmação da ordem política moderna. Destaca, sobremaneira a revolucionária descoberta do plano da imanência como possibilidade de poder em contraposição ao arranjo de poder religioso/temporal de caráter transcendente característico e hegemônico, quando observada a ordem política medieval. Apresenta, em seguida, - como decorrência da “crise” que emerge por força das transformações em curso na ordem política e social - e destaca as reflexões, através da releitura, produzidas por um grupo de pensadores modernos (Maquiavel; Bodin; Hobbes; Locke, Rousseau e Spinoza) que se debruçam sobre a questão do moderno conceito de soberania. Procura correlacionar suas formulações observando, a partir de seus textos básicos, o preceito formulativo da imanência ou transcendência como arranjo definidor da nova ordem política que se insinua. Descreve a emergência do estado moderno como aparelho político de afirmação da soberania moderna e sua relação com o conceito de nação, enquanto mecanismos simbólicos como tentativa de superação da “crise” produzida na ordem política soberana, em mudança. Sobretudo, destaca-se sua conformação institucional a partir das perspectivas do pensamento hegeliano e sua concepção de Estado ético. Contrapondo, a essa concepção - sem, contudo abandonar a lógica dialética, mas aplicando-a em outras bases analíticas - o pensamento marxiano; através da concepção materialista da história, na qual se aponta o caráter daquele [Estado] como instrumento constituído de afirmação da nova ordem do capital. A exposição dissertativa se consuma destacando que a soberania moderna através do Estado não representa a afirmação soberana de uma dada comunidade em seus interesses comuns (vontade coletivamente construída), mas, sobretudo se caracterizando por uma ação soberana que visa a firmação e expansão da ordem do capital, seja na ordem interna ou em sua ação externa. Como resultado o arranjo soberano moderno [o Estado] se manifesta pela negação do plano da imanência, já que se afirma pela transcendência laicizada, reafirmando a “crise” da modernidade, na contemporaneidade. Conclui a exposição aludindo que pensar o conceito e a efetividade da soberania na atualidade é retomar as bases formulativas que contemplam a questão da imanência como forma de poder soberano de uma dada comunidade
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Procura correlacionar suas formulações observando, a partir de seus textos básicos, o preceito formulativo da imanência ou transcendência como arranjo definidor da nova ordem política que se insinua. Descreve a emergência do estado moderno como aparelho político de afirmação da soberania moderna e sua relação com o conceito de nação, enquanto mecanismos simbólicos como tentativa de superação da “crise” produzida na ordem política soberana, em mudança. Sobretudo, destaca-se sua conformação institucional a partir das perspectivas do pensamento hegeliano e sua concepção de Estado ético. Contrapondo, a essa concepção - sem, contudo abandonar a lógica dialética, mas aplicando-a em outras bases analíticas - o pensamento marxiano; através da concepção materialista da história, na qual se aponta o caráter daquele [Estado] como instrumento constituído de afirmação da nova ordem do capital. A exposição dissertativa se consuma destacando que a soberania moderna através do Estado não representa a afirmação soberana de uma dada comunidade em seus interesses comuns (vontade coletivamente construída), mas, sobretudo se caracterizando por uma ação soberana que visa a firmação e expansão da ordem do capital, seja na ordem interna ou em sua ação externa. Como resultado o arranjo soberano moderno [o Estado] se manifesta pela negação do plano da imanência, já que se afirma pela transcendência laicizada, reafirmando a “crise” da modernidade, na contemporaneidade. Conclui a exposição aludindo que pensar o conceito e a efetividade da soberania na atualidade é retomar as bases formulativas que contemplam a questão da imanência como forma de poder soberano de uma dada comunidadeThe proposal interpolative, exposed through this work, initially points to changes in the order of thought in conjunction with the material reality in constant movement of transformation, both recorded in the passing of the affirmation of modern political order. It stands, particularly the revolutionary discovery of the plane of immanence as a possibility of power as opposed to the arrangement of religious power / time of transcendent character; characteristic and hegemonic, when observed the medieval political order. Then - as a result of “crisis" that emerges under the transformations under way in the political and social orders - and highlights the thoughts, for rereading, produced by a group of modern thinkers (Maquiavel, Bodin, Hobbes, Locke, Rousseau and Spinoza) that focused on the question of the modern concept of sovereignty. On the way to correlate their formulations looking from its basic texts, the precept made of immanence or transcending as a defining arrangement of the new political. Describes the emergence of the modern state, as a political apparatus of the modern sovereignty assertion, and its relationship with the concept of nation as a mechanism to attempt to overcome the "crisis" produced in the sovereign political order in change. Above all, highlighting its institutional conformation from the perspective of Hegelian thinking and his conception of state ethics. Contrasting this position - without leave the dialectic logic, but applying it to other analytical references - the Marxist concept; over the materialist conception of history, which shows the character of This [State] a instrument formed of affirmation of the new order of the capital. The exhibition is consumed emphasizing that the modern sovereignty by the government does not represent the sovereign affirmation of any community in their common interests (will collectively built), but is characterized mainly by a sovereign action aimed at reassurance and expansion of the order of capital, either in domestic or in foreign acts. As a result, the modern sovereign arrangement [the State] is manifested by the denial of the immanence plan, as it is asserted by the secularized transcendence, reaffirming the modernity "crisis" in the contemporary times. Alluding to the exhibition concludes: think the concept and effectiveness of sovereignty in actuality it is recuperate bases that include the issue of immanence as a sovereign power of a given communityMelo Sobrinho, Noéli Correia dePatrício, Inês Emilia de M. S.Mendonça, Carlos Eduardo R. deAugusto, Cláudio de FariasSolis, Dirce Eleonora NigroSouza, Renan Almeida de2019-01-16T13:27:13Z2019-01-16T13:27:13Z2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/8210openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-09-17T17:47:14Zoai:app.uff.br:1/8210Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202021-09-17T17:47:14Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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