Resistência a antimicrobianos em Streptococcus pneumoniae nos períodos pré e pós-introdução das vacinas conjugadas no Brasil: uma revisão de literatura
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/22343 |
Resumo: | A principal forma de prevenção das doenças pneumocócicas é por meio das vacinas conjugadas e, no Brasil, as vacinas 10-valente (VPC10) e 13-valente (VPC13) estão disponíveis para a população pediátrica desde 2010. A emergência de pneumococos resistentes a antimicrobianos tem se mostrado alarmante de forma global, mesmo após a vacinação. O presente estudo teve como objetivo fazer um levantamento dos dados publicados no país relacionados à resistência a antimicrobianos entre 2000 e 2021 e determinar os perfis de suscetibilidade a antimicrobianos antes e após a introdução das VPCs. Foi realizada uma pesquisa na base de dados do PubMed com os unitermos “Streptococcus pneumoniae AND resistan* AND Brazil*” para busca de artigos relacionados ao tema proposto. Foram inseridos no estudo 27 artigos dentre os 167 encontrados que cumpriam os critérios de inclusão, além dos dados do projeto SIREVA II dos anos de 2000 a 2017. As informações encontradas em cada estudo foram extraídas e analisadas individualmente para comparação entre os períodos pré- VPC (2000-2009), VPC inicial (2010-2012) e VPC tardio (2013-2017). Foram analisados dados de 20.070 amostras entre 2000 e 2017. Todas as amostras testadas para telitromicina, gemifloxacina, vancomicina e linezolida se mostraram sensíveis. Foram detectadas altas prevalências de não-suscetibilidade a sulfametoxazoltrimetoprim (7.530; 41,5%), penicilina nos parâmetros meningite (1.549; 30,2%) e geral (amostras testadas frente a penicilina sem considerar a separação dos parâmetros meningite e não meningite a partir de 2007 - 2.279; 22,5%), eritromicina (1.825; 10,4%), cefuroxima (106; 11,6%) e tetraciclina (535; 17,4%). Entre os períodos pré-VPC e VPC tardio, clindamicina (1,9%; pré-VPC e 20,3%; VPC tardio), eritromicina (5,6% e 20,6%) e penicilina geral (22,4% e 30,9%) apresentaram aumento global na resistência, enquanto para penicilina não-meningite (12% e 6,1%) e sulfametoxazol-trimetoprim (49,2% e 29%) houve uma redução. Houve maior variação de resistência para amostras de colonização em relação àquelas de infecção para penicilina no parâmetro geral, cloranfenicol, eritromicina, clindamicina e sulfametoxazol-trimetoprim. Entre as amostras de colonização, ocorreu uma redução na resistência a cloranfenicol e tetraciclina e um aumento para penicilina. Para infecção, houve uma diminuição na resistência para penicilina geral. Em ambos os casos foi observada um aumento na resistência a penicilina e uma redução na resistência a sulfametoxazol-trimetoprim. O aumento na resistência a fármacos importantes para tratamento das doenças pneumocócicas é preocupante. |
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O presente estudo teve como objetivo fazer um levantamento dos dados publicados no país relacionados à resistência a antimicrobianos entre 2000 e 2021 e determinar os perfis de suscetibilidade a antimicrobianos antes e após a introdução das VPCs. Foi realizada uma pesquisa na base de dados do PubMed com os unitermos “Streptococcus pneumoniae AND resistan* AND Brazil*” para busca de artigos relacionados ao tema proposto. Foram inseridos no estudo 27 artigos dentre os 167 encontrados que cumpriam os critérios de inclusão, além dos dados do projeto SIREVA II dos anos de 2000 a 2017. As informações encontradas em cada estudo foram extraídas e analisadas individualmente para comparação entre os períodos pré- VPC (2000-2009), VPC inicial (2010-2012) e VPC tardio (2013-2017). Foram analisados dados de 20.070 amostras entre 2000 e 2017. Todas as amostras testadas para telitromicina, gemifloxacina, vancomicina e linezolida se mostraram sensíveis. Foram detectadas altas prevalências de não-suscetibilidade a sulfametoxazoltrimetoprim (7.530; 41,5%), penicilina nos parâmetros meningite (1.549; 30,2%) e geral (amostras testadas frente a penicilina sem considerar a separação dos parâmetros meningite e não meningite a partir de 2007 - 2.279; 22,5%), eritromicina (1.825; 10,4%), cefuroxima (106; 11,6%) e tetraciclina (535; 17,4%). Entre os períodos pré-VPC e VPC tardio, clindamicina (1,9%; pré-VPC e 20,3%; VPC tardio), eritromicina (5,6% e 20,6%) e penicilina geral (22,4% e 30,9%) apresentaram aumento global na resistência, enquanto para penicilina não-meningite (12% e 6,1%) e sulfametoxazol-trimetoprim (49,2% e 29%) houve uma redução. Houve maior variação de resistência para amostras de colonização em relação àquelas de infecção para penicilina no parâmetro geral, cloranfenicol, eritromicina, clindamicina e sulfametoxazol-trimetoprim. Entre as amostras de colonização, ocorreu uma redução na resistência a cloranfenicol e tetraciclina e um aumento para penicilina. Para infecção, houve uma diminuição na resistência para penicilina geral. Em ambos os casos foi observada um aumento na resistência a penicilina e uma redução na resistência a sulfametoxazol-trimetoprim. O aumento na resistência a fármacos importantes para tratamento das doenças pneumocócicas é preocupante.Prevention of pneumococcal diseases is mainly achieved by immunization with pneumococcal conjugate vaccines (PCV) and, in Brazil, the 10-valent (PCV10) and 13-valent (PCV13) vaccines have been available to the pediatric population since 2010. Globally, the emergence of pneumococci that are resistant to certain antimicrobial agents have shown to be alarming, even after vaccination. We searched data on antimicrobial resistance among pneumococcal isolates recovered in Brazil since 2000 to determine the antimicrobial susceptibility profiles over time, especially before and after PCV introduction. We searched for articles at the PubMed database using the keywords “Streptococcus pneumoniae AND resistan* AND Brazil*”. Overall, 27 of the 167 articles were included in the study after inclusion and exclusion criteria were applied. Data from the SIREVA II project from 2000 and 2017 were also included. We divided data for analyses in three periods: pre-PCV (2000-2009), early PCV (2010- 2012) and late PCV (2013-2017). A total of 20,070 isolates was analyzed between 2000 and 2017. All isolates tested for telithromycin, gemifloxacin, vancomycin and linezolid were sensitive. We observed higher prevalence of non-susceptibility to sulfamethoxazole-trimethoprim (7.530; 41,5%), penicillin for meningitis (1,549; 30,2%) and general (isolates tested for penicillin not considering the separation between meningitis and non-meningitis breakpoints from 2007 - 2,279; 22,5%) parameters, erythromycin (1,825; 10,4%), cefuroxime (106; 11,6%) and tetracycline (535; 17,4 %). Between the pre-PCV and late-PCV periods, we observed an overall increase in resistance for clindamycin (1.9%; pre-PCV and 20.3%; late PCV), erythromycin (5.6% and 20.6%) and general penicillin (22.4% and 30.9%), while a reduction in resistance was observed for penicillin non-meningitis (12% and 6.1%) and sulfamethoxazoletrimethoprim (49.2% and 29%). We also observed greater variation in resistance for isolates associated with colonization compared to those recovered from infection for penicillin in the general parameter, chloramphenicol, erythromycin, clindamycin and sulfamethoxazole-trimethoprim. Among isolates from colonization, there was a reduction in resistance to chloramphenicol and tetracycline and an increase in penicillin. For isolates associated with infection, there was a decrease in resistance to general penicillin. In both cases, an increase in resistance to penicillin and a reduction in resistance to sulfamethoxazole-trimethoprim were observed. The increasing resistance to drugs that are important for the treatment of pneumococcal diseases is concerning.Neves, Felipe Piedade GonçalvesAlbuquerque, Júlia Peixoto deSouza, Cláudia Rezende Vieira de MendonçaPereira, Patrícia Alice KnuppCabral, Amanda Seabra2021-06-15T19:20:07Z2021-06-15T19:20:07Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttps://app.uff.br/riuff/handle/1/22343Aluno de GraduaçãoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-11-30T17:18:48Zoai:app.uff.br:1/22343Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:01:12.832891Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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A principal forma de prevenção das doenças pneumocócicas é por meio das vacinas conjugadas e, no Brasil, as vacinas 10-valente (VPC10) e 13-valente (VPC13) estão disponíveis para a população pediátrica desde 2010. A emergência de pneumococos resistentes a antimicrobianos tem se mostrado alarmante de forma global, mesmo após a vacinação. O presente estudo teve como objetivo fazer um levantamento dos dados publicados no país relacionados à resistência a antimicrobianos entre 2000 e 2021 e determinar os perfis de suscetibilidade a antimicrobianos antes e após a introdução das VPCs. Foi realizada uma pesquisa na base de dados do PubMed com os unitermos “Streptococcus pneumoniae AND resistan* AND Brazil*” para busca de artigos relacionados ao tema proposto. Foram inseridos no estudo 27 artigos dentre os 167 encontrados que cumpriam os critérios de inclusão, além dos dados do projeto SIREVA II dos anos de 2000 a 2017. As informações encontradas em cada estudo foram extraídas e analisadas individualmente para comparação entre os períodos pré- VPC (2000-2009), VPC inicial (2010-2012) e VPC tardio (2013-2017). Foram analisados dados de 20.070 amostras entre 2000 e 2017. Todas as amostras testadas para telitromicina, gemifloxacina, vancomicina e linezolida se mostraram sensíveis. Foram detectadas altas prevalências de não-suscetibilidade a sulfametoxazoltrimetoprim (7.530; 41,5%), penicilina nos parâmetros meningite (1.549; 30,2%) e geral (amostras testadas frente a penicilina sem considerar a separação dos parâmetros meningite e não meningite a partir de 2007 - 2.279; 22,5%), eritromicina (1.825; 10,4%), cefuroxima (106; 11,6%) e tetraciclina (535; 17,4%). Entre os períodos pré-VPC e VPC tardio, clindamicina (1,9%; pré-VPC e 20,3%; VPC tardio), eritromicina (5,6% e 20,6%) e penicilina geral (22,4% e 30,9%) apresentaram aumento global na resistência, enquanto para penicilina não-meningite (12% e 6,1%) e sulfametoxazol-trimetoprim (49,2% e 29%) houve uma redução. Houve maior variação de resistência para amostras de colonização em relação àquelas de infecção para penicilina no parâmetro geral, cloranfenicol, eritromicina, clindamicina e sulfametoxazol-trimetoprim. Entre as amostras de colonização, ocorreu uma redução na resistência a cloranfenicol e tetraciclina e um aumento para penicilina. Para infecção, houve uma diminuição na resistência para penicilina geral. Em ambos os casos foi observada um aumento na resistência a penicilina e uma redução na resistência a sulfametoxazol-trimetoprim. O aumento na resistência a fármacos importantes para tratamento das doenças pneumocócicas é preocupante. |
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