Dor do eu: antropologia, delírio e transformação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/22034 |
Resumo: | Tomando como ponto de partida as experiências vividas com o pintor, desenhista e artista plástico Rafael Matos — diagnosticado com esquizofrenia — no Hospital Psiquiátrico do Jurujuba, em Niterói (RJ), onde este reside e produz continuamente suas obras, venho traçar alguns panoramas possíveis para as ciências do pensamento, por sua vez análogos a certa necessidade humana de criação, e aqui tomados primordialmente pelo viés da loucura e do delírio — indo da tinta na tela ao corpo desse texto. Também discuto como estes fatores supõem relações com “forças” exteriores (e muitas vezes incompreensíveis) a nós — e não somente “interiores”, como reza a tradição filosófica ocidental —, buscando por suas irrupções através de métodos genealógicos e paradigmáticos, rastreando sinais como quem sai à caça. Veremos também como isto implica uma certa necessidade por novas relações com as diferenças, aqui tomadas como travessias entre estados possíveis do ser que, à maneira do que propõem pensadores tão diversos como Nise da Silveira, Spinoza, Artaud, Jeanne Favret-Saada e Deleuze&Guattari, ocorrerão a nível afetivo e transformador, visando, talvez principalmente, demonstrar uma insuficiência da noção de eu. Não a subjetividade enquanto identidade final, portanto, mas a subjetivação enquanto processo delineará nossos rumos. Como delirar o pensamento, encontrá-lo no mundo, experimentando novos limites frente àquilo que julgamos conhecer e onde tentamos nos reconhecer, e o que, afinal, isto pode oferecer para uma discussão antropológica? |
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Dor do eu: antropologia, delírio e transformaçãoDelírioAntropologiaSubjetivaçãoEsquizofreniaAfetoAntropologia filosóficaArtes plásticasEsquizofreniaDeliriumAnthropologySubjectivationSchizophreniaAffectionTomando como ponto de partida as experiências vividas com o pintor, desenhista e artista plástico Rafael Matos — diagnosticado com esquizofrenia — no Hospital Psiquiátrico do Jurujuba, em Niterói (RJ), onde este reside e produz continuamente suas obras, venho traçar alguns panoramas possíveis para as ciências do pensamento, por sua vez análogos a certa necessidade humana de criação, e aqui tomados primordialmente pelo viés da loucura e do delírio — indo da tinta na tela ao corpo desse texto. Também discuto como estes fatores supõem relações com “forças” exteriores (e muitas vezes incompreensíveis) a nós — e não somente “interiores”, como reza a tradição filosófica ocidental —, buscando por suas irrupções através de métodos genealógicos e paradigmáticos, rastreando sinais como quem sai à caça. Veremos também como isto implica uma certa necessidade por novas relações com as diferenças, aqui tomadas como travessias entre estados possíveis do ser que, à maneira do que propõem pensadores tão diversos como Nise da Silveira, Spinoza, Artaud, Jeanne Favret-Saada e Deleuze&Guattari, ocorrerão a nível afetivo e transformador, visando, talvez principalmente, demonstrar uma insuficiência da noção de eu. Não a subjetividade enquanto identidade final, portanto, mas a subjetivação enquanto processo delineará nossos rumos. Como delirar o pensamento, encontrá-lo no mundo, experimentando novos limites frente àquilo que julgamos conhecer e onde tentamos nos reconhecer, e o que, afinal, isto pode oferecer para uma discussão antropológica?Taking as a starting point those experiences lived with Rafael Matos, a painter, draftsman and plastic artist diagnosed with schizophrenia, at the Jurujuba Psychiatric Hospital in Niterói (RJ), where he lives and continuously produces his works, I come to outline some possible panoramas for the sciences of thought, in turn analogous to a certain human need for creation, and here taken primarily by the ways of madness and delirium — ranging from ink on a canvas to this actual body of text. I also discuss how these factors suppose certains relations with forces “external” (and often incomprehensible) to us — and not only “internal”, as the Western philosophical tradition prefers to consider —, seeking their outbursts through both genealogical and paradigmatic methods, tracing signs such as one who goes out on a hunt. We’ll also see how this implies a certain need for new relations with differences, here taken as crossings between possible states of being that, as proposed by such diverse thinkers as Nise da Silveira, Spinoza, Artaud, Favret-Saada and Deleuze & Guattari, will take place at the affective and transformative level, aiming to demonstrate, perhaps primarily, an inadequacy of the notion of “I”, of “self”. Therefore: not subjectivity, as some final id-entity, but the subjectivation as process will outline our directions. How to rave thought, to find it in the world, to experience new limits in front of what we think we know and where we try to recognize ourselves, and what can this offer, after all, for an anthropological discussion?Ferraz, Ana Lúcia Marques CamargoSilva, André do EiradoBitter, DanielCosta, Bernardo Kallina da2021-05-12T17:23:49Z2021-05-12T17:23:49Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfCOSTA, Bernardo Kallina da. Dor do eu: antropologia, delírio e transformação. 2019. 136f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Antropologia)-Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.https://app.uff.br/riuff/handle/1/22034Aluno de Graduaçãohttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2022-01-20T21:05:34Zoai:app.uff.br:1/22034Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:54:22.311996Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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