Música, autismo e diferenças: a representação como violência em Levinas e Deleuze

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silveira, Alba Cristina Martins da
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Oliveira, Stephan Malta, Damasceno, Luisa Azevedo, Hofmann, Nathalie Emmanuelle, Damasceno, Letícia Azevedo, Schaefer, Cecília Albuquerque Reynaud
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28838
Resumo: O objetivo do presente artigo consiste em investigar e discutir as noções de diferença e representação em Emmanuel Levinas e Gilles Deleuze, articulando tais noções com um projeto de extensão universitária, uma oficina de música no autismo. A metodologia utilizada é a revisão não sistemática da literatura, por meio da seleção das obras Totalidade e Infinito e Entre Nós – ensaios sobre a alteridade, de Levinas; e “A concepção da diferença em Bergson” e Diferença e Repetição, de Deleuze, além de referências secundárias. As principais articulações da investigação realizada com a Oficina de Música consistem em aspectos como a tomada de responsabilidade pela criança autista, por meio de relações assimétricas, que se dão pela via da sensibilidade, aquém de qualquer representação, não totalizando a alteridade e mantendo, ao mesmo tempo, sua diferença radical. Além disto, há a ênfase no trabalho à diferença de cada criança, para além de sua identidade diagnóstica, entendendo-se que todos os participantes encontram-se em processos únicos de diferenciação e que algumas diferenças não são mais privilegiadas que outras, que tais hierarquias são determinadas por relações de poder. Outra contribuição desta articulação se dá na ênfase aos fluxos afetivos intensivos das crianças e à construção de relações de afetação mútua, que aumentam a circulação da potência de vida em cada uma delas. Ratifica-se, por fim, o Projeto como uma proposta para uma clínica, estética, ética e uma política da diferença, alternativa às práticas hegemônicas no autismo na contemporaneidade.
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