Exportações e crescimento econômico: uma análise para as economias asiáticas e latino americanas (1995-2017)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Elizama do Nascimento Oliveira
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35114
Resumo: O objetivo deste trabalho foi analisar as relações entre crescimento econômico e o perfil das exportações das principais economias exportadoras asiáticas e latino-americanas, verificando se a estrutura e a direção das exportações dessas economias tem sido um entrave ao crescimento econômico de longo prazo. Para tanto, foram selecionadas 13 economias em desenvolvimento, sendo sete economias asiáticas e seis economias latino americanas: Argentina, Brasil, Chile, China, Cingapura, Colômbia, Índia, Indonésia, Malásia, México, Peru, Coréia e Tailândia. Essas economias se assemelham por sua base industrial e primária e por representarem as principais economias exportadoras de cada região. O período de estudo se configura entre 1995 e 2017, marcado pela intensificação dos fluxos comerciais, proporcionados pela abertura comercial, além da busca de competitividade das exportações. A estrutura dos dados se dá a partir da classificação de Lall (2000), conforme intensidade tecnológica. A teoria econômica deste trabalho se baseia na teoria de Thirwall, segundo a qual as exportações são o principal componente da demanda agregada que influencia o crescimento econômico. Metodologicamente este trabalho está estruturado em quatro métodos, primeiro analisou-se a evolução e a sofisticação das exportações, a partir do índice de sofisticação das exportações (EXPY), além de identificar como a sofisticação se associa com a produtividade e crescimento dessas economias. O segundo e terceiro métodos utilizados foram o Constant Market Share (CMS) e o Índice de Mudança da Estrutura das Exportações (IMEE), buscando identificar se essas economias têm concentrado suas exportações em setores de maior valor agregado ou setores de baixa tecnologia, como bens primários e recursos naturais, de forma a identificar se existiram mudanças estruturais nas exportações ao longo dos anos estudados. Por fim, no último capítulo analisou-se a relação entre o crescimento econômico das economias em desenvolvimento estudadas e o balanço de pagamentos, tal como a estrutura dessas exportações, a partir da estimação das funções de exportação e importação utilizando um painel dinâmico, via GMM. Os indicadores de sofisticação indicaram que os países devem dinamizar e diversificar suas pautas de produção e exportação, e não apenas se concentrar no que possuem vantagens comparativas, uma vez que se especializar na produção/exportação de commodities implica em um risco de crescimento de longo prazo. Com relação ao CMS e ao IMEE, as economias latino americanas, com exceção do México, seguem na direção oposta aos setores que vem obtendo crescimento no comércio mundial nos últimos anos. Em contrapartida, as economias asiáticas têm mantido sua estrutura em bens de maior valor agregado, o que tem contribuído para que estas economias superem as taxas de crescimento econômico mundial. Os principais resultados do GMM indicaram que as razões das elasticidades renda das exportações e importações foram maiores para as economias asiáticas em relação às economias latino-americanas, implicando em menores restrições ao crescimento econômico pelas primeiras. As razões das elasticidades-renda das economias asiáticas, foram na maioria, maiores que um, enquanto que a das economias latino americanas foram menores que um. Este resultado reflete o comportamento das taxas de crescimento dessas economias: se observou menores taxas paras as economias latino americanas, conforme apontado pela teoria de Thirlwall. Isso indica que as taxas de crescimento compatíveis com o equilíbrio do balanço de pagamentos serão menores em economias exportadoras, sobretudo, de produtos primários. Assim, são necessárias políticas comerciais para proporcionar maiores taxas de crescimento econômico e maior dinamismo às exportações no longo prazo, compatíveis com o equilíbrio do balanço de pagamentos.
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