Frequência de enterobiose em crianças de creches de Niterói, RJ
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/32540 |
Resumo: | A enterobiose é causada pelo helminto Enterobius vermicularis, pequeno nematóide de intestino grosso. Esta parasitose é frequente em crianças e possui como sintomatologia clássica o intenso prurido anal noturno, o que pode resultar irritação, insônia e nervosismo, vindo a interferir no desenvolvimento infantil. Sua transmissão é fácil por ser diretamente anal-oral, principalmente associado a hábitos de higiene não consolidados. Além disso, os ovos desse helminto são leves e podem ser inalados. A frequência da parasitose geralmente é subestimada nos estudos sobre parasitos intestinais pelo uso de técnicas não adequadas. O padrão ouro para o diagnóstico é a técnica de Graham, porém a literatura aponta também o uso de outros procedimentos como a tamisação. Baseado nestas informações, este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de enterobiose em crianças de creches de Niterói - RJ, comparando diferentes técnicas diagnósticas e relacionando a aspectos epidemiológicos. Das três creches inseridas no estudo, foi solicitado, de cada participante, a coleta de amostra fecal total de dois dias e a coleta de três lâminas de dias diferentes para a técnica de Graham. A amostra fecal total foi processada pelas técnicas de tamisação, Faust et al. e Ritchie modificado. Das crianças, 58,8% (161/274) aceitaram participar do estudo, sendo que 59% (95/161) entregaram amostras. A frequência de parasitismo intestinal foi de 20% (19/95), com detecção, pelas técnicas coproparasitológicas, de parasitismo por Giardia duodenalis (2/88 – 2,3%), Entamoeba coli (5/88 – 5,7%) e Trichuris trichiura (1/88 – 1,1%). E. vermicularis foi evidenciado em 12% (11/92) das crianças somente pela técnica de Graham, sendo este o parasito mais frequente. A faixa etária de quatro a seis anos representou risco para aquisição da parasitose (OR=1,256). Não foi evidenciada associação significativa entre o sexo, grau de escolaridade da mãe e do pai, número de pessoas na casa, número de crianças na casa, renda familiar e coceira no bumbum. O uso de duas lâminas para a técnica de Graham apresentou concordância substancial/excelente, indicando ser uma estratégia adequada para o diagnóstico da enterobiose, resultando em menor custo e desconforto para o paciente/responsável. A frequência do parasitismo por E. vermicularis em Niterói encontra-se similar a outras cidades brasileiras, sendo este o primeiro estudo com a técnica padrão ouro em Niterói e no Estado do Rio de Janeiro. |
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Frequência de enterobiose em crianças de creches de Niterói, RJGrahamCriançasDiagnósticoFator de riscoEnterobiusCriançaNiterói (RJ)CrechesEnterobius vermicularisGrahamChildrenDiagnosisRisk fatorA enterobiose é causada pelo helminto Enterobius vermicularis, pequeno nematóide de intestino grosso. Esta parasitose é frequente em crianças e possui como sintomatologia clássica o intenso prurido anal noturno, o que pode resultar irritação, insônia e nervosismo, vindo a interferir no desenvolvimento infantil. Sua transmissão é fácil por ser diretamente anal-oral, principalmente associado a hábitos de higiene não consolidados. Além disso, os ovos desse helminto são leves e podem ser inalados. A frequência da parasitose geralmente é subestimada nos estudos sobre parasitos intestinais pelo uso de técnicas não adequadas. O padrão ouro para o diagnóstico é a técnica de Graham, porém a literatura aponta também o uso de outros procedimentos como a tamisação. Baseado nestas informações, este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de enterobiose em crianças de creches de Niterói - RJ, comparando diferentes técnicas diagnósticas e relacionando a aspectos epidemiológicos. Das três creches inseridas no estudo, foi solicitado, de cada participante, a coleta de amostra fecal total de dois dias e a coleta de três lâminas de dias diferentes para a técnica de Graham. A amostra fecal total foi processada pelas técnicas de tamisação, Faust et al. e Ritchie modificado. Das crianças, 58,8% (161/274) aceitaram participar do estudo, sendo que 59% (95/161) entregaram amostras. A frequência de parasitismo intestinal foi de 20% (19/95), com detecção, pelas técnicas coproparasitológicas, de parasitismo por Giardia duodenalis (2/88 – 2,3%), Entamoeba coli (5/88 – 5,7%) e Trichuris trichiura (1/88 – 1,1%). E. vermicularis foi evidenciado em 12% (11/92) das crianças somente pela técnica de Graham, sendo este o parasito mais frequente. A faixa etária de quatro a seis anos representou risco para aquisição da parasitose (OR=1,256). Não foi evidenciada associação significativa entre o sexo, grau de escolaridade da mãe e do pai, número de pessoas na casa, número de crianças na casa, renda familiar e coceira no bumbum. O uso de duas lâminas para a técnica de Graham apresentou concordância substancial/excelente, indicando ser uma estratégia adequada para o diagnóstico da enterobiose, resultando em menor custo e desconforto para o paciente/responsável. A frequência do parasitismo por E. vermicularis em Niterói encontra-se similar a outras cidades brasileiras, sendo este o primeiro estudo com a técnica padrão ouro em Niterói e no Estado do Rio de Janeiro.Enterobiosis is caused by the helminth Enterobius vermicularis, a small large intestine nematode. This parasitism is common in children and its classic symptoms are intense nocturnal anal itching, which can result in irritation, insomnia and nervousness, interfering with child development. Its transmission is easy because it is directly anal-oral, mainly associated with unconsolidated hygiene habits. Furthermore, the eggs of this helminth are light and can be inhaled. The frequency of parasitosis is generally underestimated in studies on intestinal parasites due to the use of inappropriate techniques. The gold standard for diagnosis is the Graham technique, however the literature also points to the use of other procedures such as screening. Based on this information, this study aimed to evaluate the frequency of enterobiosis in children attending daycare centers in Niterói - RJ, comparing different diagnostic techniques and relating them to epidemiological aspects. Of the three daycare centers included in the study, each participant was asked to collect a total fecal sample from two days and to collect three slides from different days for the Graham technique. The total fecal sample was processed using screening techniques, Faust et al. and modified Ritchie. Of the children, 58.8% (161/274) agreed to participate in the study, with 59% (95/161) providing samples. The frequency of intestinal parasitism was 20% (19/95), with detection, using coproparasitological techniques, of parasitism by Giardia duodenalis (2/88 – 2.3%), Entamoeba coli (5/88 – 5.7%) and Trichuris trichiura (1/88 – 1.1%). E. vermicularis was detected in 12% (11/92) of children only using the Graham technique, which is the most common parasite. The age group of four to six years represented a risk for acquiring the parasitosis (OR=1.256). There was no significant association between gender, mother's and father's level of education, number of people in the house, number of children in the house, family income and itchy butt. The use of two slides for the Graham technique showed substantial/excellent agreement, indicating that it is an appropriate strategy for diagnosing enterobiosis, resulting in lower costs and discomfort for the patient/guardian. The frequency of parasitism by E. vermicularis in Niterói is similar to other Brazilian cities, this being the first study using the gold standard technique in Niterói and the State of Rio de Janeiro.80 f.Souto Maior, Claudia Maria Antunes Uchôahttp://lattes.cnpq.br/6497429037051108Alves, Renata Heisler NevesMattos, Danuza Pinheiro Bastos Garcia dehttp://lattes.cnpq.br/9415485245249970Voigt, João Victor Dória2024-03-01T19:23:42Z2024-03-01T19:23:42Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfVOIGT, João Victor Dória. Frequência de enterobiose em crianças de creches de Niterói, RJ. 2023. 80 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2023.http://app.uff.br/riuff/handle/1/32540CC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2024-03-01T19:23:47Zoai:app.uff.br:1/32540Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T10:57:10.209055Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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A enterobiose é causada pelo helminto Enterobius vermicularis, pequeno nematóide de intestino grosso. Esta parasitose é frequente em crianças e possui como sintomatologia clássica o intenso prurido anal noturno, o que pode resultar irritação, insônia e nervosismo, vindo a interferir no desenvolvimento infantil. Sua transmissão é fácil por ser diretamente anal-oral, principalmente associado a hábitos de higiene não consolidados. Além disso, os ovos desse helminto são leves e podem ser inalados. A frequência da parasitose geralmente é subestimada nos estudos sobre parasitos intestinais pelo uso de técnicas não adequadas. O padrão ouro para o diagnóstico é a técnica de Graham, porém a literatura aponta também o uso de outros procedimentos como a tamisação. Baseado nestas informações, este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de enterobiose em crianças de creches de Niterói - RJ, comparando diferentes técnicas diagnósticas e relacionando a aspectos epidemiológicos. Das três creches inseridas no estudo, foi solicitado, de cada participante, a coleta de amostra fecal total de dois dias e a coleta de três lâminas de dias diferentes para a técnica de Graham. A amostra fecal total foi processada pelas técnicas de tamisação, Faust et al. e Ritchie modificado. Das crianças, 58,8% (161/274) aceitaram participar do estudo, sendo que 59% (95/161) entregaram amostras. A frequência de parasitismo intestinal foi de 20% (19/95), com detecção, pelas técnicas coproparasitológicas, de parasitismo por Giardia duodenalis (2/88 – 2,3%), Entamoeba coli (5/88 – 5,7%) e Trichuris trichiura (1/88 – 1,1%). E. vermicularis foi evidenciado em 12% (11/92) das crianças somente pela técnica de Graham, sendo este o parasito mais frequente. A faixa etária de quatro a seis anos representou risco para aquisição da parasitose (OR=1,256). Não foi evidenciada associação significativa entre o sexo, grau de escolaridade da mãe e do pai, número de pessoas na casa, número de crianças na casa, renda familiar e coceira no bumbum. O uso de duas lâminas para a técnica de Graham apresentou concordância substancial/excelente, indicando ser uma estratégia adequada para o diagnóstico da enterobiose, resultando em menor custo e desconforto para o paciente/responsável. A frequência do parasitismo por E. vermicularis em Niterói encontra-se similar a outras cidades brasileiras, sendo este o primeiro estudo com a técnica padrão ouro em Niterói e no Estado do Rio de Janeiro. |
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