Fatores condicionantes da amamentação sob a ótica de puérperas de maternidade de alto risco

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Andressa Assumpção Abreu dos
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)
Texto Completo: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27056
Resumo: Introdução: A prática da amamentação vai muito além da dimensão biológica de alimentar uma criança, sendo também permeada pelos aspectos social, cultural e psicológico. Tais aspectos têm sido apontados como determinantes da interrupção precoce da amamentação, e portanto, a compreensão desses elementos pode contribuir para qualificar o apoio à mulher para uma amamentação mais prolongada. Objetivo: Explorar os fatores envolvidos na amamentação prolongada representados por puérperas com e sem experiência prévia em amamentar internadas em maternidade de alto risco. Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, transversal, conduzida por meio de entrevistas individuais realizadas com mulheres em puerpério. atendidas em uma maternidade de um hospital de ensino e de grande porte, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A entrevista foi orientada por um questionário semiestruturado, gravada e transcrita, e os resultados foram organizados e agrupados conforme método de análise de conteúdo. Os dados foram interpretados à luz da Teoria das Representações Sociais. Resultados: Foram entrevistadas 22 puérperas, sendo 12 com experiência prévia em amamentar e 10 sem experiência, em sua maioria, com escolaridade média, com empregos sem proteção trabalhista à maternidade e sem renda fixa, solteiras e que já têm outros filhos. Os fatores relatados que contribuem para a amamentação prolongada foram os benefícios para a saúde tanto da mãe quanto da criança, ter produção de leite suficiente, ter uma rede de apoio, assim como o desejo materno e a paciência para amamentar. Por outro lado, aqueles apontados como limitadores da amamentação prolongada foram a necessidade de retorno ao trabalho, falta de tempo para amamentar, características atribuídas à mãe e ao bebê (“bebê preguiçoso”, “bebê nervoso”, “peito murcho” e “falta de experiência materna”), ingurgitamento mamário, dor ao amamentar, pouca produção de leite, uso de bicos e mamadeiras, alimentação materna inadequada, início de uma nova gestação e julgamento social ao amamentar em público. Conclusão: O discurso apreendido como conhecimento da amamentação se ancorou, principalmente, na esfera biológica, enquanto que a experiência vivida na prática de amamentar evocou desafios emocionais e sociais. Esses resultados contribuem para qualificar a atuação profissional no apoio à amamentação ao evidenciar a necessidade de abordar todas as dimensões envolvidas nesse processo durante a assistência pré-natal.
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Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, transversal, conduzida por meio de entrevistas individuais realizadas com mulheres em puerpério. atendidas em uma maternidade de um hospital de ensino e de grande porte, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A entrevista foi orientada por um questionário semiestruturado, gravada e transcrita, e os resultados foram organizados e agrupados conforme método de análise de conteúdo. Os dados foram interpretados à luz da Teoria das Representações Sociais. Resultados: Foram entrevistadas 22 puérperas, sendo 12 com experiência prévia em amamentar e 10 sem experiência, em sua maioria, com escolaridade média, com empregos sem proteção trabalhista à maternidade e sem renda fixa, solteiras e que já têm outros filhos. Os fatores relatados que contribuem para a amamentação prolongada foram os benefícios para a saúde tanto da mãe quanto da criança, ter produção de leite suficiente, ter uma rede de apoio, assim como o desejo materno e a paciência para amamentar. Por outro lado, aqueles apontados como limitadores da amamentação prolongada foram a necessidade de retorno ao trabalho, falta de tempo para amamentar, características atribuídas à mãe e ao bebê (“bebê preguiçoso”, “bebê nervoso”, “peito murcho” e “falta de experiência materna”), ingurgitamento mamário, dor ao amamentar, pouca produção de leite, uso de bicos e mamadeiras, alimentação materna inadequada, início de uma nova gestação e julgamento social ao amamentar em público. Conclusão: O discurso apreendido como conhecimento da amamentação se ancorou, principalmente, na esfera biológica, enquanto que a experiência vivida na prática de amamentar evocou desafios emocionais e sociais. Esses resultados contribuem para qualificar a atuação profissional no apoio à amamentação ao evidenciar a necessidade de abordar todas as dimensões envolvidas nesse processo durante a assistência pré-natal.Introduction: The practice of breastfeeding goes far beyond the biological dimension of feeding a child, and is also permeated by social, cultural, and psychological aspects. Such aspects have been pointed out as determinants of early interruption of breastfeeding, and therefore, understanding these elements can contribute to qualifying support for women for longer breastfeeding. Objective: To explore the factors involved in prolonged breastfeeding represented by puerperal women with and without previous experience in breastfeeding hospitalized in a high-risk maternity hospital. Methods: This is a qualitative, cross-sectional study conducted through individual interviews with postpartum women attended in a maternity hospital of a large teaching hospital, which serves the Unified Health System (SUS). The interview was guided by a semi-structured questionnaire, recorded and transcribed, and the results were organized and grouped according to the content analysis method. The data were interpreted in the light of the Theory of Social Representations. Results: 22 puerperal women were interviewed, 12 with previous experience in breastfeeding and 10 without experience, mostly with high school education, with jobs without labor protection for maternity and without fixed income, single, and who already have other children. Reported factors contributing to prolonged breastfeeding were health benefits for both mother and child, having sufficient milk production, having a support network, as well as maternal desire and patience to breastfeed. On the other hand, those identified as limiting prolonged breastfeeding were the need to return to work, lack of time to breastfeed, characteristics attributed to the mother and the baby (“lazy baby”, “nervous baby”, “flat breast” and “lack of maternal experience”), breast engorgement, pain when breastfeeding, low milk production, use of teats and bottles, inadequate maternal nutrition, initiation of a new pregnancy, and social judgment when breastfeeding in public. Conclusion: The discourse apprehended as knowledge of breastfeeding was mainly anchored in the biological sphere, while the experience lived in the practice of breastfeeding evoked emotional and social challenges. These results contribute to qualifying the professional performance in support of breastfeeding by highlighting the need to address all dimensions involved in this process during prenatal care.66 f.Ferreira, Daniele Mendonçahttp://lattes.cnpq.br/6222513276436258Lopes, Fernanda de Oliveirahttp://lattes.cnpq.br/2342527251471160Santos, Andressa Assumpção Abreu dos2022-11-23T16:38:19Z2022-11-23T16:38:19Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSANTOS, Andressa Assumpção Abreu dos. Fatores condicionantes da amamentação sob a ótica de puérperas de maternidade de alto risco. 2022. 66 f. 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description Introdução: A prática da amamentação vai muito além da dimensão biológica de alimentar uma criança, sendo também permeada pelos aspectos social, cultural e psicológico. Tais aspectos têm sido apontados como determinantes da interrupção precoce da amamentação, e portanto, a compreensão desses elementos pode contribuir para qualificar o apoio à mulher para uma amamentação mais prolongada. Objetivo: Explorar os fatores envolvidos na amamentação prolongada representados por puérperas com e sem experiência prévia em amamentar internadas em maternidade de alto risco. Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, transversal, conduzida por meio de entrevistas individuais realizadas com mulheres em puerpério. atendidas em uma maternidade de um hospital de ensino e de grande porte, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A entrevista foi orientada por um questionário semiestruturado, gravada e transcrita, e os resultados foram organizados e agrupados conforme método de análise de conteúdo. Os dados foram interpretados à luz da Teoria das Representações Sociais. Resultados: Foram entrevistadas 22 puérperas, sendo 12 com experiência prévia em amamentar e 10 sem experiência, em sua maioria, com escolaridade média, com empregos sem proteção trabalhista à maternidade e sem renda fixa, solteiras e que já têm outros filhos. Os fatores relatados que contribuem para a amamentação prolongada foram os benefícios para a saúde tanto da mãe quanto da criança, ter produção de leite suficiente, ter uma rede de apoio, assim como o desejo materno e a paciência para amamentar. Por outro lado, aqueles apontados como limitadores da amamentação prolongada foram a necessidade de retorno ao trabalho, falta de tempo para amamentar, características atribuídas à mãe e ao bebê (“bebê preguiçoso”, “bebê nervoso”, “peito murcho” e “falta de experiência materna”), ingurgitamento mamário, dor ao amamentar, pouca produção de leite, uso de bicos e mamadeiras, alimentação materna inadequada, início de uma nova gestação e julgamento social ao amamentar em público. Conclusão: O discurso apreendido como conhecimento da amamentação se ancorou, principalmente, na esfera biológica, enquanto que a experiência vivida na prática de amamentar evocou desafios emocionais e sociais. Esses resultados contribuem para qualificar a atuação profissional no apoio à amamentação ao evidenciar a necessidade de abordar todas as dimensões envolvidas nesse processo durante a assistência pré-natal.
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