Princesas da Disney não me representam: um estudo da (in)visibilidade da mulher negra em perspectiva semiolinguística
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/30416 |
Resumo: | A mulher negra, enquanto ser social, sofre ainda mais preconceito que o homem negro, em nossa sociedade racista, pois, além da raça, tem como fator de rejeição seu gênero, também pouco valorizado no patriarcalismo em que estamos submersos. A falta de representatividade, ou uma representação distante da realidade, por pautar- se em imaginários sociodiscursivos e em estereótipos, pode afetar de maneira significativa a construção da identidade da mulher negra, que cresce tendo como parâmetro imagens e representações equivocadas de si mesma. Objetivamos, a partir da animação dos Estúdios Disney, “A princesa e o sapo” e do livro “Uma princesa nada boba” de autoria de Luiz Antonio, ilustrado por Bia Carpenter, analisar e refletir sobre como essa questão da representatividade pode afetar a construção psicossocial de meninas/mulheres pretas, que não se veem em produções artísticas e como sua força poderia ser usada como ferramenta de pertencimento. O olhar, então, será voltado para a princesa Tiana, primeira princesa negra lançada pela Disney e para a princesa Odara, uma princesa nada boba. Pautaremos a investigação na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso postulada por Patrick Charaudeau, apoiando- nos, não só nos estudos de autores como Moscovici (2007), que trata das representações sociais, como também de Dias (2007) e de Galinari (2020), que tratam da criação dos estereótipos. Ainda por levar em consideração que ambas as produções, que compõem nosso corpus, são uma fusão do verbal e do imagético, olharemos para a imagem e para a escolha das cores que a compõem a partir das perspectivas de Charaudeau (2013), Guimarães (2000) e Heller (2000). Apoiamo-nos ainda, para fins gerais de análise, nas falas negras das autoras Bell Hooks (2019), Djamila Ribeiro (2018/2019). A pesquisa teve como ponto norteador a hipótese de que as personagens sofreram um apagamento intencional e uma representação marcada por estereotipias. Nosso desejo foi apontar para esses aspectos a fim de contribuir para um repensar sobre o papel e o lugar da mulher negra em nossa sociedade, e o quão importante -é o discurso enquanto marca de avanço social. |
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Princesas da Disney não me representam: um estudo da (in)visibilidade da mulher negra em perspectiva semiolinguísticaSemiolinguísticaMulher negraApagamentoRepresentatividadeMulher negraCultura negraRepresentação socialSemiolinguísticaMujer negraBorramientoRepresentatividadeA mulher negra, enquanto ser social, sofre ainda mais preconceito que o homem negro, em nossa sociedade racista, pois, além da raça, tem como fator de rejeição seu gênero, também pouco valorizado no patriarcalismo em que estamos submersos. A falta de representatividade, ou uma representação distante da realidade, por pautar- se em imaginários sociodiscursivos e em estereótipos, pode afetar de maneira significativa a construção da identidade da mulher negra, que cresce tendo como parâmetro imagens e representações equivocadas de si mesma. Objetivamos, a partir da animação dos Estúdios Disney, “A princesa e o sapo” e do livro “Uma princesa nada boba” de autoria de Luiz Antonio, ilustrado por Bia Carpenter, analisar e refletir sobre como essa questão da representatividade pode afetar a construção psicossocial de meninas/mulheres pretas, que não se veem em produções artísticas e como sua força poderia ser usada como ferramenta de pertencimento. O olhar, então, será voltado para a princesa Tiana, primeira princesa negra lançada pela Disney e para a princesa Odara, uma princesa nada boba. Pautaremos a investigação na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso postulada por Patrick Charaudeau, apoiando- nos, não só nos estudos de autores como Moscovici (2007), que trata das representações sociais, como também de Dias (2007) e de Galinari (2020), que tratam da criação dos estereótipos. Ainda por levar em consideração que ambas as produções, que compõem nosso corpus, são uma fusão do verbal e do imagético, olharemos para a imagem e para a escolha das cores que a compõem a partir das perspectivas de Charaudeau (2013), Guimarães (2000) e Heller (2000). Apoiamo-nos ainda, para fins gerais de análise, nas falas negras das autoras Bell Hooks (2019), Djamila Ribeiro (2018/2019). A pesquisa teve como ponto norteador a hipótese de que as personagens sofreram um apagamento intencional e uma representação marcada por estereotipias. Nosso desejo foi apontar para esses aspectos a fim de contribuir para um repensar sobre o papel e o lugar da mulher negra em nossa sociedade, e o quão importante -é o discurso enquanto marca de avanço social.La mujer negra, como ser social, sufre aún más prejuicios que los hombres negros, en nuestra sociedad racista, porque además de la raza, su género es un factor de rechazo, también infravalorado en el patriarcado al que estamos sumergidos. La falta de representatividad, o una representación alejada de la realidad, por basarse en imaginarios y estereotipos socio-discursivos, puede afectar significativamente la construcción de la identidad de las mujeres negras, que crecen teniendo como parámetro imágenes y tergiversaciones de sí mismas. Pretendemos, desde la animación de Disney Estudios, "A princesa e o sapo" y el libro "Uma princesa nada boba" de Luiz Antonio, ilustrado por Bia Carpenter, analizar y reflexionar sobre cómo este tema de la representatividad puede afectar la construcción psicosocial de las niñas/mujeres negras, que no se ven a sí mismas en producciones artísticas y cómo su fuerza podría ser utilizada como herramienta de pertenencia. La mirada estará vuelta a la princesa Tiana, la primera princesa negra de Disney y a la princesa Odara, una princesa nada tonta. Guiaremos la investigación en la Teoría Semiolingüística del Análisis del Discurso postulada por Patrick Charaudeau, apoyada en los estudios de autores como Moscovici (2007), que trata de las representaciones sociales y como Dias (2007) y Galinari (2020), que tratan de la creación de estereotipos. Aun teniendo en cuenta que ambas producciones, que componen nuestro corpus, son una fusión del verbal y del imagético, miraremos la imagen y la elección de los colores que la componen desde las perspectivas de Charaudeau (2013), Guimarães (2000) y Heller (2000). También vamos a apoyarnos, para fines generales de análisis, en los discursos negros de las autoras Bell Hooks (2019), Djamila Ribeiro (2018/2019). La investigación tuvo como punto orientativo la hipótesis de que los personajes sufren un borramiento intencionado y una representación marcada por estereotipos. Nuestro deseo es señalar estos aspectos para contribuir a un replanteamiento del papel y el sitio de las mujeres negras en nuestra sociedad, y cuán importante es el discurso como marca de avance social.143 p.Monnerat, Rosane Santos MauroRibeiro, Patrícia Ferreira NevesCosta, Wagner Alexandre dos SantosMiranda, Bárbara da Silva de2023-09-18T17:18:52Z2023-09-18T17:18:52Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMIRANDA, Bárbara da Silva de. Princesas da Disney não me representam: um estudo da (in)visibilidade da mulher negra em perspectiva semiolinguística. 2023. 143 f. 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A mulher negra, enquanto ser social, sofre ainda mais preconceito que o homem negro, em nossa sociedade racista, pois, além da raça, tem como fator de rejeição seu gênero, também pouco valorizado no patriarcalismo em que estamos submersos. A falta de representatividade, ou uma representação distante da realidade, por pautar- se em imaginários sociodiscursivos e em estereótipos, pode afetar de maneira significativa a construção da identidade da mulher negra, que cresce tendo como parâmetro imagens e representações equivocadas de si mesma. Objetivamos, a partir da animação dos Estúdios Disney, “A princesa e o sapo” e do livro “Uma princesa nada boba” de autoria de Luiz Antonio, ilustrado por Bia Carpenter, analisar e refletir sobre como essa questão da representatividade pode afetar a construção psicossocial de meninas/mulheres pretas, que não se veem em produções artísticas e como sua força poderia ser usada como ferramenta de pertencimento. O olhar, então, será voltado para a princesa Tiana, primeira princesa negra lançada pela Disney e para a princesa Odara, uma princesa nada boba. Pautaremos a investigação na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso postulada por Patrick Charaudeau, apoiando- nos, não só nos estudos de autores como Moscovici (2007), que trata das representações sociais, como também de Dias (2007) e de Galinari (2020), que tratam da criação dos estereótipos. Ainda por levar em consideração que ambas as produções, que compõem nosso corpus, são uma fusão do verbal e do imagético, olharemos para a imagem e para a escolha das cores que a compõem a partir das perspectivas de Charaudeau (2013), Guimarães (2000) e Heller (2000). Apoiamo-nos ainda, para fins gerais de análise, nas falas negras das autoras Bell Hooks (2019), Djamila Ribeiro (2018/2019). A pesquisa teve como ponto norteador a hipótese de que as personagens sofreram um apagamento intencional e uma representação marcada por estereotipias. Nosso desejo foi apontar para esses aspectos a fim de contribuir para um repensar sobre o papel e o lugar da mulher negra em nossa sociedade, e o quão importante -é o discurso enquanto marca de avanço social. |
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