As margens do "Rio sem lei": legalidade e ilegalidade entre pescadores e pescarias em Italva (RJ)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) |
Texto Completo: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/23900 |
Resumo: | A devastação mineral e vegetal no Noroeste Fluminense, que reduziu suas florestas de 100% para 0,5%, acontece desde o século XVIII. Das plantações de cana à pecuária, essa região tem apresentado diversos conflitos e dramas sociais. O último evento que mais chamou atenção ocorreu em 2007, quando uma empresa despejou 2 milhões de metros cúbicos de lama no rio Muriaé. Como se não bastasse o assoreamento decorrente do desmatamento, a lama percorreu as cidades cortadas pelo Rio e, em Italva, por exemplo, ocasionou a suspensão da atividade pesqueira. Em busca de compreender como se dava a pesca em Italva, utilizou-se o extended- case method, descrito por Max Gluckman e Van Velsen. Nessa perspectiva, a pesquisa reúne casos interrelacionados sobre os conflitos vivenciados pelos pescadores do rio Muriaé. Foi realizado trabalho de campo em dois pontos de pesca, um às margens do rio e outro na Cachoeira do Caboclo, e um dos principais pontos de tensão encontrados neste momento da pesquisa girava em torno do pari, uma armadilha de peixes que consiste em um cerco no rio, que direciona o peixe para cair em um cesto. É considerada ilegal e muitos são vistos como criminosos. Porém, foi possível compreender que tal prática é antiga na cidade, estabelecida por uma rede de pescadores que movimentam trocas entre si. Contudo, o perigo que esses pescadores destacam atravessa a narrativa de muitos dos grupos com os quais se teve contato durante a pesquisa, sobretudo, por ser uma pescaria que acontece em segredo. |
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As margens do "Rio sem lei": legalidade e ilegalidade entre pescadores e pescarias em Italva (RJ)Noroeste fluminenseRio MuriaéItalvaPesca de PariPesca esportivaPesca esportivaMeio ambienteAssoreamentoItalva (RJ)Conflito socioambientalNorthwest FluminenseMuriaé RiverPari fishingSport fishingA devastação mineral e vegetal no Noroeste Fluminense, que reduziu suas florestas de 100% para 0,5%, acontece desde o século XVIII. Das plantações de cana à pecuária, essa região tem apresentado diversos conflitos e dramas sociais. O último evento que mais chamou atenção ocorreu em 2007, quando uma empresa despejou 2 milhões de metros cúbicos de lama no rio Muriaé. Como se não bastasse o assoreamento decorrente do desmatamento, a lama percorreu as cidades cortadas pelo Rio e, em Italva, por exemplo, ocasionou a suspensão da atividade pesqueira. Em busca de compreender como se dava a pesca em Italva, utilizou-se o extended- case method, descrito por Max Gluckman e Van Velsen. Nessa perspectiva, a pesquisa reúne casos interrelacionados sobre os conflitos vivenciados pelos pescadores do rio Muriaé. Foi realizado trabalho de campo em dois pontos de pesca, um às margens do rio e outro na Cachoeira do Caboclo, e um dos principais pontos de tensão encontrados neste momento da pesquisa girava em torno do pari, uma armadilha de peixes que consiste em um cerco no rio, que direciona o peixe para cair em um cesto. É considerada ilegal e muitos são vistos como criminosos. Porém, foi possível compreender que tal prática é antiga na cidade, estabelecida por uma rede de pescadores que movimentam trocas entre si. Contudo, o perigo que esses pescadores destacam atravessa a narrativa de muitos dos grupos com os quais se teve contato durante a pesquisa, sobretudo, por ser uma pescaria que acontece em segredo.The mineral and vegetable devastation of northwestern Fluminense, which reduced its forests from 100% to 0.5%, has been happening since the 18th. From sugarcane plantations to livestock, this region has presented several conflicts and social dramas. The last event that caught the most attention, happened in 2007, when the company poured 2 million cubic meters of mud into the Muriaé River. As if the silting resulting from deforestation was not enough, the mud ran through the cities in which the river cuts, and in Italva, for example, suspended fishing activity. In an effort to understand how artisanal fishing took place in Italva, I used the extended-case method, described by Gluckman. Here, the conflict is understood as "normal" of the social process. Within this perspective, the research sought to gather interrelated cases about the conflicts experienced by the fishermen of the Muriaé River. I did fieldwork two fishing spots, one on the banks of the river, and at the Cachoeira do Caboclo. One of the main points of tension I encountered during this research period revolved around the “pari”, an indigenous-inspired fishing trap in which the river is surrounded, and the fish is directed to fall into a basket. It is considered “illegal and criminal” - stigmatizing many of the fishermen. However, I could understand that it is an ancient practice in the city and is established by a network of fishermen who move exchanges with each other. However, danger that these fishermen exude, crosses the narrative of many of the groups with which I talked Especially because it's a fishing trip that happens in secret.Universidade Federal FluminenseCampos dos GoytacazesValpassos, Carlos Abraão MouraLima, Roberto Kant deCosta, Klenio VeigaValpassos, Carlos Abraão MouraAndrade, Matheus Pereira de2021-12-13T12:50:10Z2021-12-13T12:50:10Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfANDRADE, Matheus Pereira de. As margens do "Rio sem lei": legalidade e ilegalidade entre pescadores e pescarias em Italva (RJ). 2021. Trabalho Final de Curso (Licenciatura em Ciências Econômicas) - Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional, Campos dos Goytacazes, 2021.https://app.uff.br/riuff/handle/1/23900Aluno de GraduaçãoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2021-12-13T12:50:10Zoai:app.uff.br:1/23900Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202024-08-19T11:05:04.789466Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false |
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